RESSENTIMENTO

Capítulo 20

Os transeuntes já se perguntaram pelo menos uma vez por que é o número treze e não o número doze ao lado do número onze. A única resposta plausível a essa pergunta que encontraram foi um erro administrativo. Nunca em seus sonhos mais loucos eles imaginaram que o número doze estava escondido com magia, e estava ocupado com uma das antigas casas nobres do mundo bruxo. A Casa dos Black, caracterizada por seus cabelos escuros e rostos mais claros, além de olhos claros, reside no Número Doze, Grimmauld's Place, há muito tempo.

O lugar estava repleto de tesouros e relíquias, decorado com uma tapeçaria de árvore genealógica no centro. A atual dona da casa, Walburga Black, prima em segundo grau e esposa de Orion Black, era uma mulher de sentimentos aguçados e gosto refinado. Ela gosta que sua casa siga a tradição de seu pai e de antes dele. Lugar sombrio e proibitivo, por assim dizer, ela prefere que continue com a aparência agourenta de que sua família continuou a manter sua dignidade.

No final de um longo corredor da porta da frente havia uma sala de jantar. Cômodas com inúmeras porcelanas com o brasão de Black alinhadas ao longo de um lado da sala, havia uma mesa retangular muito grande coberta com tecido marfim. O castiçal prateado brilhava no meio, a mesa estava ocupada com a família Black, exceto uma.

Já faz um bom tempo que o local próximo ao Orion Black estava vazio. Regulus, o filho mais novo de Orion Black, nunca tentou sentar-se no lugar vago. Então, desde que o filho mais velho de Orion deixou a casa para ir para a casa de Potter, ninguém sentou lá.

Apenas o tilintar de pratos e garfos encheu a sala até que Walburga começou,

"Como vão seus trabalhos escolares?"

Regulus ergueu a cabeça para encontrar o olhar de sua mãe. Aqueles olhos cinzentos e gelados, escondendo efetivamente qualquer sentimento, atravessavam o azul de Regulus.

O menino respondeu calmamente: “Tão bem quanto esperado, mãe”.

Com isso, Walburga não demonstrou alegria. Em vez disso, uma contração em sua sobrancelha disse que não era isso que ela queria ouvir.

“Nenhum filho meu deveria receber nada além de Excelente”, disse a mulher.

Com seus cabelos loiros e lustrosos presos firmemente em um coque, o rosto pálido de Walburga parecia quase uma peça de mármore, sob a luz fraca das velas.

Régulus assentiu.

"Quero que suas notas sejam perfeitas, assim como seus créditos de atividades extracurriculares. Você entendeu? Nenhum filho nascido nesta família deixou de receber Excelente em todos os currículos. Você deve e receberá nota máxima." Colocando ênfase no 'deverá', Walburga parou para tomar um gole de seu vinho tinto.

Regulus não respondeu, pois sabia que ela estava falando mais consigo mesma do que com ele. Como que para provar isso, Walburga continuou a murmurar o quão perfeito ele deve ser, e será, e como fará brilhar o nome da família. Orion permaneceu em silêncio, assim como seu filho.