RESSENTIMENTO

Capítulo 22

Remus estava na biblioteca com Severus, estudando juntos. Isso pode ter soado estranho aos seus ouvidos há alguns meses, já que os dois nunca pronunciaram uma única sílaba desde... desde sempre. Mas agora ele estava aqui, rabiscando um pergaminho ao lado do magrelo sonserino lendo um volume gigantesco.

A vida é apenas um mistério, pensou Remus.

Uma campainha tocou avisando que era hora do jantar.

Remus começou a guardar suas coisas assim como o outro garoto também. Severus parecia tão magro e pequeno; sua pele estava pálida como se ele nunca tivesse visto a luz do dia. O garoto da Grifinória olhou calmamente para o garoto fechado mexendo seus livros na mochila. Eles eram pesados ​​demais para os braços ossudos levantarem, aos olhos de Remus.

Remus instintivamente se lançou para agarrar o garotinho quando ele conteve um gemido de dor ao se levantar.

"Ei, você está bem?" Remus perguntou, com um olhar preocupado.

Severus virou-se para ele, cansado.

"Estou bem", ele murmurou.

Mas ele não parecia bem aos olhos de Remus. Ele apertou ainda mais o braço do menino, apoiando-o. Felizmente, Severus não o afastou. Embora ele supusesse que a dor havia causado o menino, Severus realmente se apoiou no suporte antes de se endireitar completamente lentamente.

O menino estava mais pálido, se é que isso é possível.

Remus não sabia o que havia de errado com o garoto. Severus se cala toda vez que tenta entender as coisas. A mesma coisa acontece com Sirius também. O sonserino não parece particularmente doente a princípio, mas Remus percebeu que há algo errado com o garoto depois de passar bastante tempo perto dele.

"Você não parece bem", Remus respondeu, olhando para o brilho repentino de suor que se formou em sua testa.

Severus novamente calou a boca, franzindo a testa. Ele se recusou a olhar nos olhos dele e começou a caminhar em direção à porta.

"Eu disse que estou bem", ele disse severamente.

Remus franziu as sobrancelhas, mas não disse nada. Em vez disso, ele pegou a mochila de Severus e jogou-a por cima do ombro.

"Deixe-me pegar sua bolsa", disse Remus, "você está indo para o Hall, certo?"

Severus assentiu.

Remus sorriu, apontando para a porta.

Os dois saíram da biblioteca.

Todos na biblioteca olharam para os dois, sussurrando.

Remus sabia que eles estavam conversando sobre suas histórias. Histórias fabricadas tecidas com frações de fatos. Remus sabia disso, mas não podia gastar suas preocupações com isso. Normalmente, ele ficaria totalmente preocupado com o que as outras pessoas dizem sobre ele. Ele se preocuparia com a forma como as outras pessoas o veem. Ele ficaria preocupado se eles começassem a notar.

Essas preocupações costumavam acovardá-lo, impedi-lo de fazer a coisa certa. E o trouxe até aqui. É por isso que ele queria mudar. Ele queria se libertar desses medos e fazer a coisa certa. Ele não cederá àquelas fofocas curiosas que começam a ficar mais ofensivas.