[5] A morte do Lorde das Trevas, pt1

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Hermione se acomodou novamente no sofá, extraiu a memória anterior e a colocou de volta em seu frasco. Pegando o próximo frasco, ela o despejou na peneira e mergulhou o rosto nele antes que pudesse pensar em outro motivo para adiar.

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Hermione se viu sentada na ponta da cama de Harry, atrás das cortinas fechadas. Era a mesma noite que as outras lembranças. Ela observava Harry se revirando, sem nunca fechar os olhos completamente, enquanto esfregava constantemente a cicatriz. Ele finalmente se sentou e soltou um grunhido frustrado. As cortinas se abriram e Ron estava lá.

Hermione sorriu ao ver esse Ron mais jovem. Esse era o seu Ron de quando tudo era desejo, confusão e batimentos cardíacos acelerados. Antes de se tornarem amantes e quase arruinarem tudo.

"O que foi, Harry?", sussurrou Ron.

"Voldemort. Ele ainda está furioso. Faltam oito Comensais da Morte e ele está furioso. Começou a ordenar a execução de pessoas." Harry olhou para Ron. "A mãe de Draco está morta. Vou ter de contar a ele pela manhã."

Ron aspirou o ar. "Isso é difícil. Eu não confio no furão, mas se ele realmente estava tentando salvar a vida de sua família, então você tem que se sentir mal por ele. De qualquer forma, Dumbledore está morto. Se ele tivesse feito isso, a mãe dele estaria viva". Ron balançou a cabeça e sentou-se na beirada da cama. "Vai ser difícil confiar nele, Harry."

"Eu sei. Mas Dumbledore achou que ele valia a pena. Acho que vale a pena tentar, pelo bem de Dumbledore."

"É verdade. Mas Dumbledore não era o melhor juiz de caráter. Ele também confiava em Snape."

"Sim, isso é verdade." Os dois ficaram em silêncio e Hermione praticamente podia ouvir os pensamentos de Harry. Ele ainda estava cheio de raiva e confusão. Ele adorava seu Diretor, todo o seu desejo desesperado de ter uma família havia transformado Dumbledore no avô amado que ele nunca tivera. A raiva havia se distorcido em torno da confusão e criado um vórtice emocional que, meses depois, foi quase impossível para ele navegar.

Hermione observou Harry sibilar de dor. Ron agarrou seu ombro.

"Alguma novidade?", perguntou ele, com a voz cheia de preocupação.

"Voldemort. Ele está feliz. Está muito feliz."

"Ele deve ter acabado de descobrir." Ron se inclinou para trás e esfregou o queixo, onde só recentemente havia começado a se barbear. "Acho que deveríamos recrutar o furão. Se ele puder ajudá-lo a bloqueá-lo, então valerá a pena. Acho que Snape não queria que você realmente aprendesse Oclumência."

Harry ofegou e agarrou a testa, balançando para frente na cama. Hermione sentiu-se sugada para longe enquanto se juntava à memória de Harry por dentro.

"Mande-o entrar! Traga-o para mim!"

Hermione estava desorientada. Levou um minuto para ela perceber que era Voldemort. Harry havia tentado avisá-la, mas ela não estava preparada para a sensação de estar presa em uma armadilha. Ela passou a ter um novo respeito pelo amigo. Harry lidava com essa prisão mental por opção agora.

Ela só pôde olhar ao redor da sala quando o Lorde das Trevas o fez. Havia vários homens e mulheres em volta do que parecia ser uma sala de visitas em ruínas. Ela sabia que era a antiga propriedade de Riddle porque a Ordem havia encontrado seus restos no dia seguinte.

O campo de visão virou e Hermione estava olhando para as portas que haviam sido abertas para revelar vários Comensais da Morte. Eles se abriram como uma maré negra e revelaram um homem caminhando lentamente em sua direção. Snape. Hermione podia 'sentir' a lembrança do deleite de Voldemort. A memória interna de Harry fornecia mais detalhes emocionais do que o normal.

The Occluded Soul | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora