Porque com este romance tudo começou.
O barulho no aeroporto de Heathrow era considerável. Vega foi emdireção à saída, empurrando o carrinho em que carregava sua malaenorme. Não sabia quem iria buscá-la. Seu pai havia se mostradomuito misterioso com todo o assunto; A única coisa que lhe tinhadito era que um homem com um cartaz do Hotel LDN a estaria esperandoperto da fila dos táxis.
Vega ficava irritada com tanto drama. Ela foi forçada a deixarMadrid com pressa, sem se despedir de ninguém, em um momento em quesua agenda estava lotada de festas e planos interessantes. Só tinhaconcordado porque era a primeira vez em sua vida que via seu pairealmente preocupado, mas já começava a se arrepender.
Assim que ela saiu, uma lufada de ar gelado a fez se envolver najaqueta fina que cobria seu vestido.
«Maldição», pensou, «acho que me equivoquei de roupa».
Ao sair de Madri a temperatura rondava os vinte e três graus e o céubrilhava em um magnífico tom azul cobalto; nada a ver com o diacinzento e desagradável que a recebia em Londres.
Olhou ao seu redor, um monte de táxis esperava em uma ordenada filaalguns metros mais à frente. Ao se aproximar, viu um homem acenandopara ela.
—Vai para o LDN Hotel, senhorita? — perguntou com um fortesotaque cockney mostrando-lhe o cartaz —. Se você quiser,eu levo sua mala.
— Perfeito, muito obrigada — respondeu em seu inglês perfeitoda BBC. Pelo menos, o dinheiro que seu pai tinha gasto em suaeducação tinha sido bem empregado.
O hotel não ficava longe do aeroporto. Certamente não era o hoteltípico onde ela costumava ficar. A aparência era bastante sombria,pouco mais que o básico para os pobres viajantes cujo avião haviasido cancelado e foram forçados a passar a noite em terra.
«Isso está ficando mais deprimente» ela disse a si mesma comraiva.
O taxista, ou o que fosse, dirigiu-se à sombria recepção e, empoucos minutos, voltou com uma chave.
— Levarei sua mala.
O elevador estava quebrado e Vega ficou contente por ela não estarcarregando a mala pesada nos três lances de escada.
O homem parou em frente ao quarto 301, abriu a porta, olhou paradentro e deixou a bagagem em um banquinho ao pé da cama pequena.
Vega pegou a carteira na bolsa e preparou-se para pagá-lo.
— Não é necessário senhorita, tudo está acertado. Boa noite.
Sem mais, o homem abriu a porta, olhou para os dois lados antes desair e fechou-a com suavidade. Apesar de sua aparência branda, ficouclaro que ele não era um motorista de táxi comum.
Vega olhou ao seu redor cada vez mais irritada.
—Que grande miséria! — exclamou em voz alta.
O quarto, pequeno e escuro, tinha um ar deprimente com os escassosmóveis e a patética gravura torta pendurada em uma das paredes.Impaciente, olhou para o banheiro e notou com alívio que, apesar depequeno, pelo menos parecia bastante limpo.
De um puxão, tirou a colcha alaranjada de tecido sintético cheia demanchas suspeitas e se deitou na cama com os olhos pregados no tetoenquanto amaldiçoava seu pai. Sua lista de insultos já estava no«m» de malvado e mentiroso, quando alguém bateu na porta.
—Quem é? — ela perguntou assustada.
Não houve resposta.
Vega, mais do que um pouco assustada, levantou-se, pegou a caneta queestava na mesa de cabeceira, tirou a tampa e, segurando-a como sefosse uma lança Masai de 1,5 metro de comprimento, esperou com ocoração batendo no peito.
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O protetor
RomanceDiante da ameaça de um possível sequestro, o pai de Vega a obriga deixar Madri e voar para Londres, onde Martin Grant, um ex-membro da força de segurança de seu pai, se encarregará de protegê-la. O atraente Martin fará Vega passar como sua sobrinha...