Salvação

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       Notas : voltei com atualização.
Esse capítulo é a porta de entrada pra grande trama, então espero que tenha ficado bom.
Boa leitura.


      Talvez ele estivesse ficando maluco. Andando de um lado para o outro há mais de 20 minutos, com o corpo dolorido por ter dormido no chão da floresta e os longos cabelos loiros bagunçados como uma moita. A chaleira chiou alto, tirando Naruto de seus devaneios paranóicos.

Batidas na porta quebraram o silêncio do chalé, e o loiro, mais corajoso por causa da luz do dia, abriu sem hesitar e logo se viu abraçado pela mãe.

- Filho, você está bem? Ficamos preocupados - seu pai, Minato, falou enquanto afagava os cabelos bagunçados.

- Meu amor, como assim alguém bateu na sua porta? Que horas foi? Você tem certeza que só não estava assustado? - sua mãe lhe fazia perguntas sem parar enquanto apertava mais o abraço.

- Tá tudo bem, Kushina querida, solte um pouquinho Naruto, sim?! - o loiro mais velho pediu de forma calma. Minato sempre foi calmo e centrado para passar segurança a sua família.

- Eu... eu... - Naruto foi interrompido com um soluço que deu espaço para um choro alto e dolorido - eu fiquei tão assustado - ele limpava as lágrimas com as costas da mão, mas vinham mais e mais.

- Filho, sentimos muito por te deixar tão sozinho. Tenho certeza de que tudo isso foi fruto da sua imaginação - o mais velho tentou acalmar o filho, afagando suas costas - eu revisei suas barreiras e ainda estão lá, meu amor, não houve nenhuma ruptura, ninguém entrou.

- Pai, eu tenho... tenho certeza que escutei, e eu acordei na floresta com um... - Naruto tenta explicar que foi um momento muito real, mas Kushina o corta.

- Bom, se você tem certeza de que aconteceu e aqui não é mais seguro, receio que teremos que te mandar para outro lugar, um lugar mais recluso. Mas, meu filho, vai ser tão difícil te visitar se você for para um local mais distante - A ruiva segurou as duas mãos de Naruto e o olhou nos olhos profundamente, e o loiro mais novo entendeu. Entendeu que a mãe não o levaria para casa, que ela não o acolheria de volta, e ao invés disso, o mandaria para mais longe. Foi como um tapa na cara, mas não foi o seu rosto doeu.

- Tem razão, acho que ando muito sozinho, e isso me dá um pouco de medo - o girassol decidiu falar o que a mãe queria ouvir e seguir em frente desse episódios.

-Iremos ficar para almoçar com você, tomaremos chá no fim da tarde e reforçaremos suas barreiras ao sair. - Minato disse, observando o filho com calma, tentando remediar a situação de forma eficaz.

- Vá tomar um banho, querido. Vou preparar a mesa para o café da manhã. - Kushina sorriu, afagando a bochecha do filho.

- Tudo bem, obrigado, Pai. Vou me sentir mais seguro-  com voz baixa e um semblante confuso, Naruto se afastou aos poucos do pai e foi em direção ao quarto. Como ele deveria se sentir? Agradecido, protegido? Deveria deixar o medo de lado e fingir que nada aconteceu. Era isso que os pais queriam, e era isso que ele faria.

Entrando no quarto, ele observou a cama desorganizada e o livro da noite anterior em cima da escrivaninha. Ok, tinha aquele livro. O que faria com ele? Céus, estava tão perdido.

                         ~ ~ ~ • ~ ~ ~

A noite veio mais rápido do que Naruto costumava lembrar, o canto dos passarinhos cessou para dar lugar ao coaxar dos sapos. O céu ainda estava em tons alaranjados quando seus pais o deixaram no chalé, o choro preso na garganta finalmente se soltou. Droga, Naruto se sentia um pequeno broto tolo novamente, chorando de saudades e com medos irracionais.

Demônio Interno Onde histórias criam vida. Descubra agora