new life: new possibilites

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𝐎𝐥𝐢𝐯𝐢𝐚'𝐬 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐎𝐟  𝐕𝐢𝐞𝐰

— OLIVIA SE apresse, estamos atrasados! - a voz ecoada do homem no andar de baixo soou em meu quarto. Eu usava um shorts branco, uma blusinha verde-água, tênis branco e algumas joias pratas, os itens caíram bem em mim, meus cabelos estavam soltos normalmente. - Estou descendo!

Já fazem 6 meses que minha mãe morreu, meu pai decidiu que iríamos nos mudar - dessa vez permanentemente - para Los Angeles, cidade natal de minha mãe, com o objetivo de nos aproximarmos mais do judaísmo. Esse conceito vale apenas para ele e Luke, desde muito nova mamãe me ensinava sobre o judaísmo, desde de regras necessárias a serem seguidas até sobre a comemoração chamada Bat Mitzvá. Todas as vezes ela dizia que nesse dia eu me tornaria uma mulher, uma mulher madura, responsável, doce e gentil, como sempre fui. Me prometeu que estaria orgulhosa de mim e estaria me aplaudindo calorosamente, como sempre fez.

Talvez a vida tivesse outros planos para você, mãe.

Fazem 6 meses, seis meses do pior dia de toda a minha vida, seis meses sem ouvir tua risada, sem ir ao parque com você para dar comida aos patos, sem você me girando em seus braços como sempre fazia, sem nossas saídas ao shopping toda a quarta-feira, sem você ao meu lado.

Em todas outras vezes que me mudei nunca liguei muito para vínculos afetivos com as pessoas, mas ter deixado Bedford me doeu muito, por conta de Giulia. Minha melhor amiga. Nos conhecemos quando meu pai acabou fechando um contrato com seu pai e acabei acompanhando meu pai em um jantar de negócios em sua casa, desde então nos tornamos muito próximas.

Agora estava me arrumando para meu primeiro dia na escola nova, a escola de Kim, minha prima. Sempre fomos muito próximas, crescemos juntas, até meu pai começar a ter milhões de novas oportunidades de contratos e acabarmos nos mudando frequentemente. Mesmo distantes mantínhamos contato sempre que possível, e sim, eu sei que as vezes Kim pode ser meio dura com as pessoas, mas é o jeitinho dela né? Juro que eu tento fazê-la mudar.

— Fala sério pai, até quando vai ficar com essa foto aqui? - disse me sentando no banco do passageiro me referindo à foto pendurada no retrovisor junto à alguns chaveiros e coisas do tipo.

— Para sempre, olha como vocês era lindos! Sempre tão unidos. - fiz uma careta, a foto era péssima! Ok, era até fofa, mas eu usava franja e estava banguela dos dois dentes da frente, meu irmão estava com os cabelos bagunçados e com os braços enrolados em meu pescoço.

— Nesse dia eu tinha puxado os cabelos dela e ela chorou pra caramba. - Luke se pronunciou com um sorriso ladino no banco de trás. Me virei.

—E depois eu arranquei o braço do seu Homem-Aranha, bobão! - ironizei, ele cerrou os olhos e os revirou logo em seguida.

— Tudo bem, nada de brigas em plenas sete da manhã! Que tal um pouco de música, han? Essa é da minha época! - o mais velho aumentou o rádio resultando em um som totalmente estrondoso, com letras indecifráveis em minha opinião. Pressionei meus ouvidos com força.

— Pelo amor de Deus, pai! Está nos envergonhando! - disse abaixando o som e meu irmão concordou com a cabeça. - Ok, foi mal crianças. Só quero que estejam todos felizes para seu primeiro dia na nova escola, sabem que sua mãe adoraria isso. - evitava ao máximo falar sobre ela. Ele sempre foi um ótimo pai, fazia de tudo para estar presente, mesmo as vezes não conseguindo por conta do trabalho. Trabalho, trabalho e mais trabalho. Tudo girava em torno de trabalho.

Eu entendia seu lado, mas depois da morte da mamãe me senti mais sozinha do que nunca e não cheguei a me abrir para ninguém sobre esse assunto.

Tenham um ótimo dia, amo muito vocês! - respondi com "também te amamos!" enquanto batia a porta do carro, entramos pelos portões e começamos a andar nos corredores á procura de Kim. Não havia a visto desde a mudança.
"Onde está? Já cheguei." foi a mensagem que enviei para ela. Estava aflita, ouvia pessoas cochichando olhando para mim e para Luke, éramos conhecidos por conta de nosso pai, não que eu me importasse, pelo contrário, já estava acostumada com esse tipo de situação, mas as vezes ainda era desconfortável.

Escutei chamarem meu nome, quando me virei vi Kim, Anya, Megan e um garotos de cabelos cacheados do qual eu não fazia ideia do nome. Conhecia Anya e Megan porque fizemos amizade quando vim passar as férias do ano retrasado aqui em LA, desde então conversamos de vez em quando.

— Liv! Finalmente! - nossos corpos colidiram dando início a um abraço apertado, minhas bochechas doíam de tanto que sorria, senti tanta falta dela. - Você tá uma gatinha em! - falou me analisando, joguei meus cabelos castanhos para o lado brincando, ela riu.

— Tava com muita saudade. - falei e a abracei novamente.

— Oi meninas! Que saudade! - abracei elas enquanto Luke falava com Kim, as conhecida quando vim passar as férias do ano retrasado aqui

— Você eu não conheço? - sorri de canto e apontei para o garoto, que sorriu de volta.

— Sou o Matteo, muito prazer. - esticou sua mão ainda sorrindo, ele passava uma energia muito boa, super gentil.

— Muito prazer Matteo, sou Olivia prima da Kim, mas pode me chamar de Liv. - apertei sua mão e sorri.

—Kim falou muito sobre você e sua vinda para LA. - olhei para a mesma que ainda sorria

— Espero que tenham sido coisas boas! - todos rimos e fomos para sala, minha primeira aula era literatura, que coincidentemente também era a mesma que Kim, Anya e Matteo.
Luke era dois anos mais novo que eu então foi se encontrar com Joe, irmão de Kim.

Acabamos chegando atrasadas, juro que ainda mato Kim por querer ficar se admirando no espelho nos últimos minutos antes da aula! Bati na porta e pedi licença á professora, os outros três estavam atrás de mim. Assim que entrei fui atirada pelos olhares de todos presentes na sala, me sentei em dupla com a Kim e Anya sentou com Matteo.

A professora me olhou, sabia que esse momento ia chegar, dou apenas 3 segundos para a típica frase que ouço em todas as escolas que já frequentei.

— Deve ser a aluna nova, certo? - assenti com a cabeça - Poderia levantar e se apresentar para seus novos colegas de classe? - a mulher de cabelo loiros disse rude, apenas fiz o que ela pediu, já estava acostumada.

— Meu nome é Olivia Madison Clifford, tenho 13 anos e acabei de vir de Bedford na Inglaterra. - me sentei de volta tentando não encarar de volta todos que me encaravam, mas não pude deixar de notar um garoto loiro, na verdade ele aparentava ser loiro, mas seus fios eram ruivos, ele tinha olhos esverdeados também, sentado ao meu lado só que uma cadeira mais à frente que se virou e me analisou de cima a baixo com um sorriso ladino no rosto. Mas que idiota! Franzi o cenho para o mesmo que logo virou para frente de novo.

— Vejo que Andy já observou a próxima vítima. - a garota ao meu lado deu uma leve cotovelada em meu braço enquanto abria seu fichário.

— Ele é um serial killer ou coisa do tipo?

— Não, bobinha. Ele é só o menino mais gato do sétimo ano, desejado por todas as meninas, pega quem quiser.

Ah mas é claro! Típico de toda escola, o garoto mais gatinho e galinha!

— Já fiquei com ele uma vez, foi em um verdade ou desafio. Eu gostava do amigo dele na época, tenho arrepios até hoje desse dia! - ri quando ela fingiu um "calafrio", a professora começou a explicação.

Reencontrei minha prima e algumas amigas, conheci pessoas novas, tive uma má interação com um garoto e encontrei uma professora que aparentemente vai implicar comigo a partir de agora. 𝐍𝐨𝐯𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚: 𝐧𝐨𝐯𝐚𝐬 𝐩𝐨𝐬𝐬𝐢𝐛𝐢𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬.

Sparks Fly' Andy goldfarbOnde histórias criam vida. Descubra agora