Viciei ou Dispiei?

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(Samuel Pov's)

Olhei ao redor, todos aqueles carros, fumaça, bebidas, pessoas gravando.
Fiquei apenas encostado no meu carro observando.
Não havia ciência de que tais corridas ilegais ocorressem no rio, mas não é problema meu, se ninguém reclamar, ou se machucar claro.

Com um cigarro entre os dedos, olhei no meu relógio de pulso, 23h40.
Será que ela gostou do colar?
Será que jogou no lixo? hm....

Hugo: veja - ele virou o celular pra mim, era uma foto de sarah, uma criança e giovanna no cinema...

Samuel: acha que eu devo esquecer?

Hugo: não, mas tem que implorar - ele deu uma leve risada e eu me irritei

Samuel: implorar?? é humilhante

Hugo: humilhação é ser traído. - ele falou sério e eu engoli em seco

Samuel: eu sei.

Hugo: seja sincero consigo mesmo, pelo menos uma vez

Samuel: só estou confuso - dei um trago no cigarro e deixei a fumaça subir

Hugo: essa confusão vai te arrastar pro fundo do poço

Samuel: eu dei a ela um colar de 160 mil reais....o que ela quer? - passei a mão no rosto

Hugo: talvez atitudes, você parece estar tentando compra-la, pode funcionar com mulheres rasas....mas senhor borussi, não vai funcionar com ela

Samuel: tudo bem - respirei fundo e joguei o cigarro no chão, pisando no chão para apaga-lo

Hugo: boa sorte - ele riu e deu um tapinha nas minhas costas antes que eu entrasse no carro

Não tenho nada na mente.
Já pedi desculpas, já tentei de tudo, ou quase tudo.
E se eu esquecer? Mas como?

Pesei o pé no acelerador e fiquei dirigindo sem rumo pela cidade, o movimento era o mesmo, a música em tom de lounge, e um vazio na mente.
Um cansaço.

Finalmente depois de voltas e voltas pela cidade, estacionei o carro em frente a casa de sarah, havia apenas uma luz ligada.
Fiquei observando a casa de longe, talvez me preparando mentalmente pra isso.
Sai do carro e toquei a campainha.
Nada nas mãos, mente confusa, corpo exausto.

Sarah abriu a porta, e me olhou em tom de desdenho, ou cansaço.

Samuel: quero que tudo volte ao normal, é isso, estou sendo mais claro possível sarah

Sarah: é complicado

Samuel: não precisa ser

Sarah: quando a confiança é quebrada samuel, se torna complicado sim

Samuel: e meu arrependimento?

Sarah: não parece arrependido

Samuel: você nem fala comigo mais, como vai notar algo?

Sarah: eu não paro de pensar em você às vezes, em nós.

Samuel: e eu penso o mesmo, mas, não só às vezes, toda hora, todo minuto, todo segundo sarah, eu estou pensando em você - olhei em seus olhos, com toda sinceridade do mundo.

Sarah: porra... - ela respirou fundo, ainda com os olhos fixos nos meus, sarah me beijou.

Por alguns segundos fiquei surpreso, mas segurei em sua cintura, lhe trazendo pra perto.
Aproveitando cada minuto, cada segundo, cada milésimo dela.

Assim que ela se afastou, sorriu.
Será que ela sabe que esse sorriso me deixa fraco...?
Não consegui evitar, dando um leve sorriso, logo meus olhos foram para seu pescoço, ela estava com o colar.

Samuel: gostou?

Sarah: uhuum - ela sorriu e olhou pro colar

Samuel: quer a cartier pra você? - brinquei e ela riu

Toda aquela dor de cabeça e tensão, sumiu.
Pareço estar no céu.

Sarah: quer entrar?

Samuel: uhum - sorri e entrei acompanhado ela

Sarah: silêncio, a maia está lá encima dormindo

Samuel: sem barulho então - me sentei no sofá e simplesmente ela sentou no meu colo, de frente pra mim, me olhou nos olhos e segurando minha nuca, com os dedos entre meus cabelos, me beijou novamente.

Nunca enjoaria disso.
Seu toque.

O.P FLOR 3 - BOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora