CAPÍTULO SEIS

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A luz fraca da manhã começou a infiltrar-se pelas frestas das janelas, trazendo um novo dia

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A luz fraca da manhã começou a infiltrar-se pelas frestas das janelas, trazendo um novo dia. Enquanto Brittany permanecia em seu quarto, eu já estava de pé, inquieto, pensando sobre como as coisas haviam se desenrolado tão rapidamente.

Observá-la durante a noite não foi tão simples quanto eu imaginava. Ela estava alerta, desconfiada, e eu sabia que não podia dar á ela motivos para acreditar que estava segura ao meu lado. Afinal, eu era o "sequestrador" que a mantinha aqui contra sua vontade.

Mas havia mais em jogo do que ela compreendia. Donovan Thompson, o homem que me contratou, tinha planos obscuros para Brittany, e eu não tinha intenção de permitir que ele os realizasse. Eu tinha minhas próprias razões para estar envolvido nisso, razões que ela desconhecia.

Enquanto eu andava pelo pequeno espaço onde estávamos confinados, meus pensamentos se tornaram mais claros. Era hora de tomar uma decisão. Eu poderia continuar com o papel de sequestrador frio e calculista, ou poderia revelar a verdade a Brittany e tentar ganhar sua cooperação.

Por mais que a ideia de confiar nela fosse arriscada, eu sabia que não podia enfrentar Donovan sozinho. Afinal, eu tinha mais q perder do que ele.

Com um suspiro, me aproximei da porta de Brittany e bati.

- Acorde mimadinha! - Bato freneticamente na porta do quarto onde ela se encontra.

"Porque eu estou batendo?, Nem há necessidade disso aqui." - Murmuro e abro a porta.

Brittany acorda com um susto. - O que você quer agora? - Ela resmunga, claramente ainda sonolenta.

- Levanta, temos muito o que fazer hoje. - Respondo, mantendo meu tom firme.

Ela olha ao redor, ainda confusa. - O que quer dizer com "muito o que fazer"?

- Donovan quer que eu mantenha um olho em você, e isso significa que você vai me ajudar em algumas coisas.

Brittany parece furiosa. - Eu não vou fazer nada para ajudar você ou esse tal de Donovan! Você acha que pode me manter aqui como uma prisioneira, mas eu não vou colaborar!

- Você não entende, Brittany. Estamos todos envolvidos nisso agora, quer gostemos ou não. - Digo, tentando fazer com que ela compreenda a gravidade da situação.

Ela cruza os braços e me encara com determinação. - Eu não me importo. Eu vou descobrir uma maneira de sair daqui e voltar para a minha vida.

Suspiro, sabendo que ela não entende completamente a complexidade da situação. Mas não posso culpá-la por querer fugir.

No entanto sou interrompido por uma ligação.

Recebo a ligação de Donovan enquanto Brittany ainda parece irritada comigo por mantê-la aqui. Com a chamada entrando, atendo o telefone e seguro-o com firmeza.

- Mercer, como estão as coisas por aí? Espero que você e nosso prêmio estejam se dando bem.

Eu bufei de frustração, mas escolhi minhas palavras com cuidado. - Não tem sido exatamente um passeio no parque. E Brittany não é alguém que se deixe manipular facilmente, Donovan.

Houve um silêncio momentâneo do outro lado, e então ele riu, um som sinistro que enviou arrepios pela minha espinha.

- É por isso que eu gosto dela, Mercer. Ela tem personalidade. Mas lembre-se de que ela é apenas uma parte do quebra-cabeça. Agora, tenho notícias para você. Fui muito eficaz na administração dos assuntos dos pais dela. Eles estão agora sob meu controle, e aquele testamento que Brittany tanto valoriza? Ah, bem, ele agora é completamente dela. E depois será meu, como sempre foi.

- Ai merda ela ouviu a nossa conversa - penso.

Brittany me olhou com uma mistura de choque e ódio em seus olhos. Donovan continuou, como se soubesse que estava nos torturando.

- Claro, isso significa que, no final, tudo dependerá de você, Mercer. Se você cumprir sua parte, Brittany terá sua herança e seus pais de volta. Caso contrário...

Ele não precisou terminar a frase. O o que ele estava tentando insinuar era claro: se eu não entregasse Brittany conforme o acordo, os pais dela seriam prejudicados.

- Meus pais não ligam pra mim, nunca recebi amor e carinho da parte deles, mas não aceito que alguém que eu nem conheço faça isso comigo, com meus pais e com minha vida! - Diz quase cuspindo de ódio, enquanto encerro a ligação.

Brittany falou com uma intensidade que mostrava a profundidade de sua raiva e desespero. Ela estava cercada por circunstâncias que a forçaram a tomar decisões difíceis, a confiar em alguém que era, até então, um estranho em sua vida, ela nunca foi uma estranha para mim.

- Eu entendo, Brittany. Ninguém merece passar por isso, muito menos alguém que foi criado em um ambiente de indiferença. - Minhas palavras foram escolhidas com cuidado, e eu olhei diretamente nos olhos dela. - Nós vamos dar um jeito nisso, mas precisamos agir com inteligência e cautela.

-Eu queria lisa aqui, ela sempre me fazia rir com as maluquices dela, a minha vida nem está fazendo mais sentido, está parecendo Nárnia.

Brittany soltou um suspiro profundo, olhando para o vazio. Eu podia ver a saudade em seus olhos, a vontade de ter um pedacinho do mundo que era dela antes de tudo isso acontecer.

- Você nem conhece ela mas... Ela é tipo a pessoa mais maluca e divertida que eu conheço. Minha vida tá parecendo aquele negócio da Nárnia, mas sem os bichos falantes e os leões majestosos.

Brittany soltou um suspiro e olhou para mim com uma expressão perdida.

- Sabe, Noah, só a Lisa sabia da máscara que eu sempre uso...

As palavras dela pairaram no ar, carregadas de significado. Era como se Brittany estivesse compartilhando um segredo profundo, algo que a perturbava. Me sentei ao seu lado na cama e falei de forma descontraída.

- Às vezes, todo mundo usa máscaras, Brittany. É como nossa armadura contra o mundo lá fora.

Ela assentiu, uma pitada de tristeza nos olhos.

- Mas e se essa máscara que eu usei por tanto tempo me afastou das pessoas que realmente importam?

Percebi a dor em suas palavras, a luta que ela travava consigo mesma. Brittany estava começando a enxergar que a vida que levava antes desse pesadelo era uma ilusão, uma máscara que escondia a verdade.

Eu sabia que estava diante de uma jovem forte e resiliente, alguém que não estava disposta a ser controlada por Donovan Thompson ou por qualquer outra pessoa, mas que também fingia ser alguém por pressão de todos, igual quando a vi quando éramos apenas duas crianças.

[...]

» O que será que Noah está insinuando com essa última frase? Segredos do passado talvez? Só lendo pra descobrir.

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⏰ Última atualização: Sep 29, 2023 ⏰

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