Capítulo 04

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Lia Roux

Acordo com a claridade entrando por uma pequena fresta na cortina. Posso sentir o calor do corpo de Luiz Fernando em minhas costas, percebo que ele está com os braços a minha volta em um abraço frouxo. Me atrevo a escorregar pela cama para ir à cozinha beber água, ele se move suspirando mas não acorda e é a minha vez de suspirar de alívio.

Pego meu celular e vejo mensagem de Greg.

"Precisamos resolver sobre o TCC hoje. Já adiamos o suficiente."

Nem um "Bom dia"? Aparentemente ele está bem chateado. Greg é perfeccionista, estudioso e dedicado em tudo que faz. Nos conhecemos no início da faculdade e desde então somos próximos, não a níveis altos, o máximo que tivemos de proximidade, foi um barzinho após a faculdade, do qual não me orgulho por não lembrar absolutamente nada. Greg me deixou em casa aquela noite e só me lembro de acordar com uma ressaca fodida.

"Hoje a noite na faculdade vamos nos reunir para decidir, vou chegar às 17h".

Envio a mensagem de resposta a ele e deixo o celular de lado. Desço as escadas em direção a cozinha e levo um susto ao ver Carlos sentado com seu violão, ele estava sem camisa e era tudo que eu conseguia ver por ele estar atrás da bancada da cozinha. Ele olhava atento para seu tablet e ao lado tinha uma xícara de café bem quente devido a quantidade de fumaça que saia dela.
Ao notar minha presença ele se assustou e bateu a mão nas cordas do violão emitindo um som seco.

"Não venha para cá pois eu estou semi nu" cantarolou ele tocando algumas notas. A cena foi tão espontânea que não consegui conter o riso. Foi nítida a tensão que deixou seus ombros quando me viu rindo.

_ Eu só vim buscar um copo de água, pode continuar sua composição.

_ Não imaginei que vocês fossem acordar tão cedo, devia ter me vestido adequadamente.

Ele parecia verdadeiramente envergonhado.

_ Acredite, a intrusa daqui sou eu!

Sinto uma mão segurar minha cintura com firmeza e meu coração acelera.

_ Você não é intrusa, a minha casa é sua baby.

Luiz Fernando deu um beijo em meu pescoço ao terminar a frase, me fazendo arrepiar.

_ Carlos, vá pôr uma droga de roupa!

A risada estridente de Carlos invadiu a cozinha e por um momento, um breve momento, senti o conforto de estar em um lar. Ele sai andando de costas com o violão na frente de sua cintura para que não víssemos sua cueca que era nitidamente preta com listras brancas. Ao sumir de nossa visão, Luiz me vira em sua direção e encara meus olhos com cautela.

_ Conseguiu dormir bem baby? Ele pergunta acariciando minha bochecha com suas mãos.

_ Sim, bem até demais. Não quis te acordar, vim apenas pegar uma água.

_ Se não quisesse deveria ter trago seu celular, não parou de vibrar por uns dez minutos.

_ Oh. Por essa eu realmente não esperava, ele estende a mão e me entrega o celular.

Verifico a tela e vejo que são mensagens de Greg e Zoey. E três ligações perdidas dela. Rapidamente retorno a chamada e ela atende no mesmo instante.

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⏰ Última atualização: Aug 18 ⏰

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