Capítulo 12

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Ele podia ouvir sua respiração ecoando no túnel rochoso. Estava iluminado pelo luar pálido, fraco e azul acinzentado. No túnel silencioso, os únicos sons eram sua respiração irregular e os baques quando Severus cambaleou no chão irregular.


Uma voz em sua cabeça falou: Pronto, quase lá. Acabará em breve. Todos os seus tormentos terminarão quando você chegar lá.


Ele não estava com medo. Ele estava caminhando em direção à sua liberdade.


Severus saiu do buraco e subiu as escadas de um barraco, que levava a um quarto abandonado. Seu corpo parecia pesado e flácido, mas ele não sentia nada disso incomodando porque sabia que estaria livre de todas essas agonias.


Está tudo bem, você não vai sentir nada disso, disse a voz.


O lugar, o lugar assombrado que todos chamam, era escuro e sombrio. A velha floresta rangia quando Severus se aproximou de uma das portas de onde vinha um grunhido. Quanto mais perto ele chega, mais alto fica. E os grunhidos se transformaram em gemidos de dor e Severus pôde ouvir algo terrivelmente como se um osso estivesse quebrando e se recolocando. Severus estendeu a mão e empurrou levemente a porta sombria, que rangeu e se abriu amplamente, revelando um lobisomem em transição. O cabelo brotava rapidamente de todos os lugares enquanto “ele” se torcia e girava em agonia com a transformação. Seus dentes se alongaram em caninos, suas mãos e pés se transformaram em garras. A fera uivou alto quando as mudanças foram concluídas e seus olhos verdes se voltaram para os pretos.


Não.


Severo congelou. Petrificado, ele não conseguia nem gritar. Seu pelo se arrepiou enquanto tremia levemente. A fera de quatro patas começou a se mover em direção a Severus. Ele olhou para ele com seus verdes vívidos, como faz com uma presa. O lobisomem mostrou seu canino e rosnou.


Uma dor aguda atingiu sua barriga e Severus automaticamente disparou para agarrar seu abdômen. Ele podia sentir o sangue escorrendo pelas pernas. Cheirava isso. Era tarde demais; Severus iria matar a criança.


O que eu fiz…?


Mesmo antes que ele pudesse terminar, a criatura avançou.





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… Severus acordou muito antes do sol nascer. Mas ele não abriu os olhos e saiu da cama. Sempre foi difícil para ele acordar de manhã, ainda mais agora que estava grávida. Ele estava na vigésima semana; sua barriga cresceu visivelmente. Todas as manhãs, ele costumava acordar com medo de ter que aguentar mais um dia. Depois de engravidar, Severus teve que lutar contra o grande peso que o pressionava, perturbando seu sono.


Severus se sentia exausto apesar de ter dormido, todo o seu corpo inchado e inchado e suas costas doíam imensamente. O garoto sonserino gemeu involuntariamente ao sair da cama, apertando a barriga. Ele pegou o uniforme e se vestiu depois de se limpar com charme. Severus pegou sua mochila escolar e bateu na entrada do berçário com sua varinha. Ele se abriu.

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