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Vinnie Hacker
Sexta-feira

Estava sentado no sofá da sala, conversando com minha mãe sobre como estou indo na faculdade, sobre minha vida social e, é claro, minha vida amorosa.

– Vinnie, eu acho ela tão bonita, tão inteligente e dedicada! Por que você não tenta se aproximar mais dela?

– Me aproximar mais?! – falo em meio a risadas – Mãe, eu conheço a Jenna desde criancinha, já somos próximos o suficiente para sabermos que nossa relação é de amizade.

– Ok! E quanto a Mikaela? A filha dos vizinhos? – dá um leve tapa em meu ombro.

– A Mikaela... – agradeço mentalmente quando sou interrompido por uma ligação vinda do meu celular – Alô? – falo com o celular na orelha, e me levantando do sofá indo até a cozinha buscar um copo d'água.

Vincent Hacker! Quanto tempo... – acidentalmente deixo o copo de vidro que estava em minhas cair quando reconheço a voz que falava do outro lada da linha.

– Vinnie?! O que foi isso? – minha mãe grita da sala.

– Não foi nada, mãe! Só deixei um copo cair – respondo no mesmo tom.

Se assustou foi?! – Zion debocha, me fazendo sair do estado de choque em que eu havia entrado.

O que caralhos você quer comigo Zion?! – digo quase em um sussurro, com receio de que minha mãe escute algo.

– Eu só quero esclarecer algumas coisas, cara. O que acha de nos encontrarmos agora?

– Achei que tudo estivesse esclarecido depois de vocês terem tentado me matar no ano passado – falo indo até o meu quarto, e tranco a porta logo em seguida.

Ótimo! Esteja no estacionamento do hotel Hilton daqui meia hora – ignora o que eu disse propositalmente – Foi bom falar contigo de novo, Hacker – e desliga.

Eu não sabia o que fazer. Eu sabia muito bem que seu eu fosse, Zion e os amigos iriam fazer algo comigo, mas também sabia que se eu não fosse, eles dariam um jeito de fazer algo não só comigo, mas com os pessoas próximas a mim.

Zion me mandou o endereço do hotel em que ele estava hospedado, era exatamente trinta minutos de distância da minha casa. Eram onze e cinco da noite, e sem pensar muito fui até a sala, onde minha mãe ainda permanecia assistindo televisão e peguei a chave do meu carro no centro de mesa.

– Vai sair? A essa hora? – pega o controle e abaixa o volume da TV.

– Eu preciso resolver umas coisas com Jordan, vou tentar não demorar. – minto.

Não demorou muito para que eu chegasse ao hotel, meu coração estava batendo mais rápido que o normal, e eu não conseguia sequer pensar direito, adrenalina era tudo o que eu conseguia sentir no momento. Estacionei o carro fora do hotel, e fui até o estacionamento, como Zion pediu, e lá estava ele. Ou melhor... Eles.

Zion, Joshua e Eliot. Meus melhores amigos do ensino médio, que agora eu considerava meus piores inimigos, desde o dia que eu fiquei em coma por dez dias graças a eles.

– Sejam breves, por favor – falo me aproximando deles.

– Você não está em posição de exigir nada aqui Hacker! Você nos deve, e muito – Eliot cruza os braços e encara até a minha alma com seu olhar.

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