Amizade no papel

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AMOR É UM SENTIMENTO muito estranho, isso é inegável; ele pode ser facilmente comparado com uma religião em um aspecto: muitos acreditam, muitos não acreditam

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AMOR É UM SENTIMENTO muito estranho, isso é inegável; ele pode ser facilmente comparado com uma religião em um aspecto: muitos acreditam, muitos não acreditam. A verdade é que ele é confuso até para a ciência, que quer saber se o amor é biológico ou cultural. Talvez seja impossível definir exatamente, com 100% de certeza e exatos 0% de dúvida o que é amor, mas mesmo assim é algo que não dá para confirmar; o que leva o sentimento ser tão confuso é o como cada pessoa o sente e usa; alguns sofrem, outros deixam o sofrimento ao amar; alguns tentam não senti-lo, outros tentam aprofundá-lo. Concluindo: o amor é incerto.

Mesmo o amor sendo incerto, Etoiles tinha certeza do que sentia pelo moreno baixinho e quietinho que morava em uma casa ao lado da sua, e que vivia observando a natureza em um parque; suas bochechinhas arredondadas o deixavam extremamente fofo, assim como suas pequenas mãozinhas desenhavam animadamente em um caderno de cartografia azul; sua comprida franja escura cobria um pouco de seus olhos, e seu brilhoso cabelo balançava com o vento. Seu moletom era branco com detalhes em azul , assim como o bolso e a toca dele que eram tematizados de Pac-Man. O brasileiro sempre estava com dois pares diferentes de All Star cano baixo: um branco e um azul pastel; sempre usava shorts largos e cumpridos na cor branca e meias cumpridas na cor branca. Embora para muitas aquele estilo parecesse um pouco estranho, na visão do menino era simplesmente adorável.

E como em todo final de semana, o moreno com as bochechinhas arredondadas estava lá, sentado na grama enquanto desenhava alguma coisa. Estava totalmente perdido em seu mundo. Etoiles, por outro lado, estava totalmente focado em observar o garoto. Seu cabelo balançava com o auxílio do vento, deixando-o mais atraente ainda para o Etoiles apaixonado.

Será que devo falar com ele? Serei ignorado de novo? O garoto com uma bicicleta ao seu lado pensou; nunca soube o motivo, razão ou circunstância, mas sempre que cumprimentava ou se declarava para o amante de Pac-Man era totalmente ignorado. Sempre pensou que o ssu vizinho lhe odiasse. Eu nunca vou saber se não tentar, o moreno um pouco mais alto suspirou e caminhou alegremente até o brasileiro perdido em seu mundo.

- Oi! Eu sou o Etoiles. E você? - O garoto acompanhado de uma bicicleta perguntou, mas como previsto, não recebeu nenhuma resposta.

Sentindo-se um pouco chateado. O garoto suspirou e deixou algumas lágrimas silenciosas caírem de seus brilhantes olhos. Em toda a sua vida de apenas 9 aninhos nunca foi tão desprezado por alguém; na escola Etoiles era cheia de amiguinhos, tanto que tinha três melhores amigos: Baghera, Antoine e Pierre. Mas embora fosse cercado de pessoas, quem mais lhe agradava, mesmo deixando seu coraçãozinho cheio de mágoas era o seu vizinho que amava Pac-Man e desenhar.

Porém, Etoiles ouviu uma leve respiração próxima de si assim que fechara seus olhos para secar as lágrimas com as suas mãozinhas; curioso sobre aquela suave respiração, logo abriu seus olhinhos, onde pôde ver o seu vizinho lhe encarando com um olhar preocupado.

- Ah, você finalmente me notou! - Etoiles exclamou e sorriu, mas o baixinho com moletom de Pac-Man continuou encarando-o preocupado. - Estou bem agora, vamos ser amiguinhos 'né?

Visivelmente confuso, o garotinho com moletom de Pac-Man inclinou levemente a cabeça, tentando o seu máximo para entender o que o menino estava dizendo; após bons 5 minutos parado, o baixinho pegou o seu caderno de cartografia com a capa azul pastel, pegou seu lápis com uma borracha em formato de Pac-Man e escreveu, deixando Etoiles um pouco confuso. O que ele está fazendo?

Assim que terminar de fazer o que estava fazendo, o baixinho com a franja um pouco bagunçada entregou o caderno para o Etoiles, que apenas ficou surpreso.

"Oi! Não entendi o que você falou. Digamos que eu não consigo escutar absolutamente nada. Enfim... você está bem?" era o que estava escrito no papel; claro, possuía alguns erros ortográficos, mas o deixou claro que não ligava para aquilo (não é como se soubesse corrigir, aliás, era apenas um ano mais velha e viveu maior parte de sua vida na França). Os olhinhos do mais alto se encheram de felicidade ao ler aquelas palavras e ao ver a carinha feliz de gatinho desenhada ao lado da pequena mensagem.

Rapidamente, o garotinho com um sotaque fofo pegou o lápis com borracha de Pac-Man emprestado e escreveu uma mensagem o baixinho, que apenas encarava aquilo com um pequeno e fofo sorrisinho em seu rosto.

Então você não consegue escutar nadica de nada? Etoiles escreveu e logo recebeu a confirmação. Deve ser horrível.

Na verdade, nem tanto. Nasci assim. Meu nome é Pac, mas pode me chamar de Mac e eu tenho 8 anos. Pac entregou o caderno para a novo amigo, que apenas sorriu alegremente.

Eu sou Etoiles, mas pode me chamar de Etoles! Tenho 9 aninhos e queria muito ser seu amiguinho, mas pensei que você me odiasse daí eu fiquei triste e chorei. Agora sei porque você não falava comigo... mas você sabe falar? O Etoiles escreveu e deixou uma carinha feliz no final. Logo entregou o caderno para o amante de Pac-Man, que o recebeu com alegria.

"Mamãe diz que consigo, mas não aprendi muito. Só sei falar 13 palavrinhas... sinto muito ter te deixado triste, é que eu nunca tinha te visto e quando via, ficava com medo daí eu fugia" ?? Leu aquelas palavras atentamente, e logo desenhou um coraçãozinho no final delas.

Etoiles tinha certeza que Pac era o seu primeiro amor, também tinha certeza que iria mantê-lo para sempre.

Etoiles tinha certeza que Pac era o seu primeiro amor, também tinha certeza que iria mantê-lo para sempre

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LOVE ❅ PacmanduoOnde histórias criam vida. Descubra agora