Ki Company - Seul
Ki Do-Hoon odiava esperar. Sabia que deveria ter ido ele mesmo resolver aquele problema. O molenga do Suho, não daria conta do recado.
Para piorar o seu estado de nervos, seu celular particular não parava de tocar. Lee Yu-Ji, filha do senador Lee. Haviam se conhecido há mais ou menos um mês em uma boate. Ela é do tipo de mulher que chama a atenção por sua discrição, uma bela moça de família. Nascida em berço de ouro, bem-educada, sabe se portar perfeitamente em público. Apesar de ter nascido na Coreia do Sul, suas feições são estrangeiras mesmo que seu pai seja naturalmente coreano. Longos cabelos negros, lindos olhos azuis, pele alva e suave, mas... Com tudo isso, não era como se Yu-Jin fizesse o "tipo" de Do-Hoon.
Era acanhada demais, sempre que os beijos e caricias de Do-Hoon ganhavam um tom mais malicioso, ela sutilmente o interrompia. Sendo assim, ele se "via obrigado" a manter seus outros casos.
O mais frequente e duradouro, era sua secretária particular. Sua eficiência e discrição fizeram com que Do-Hoon compartilhasse com ela, não só uma cama, mas partes dos negócios além da Ki Company.
Seu pai deu início a uma das maiores produtoras e fornecedora de maquinário pesado do mundo. Os Ki estão presentes na frota naval e nas maiores petrolíferas do planeta. As peças eram reconhecidas por sua robustez e precisão de acabamento. Do-Hoon se formou em engenharia de produção e assumiu os negócios aos poucos, sempre ao lado de seu pai.
Há cinco anos, quando ele faleceu, tornou-se o presidente da companhia, e consequentemente, um dos homens mais ricos do mundo. Ele sempre admirou seu pai, o Sr. Ki era como um herói para o filho. Assim, tamanho foi seu choque ao descobrir como ele diversificava os negócios da família. Tráfico de armas.
Coisa grande como o fornecimento para grandes grupos terroristas e guerrilheiros. A fortuna de Do-Hoon, suas viagens, festas, tudo era financiado pelo sangue derramado ao redor do mundo. Na época, ele havia surtado, não sabia o que fazer. E então veio outra surpresa, Lee So Young, que prefere ser chamada de Esom pelos mais íntimos.
Sua amiga de infância, que perdera os pais em um "acidente" de carro, era o braço direito de seu pai. Ela o colocou a par de todo o esquema e o inseriu no submundo.
A imagem de executivo excepcional era mantida há muito trabalho em queima de arquivo. Os negócios realizados nos porões da KC jamais poderiam subir a superfície. Só pessoal de confiança, caso alguém quebrasse o protocolo, sumia.
E era exatamente isso que Suho, um dos capangas de Do-Hoon, tinha sido encarregado de fazer.
- Hola hombre... - So Young entrou na sala sem ser anunciada, algo desagradavelmente típico.
- Esses são trajes para se apresentar em uma companhia como essa? - Do-Hoon se viu obrigado a recriminá-la.
- Desde quando minha roupa é da sua conta, Ki Do-Hoon? - ela falou dando aquela cruzada de pernas que o fazia remexer na cadeira.
- Short jeans e camiseta podem ser apropriados para os ares ocidentais, não para Coreia do Sul. - ela apenas deu de ombros e começou a girar na cadeira.
- E então... Suho deu conta do recado? - perguntou a encarando.
- Ele dá conta do recado, "oppa" - ela sorriu irônica, deixando o duplo sentido na frase.
- Pensei que seu time fosse outro, Lee So Young - ele gargalhou sob a careta dela.
- Minha sexualidade não lhe diz respeito, Ki Do-Hoon.
- Minha proposta ainda está de pé. Se quiser... - Do-Hoon a encarou seriamente e ela pareceu perder a fala por alguns instantes.
- Cara... Você sabe ser nojento. - Retrucou e ele gargalhou mais uma vez.

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Lobos & Cordeiros
Fiksi PenggemarEm um mundo onde o bem e o mal andam lado a lado, a linha tênue que os divide se torna capaz de esconder os piores segredos, os piores crimes e as piores pessoas. Por trás das grandes personalidades, existe um mostro capaz de qualquer coisa para con...