Dois amigos, Uma esperança

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Apesar da dor de perder seus filhos, os reis fizeram uma linda cerimônia de despedida para o príncipe e a princesa. Um pequeno grupo composto por um violinista, um violonista e um pianista, tocava uma melodia linda e calma. Havia uma pequena porção das últimas tulipas brancas que sobreviveram aos eventos anteriores. Todos os súditos dos dois reinos estavam presentes para prestar suas homenagens, alguns colocavam flores brancas ao redor dos túmulos, outros apenas despejavam palavras de consolo, todos ali sentiam a dor da perda e uma gigantesca ira pelas ações dos reis.

Os dias se arrastavam, depois de toda a tragédia, e os reis ainda não tinham entrando em um consenso sobre o que fariam a seguir. Aquele orgulho latejante foi substituído por vergonha e tristeza, a guerra foi cessada, mas os reinos permaneciam em ruínas.

Pouco a pouco os moradores foram consertando a bagunça restante da batalha vazia travada por inocentes a mando de culpados.

O rei de Tules já tão triste por tudo, não se alimentava bem ou se quer levantava de sua cama. Foi pego por uma doença que ainda não se tinha tratamento ou se conheciam algo sobre ela. Abalado demais para conseguir abrir seus olhos, entrou em coma por um curto período. Enquanto o rei de Neves se afogou no álcool para tentar esquecer que estava sofrendo e acabava sofrendo bem mais.

A noite estava chuvosa quando o rei de Tules despertou e se manteve lúcido para convidar o rei de Neves para um café da manhã em seu castelo, precisava agir antes que sua doença agisse.

Quando chegou o momento do encontro o rei de Tules que antes não conseguia se levantar da cama, estava posto em sua cadeira na mesa de jantar esperando ansioso a chegada de seu antigo amigo.

O rei de Neves, que tentou o máximo não beber do momento que recebeu o convite até o presente momento, se encontrava nervoso, remexendo nos nós de seus dedos, sem conseguir encarar o seu ex-amigo.

Os dois reis já estavam há um bom tempo sentados à mesa sem conseguirem se encarar ou falar qualquer coisa. O silêncio foi quebrado com a chegada dos criados com os pratos do café da manhã, foi só quando os criados saíram do cômodo que o rei de Tules levou seus olhos em direção ao rei de Neves e proclamou uma desculpa sincera e dolorosa. Ele tremia, mas não de medo ou frio, e sim de vergonha, não conseguia acreditar que fora capaz de ir tão longe por conta do orgulho. Quando os olhos do rei de Neves encontraram os do rei de Tules, não conseguiu mais segurar e despejou toda a sua dor em forma de lágrimas. Levantou-se e agarrou seu amigo proclamando várias vezes "desculpa" entre um soluço e outro.

Depois de se acalmarem devidamente, eles foram para uma caminhada onde deveria ser o imenso e lindo campo de tulipas brancas e que agora só restava a terra vazia e os túmulos de seus filhos que foram postos lado a lado. Neste dia, um mês após o fim da guerra, os reis decidiram unir os reinos com a promessa de que nunca mais brigaram e assim criariam um estado mais forte e seguro que chamariam de: "Clisbor", uma junção um pouco distorcida dos nomes do príncipe e da princesa.

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Um ano depois da junção dos reinos, o rei do reino que anteriormente se chamava Neves, comandava sozinho Clisbor, um estado bem sucedido e pacífico. Após seu grande e melhor amigo perder sua luta contra uma doença sem nome! O rei de Clisbor visitava todos os dias os túmulos de seu filho, de sua nora e de seu amigo, que foi sepultado ao lado de sua filha.

No grande campo onde residem os túmulos daqueles queridos pelo rei, a flora voltava aos poucos. As chuvas e os belos dias de sol, fizeram bem para essas terras, a grama voltou a cresce verde e forte, onde haviam várias tulipas brancas, que cresciam naturalmente, agora haviam, em alguns pontos do imenso jardim, tulipas que, por razões desconhecidas, cresciam naturalmente vermelhas e belas. Isso fez com que o rei de Clisbor transformasse aquela nova flor com uma coloração antes vista apenas em rosas, num símbolo do estado, adicionou sua imagem á bandeira do estado e em seu hino mencionava a tulipa vermelha como um amuleto do amor verdadeiro e eterno.

Fim.

Betagem de todos os capítulos feita por: LightMaryLight, Luz Maria.

A Primeira Tulipa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora