Capítulo 3: O Quarto Cavaleiro

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Amanhece em Chicago mas o clima está estranho. Embora fosse previsto um dia ensolarado, o sol se recusa a sair de trás da nuvens nubladas.

Na entrada da cidade, um carro branco surge dirigindo lentamente pelas ruas ao seu redor. O vento frio acompanha o ser que passea entre os homens.

Com o seu sobretudo preto, o Velho com uma bengala em sua mão, caminha entre multidão apressada e não fazem ideia de quem está ao lado deles. Como poderiam perceber? Se estão demais focados em correr atrás riquezas e poder, ao invés de aproveitar a dádiva de estarem vivos.

A entidade percorre lentamente pela calçada chegando até a pizzaria, ele entra no local e bate duas vezes na campainha do balcão. Ao ouvir o som, Tony sai da cozinha em direção à recepção, mas quando chega seu corpo paralisa ao ver sua funcionária caída sem vida no chão:

— Olá, Antony. Gostaria de falar com o jovem Damian Conway, por gentileza, poderia chamá-lo até aqui? Temos muito o que conversar.

Ele sente um calafrio subindo pelo sua espinha ao ouvir a voz grossa e áspera do homem à sua frente.

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O despertador de Damian toca junto com as batidas na porta vindas de Chloe:

— Damian, está acordado?

— Agora estou.

— Ótimo, se limpe e vista-se. Vamos passar o dia no hospital com sua irmã, Sarah preparou as panquecas que ela amou e alguns sanduíches de pasta de amendoim.

A noite passada havia sido estranha e arrepiante, sua tentativa de invocar um ser sobrenatural havia o deixado com uma sensação estranha. Ele olha pela janela e nota o clima anormal, seria loucura imaginar que o ritual tenha dado certo? Talvez, mas agora sua preocupação volta para o tratamento de Arya.

Durante o trajeto até o hospital, Damian nota um número grande de corvos seguindo o veículo por todo o trajeto como se estivessem vigiando eles. Chegando no hospital, eles veem Arya já acordada com sua voz fraca:

— Maninho...

— Oi, cachinhos dourados.

— Tia Chloe, tia Sarah...O que houve?

— Vocês desmaiou, meu amor. — Chloe se senta na cama beijando sua testa — A tia Sarah trouxe um lanchinho para você, panquecas do jeito que você gosta.

— Olá, senhora Sarah e Senhora Chloe, podemos conversar aqui fora? — Diz o médico.

— Claro. Damian, fique aqui com sua irmã.

As duas vão para fora junto com o doutor:

— Bom, eu consegui falar com um dos médicos que está trabalhando no tratamento experimental, eles virão hoje ao hospital para examinar a Arya e ver se ela se encaixa nos requisitos. Não é muito, mas é o máximo que consigo fazer.

— É garantido que aceitarão ela? — Sarah pergunta.

— Não sei, mas há uma chance disto acontecer.

No quarto, Damian se deita ao lado de sua irmã enquanto a garota devora as panquecas desesperadamente:

— Ei, vai com calma.

— Deculpa — Ela responde com a boca cheia fazendo seu irmão dar uma risada.

— Senti sua falta, cachinhos dourados.

— Eu também, maninho.

Ela deixa no colo de seu irmão enquanto ele acaricia seus cabelos loiros, eles ficam em silêncio deixando o momento ainda mais significativo, pois Damian consegue acalmá-la mesmo nas dificuldades.

O PactoOnde histórias criam vida. Descubra agora