Nicolle
Finalmente intervalo, não aguentava mais ouvir sobre Newton, as leis dele são um saco, detesto qualquer aula que fale sobre ele.
Paro bruscamente no meio do corredor e me encosto em uma parede, sinto meu estômago embrulhar e um nó na garganta. De novo não, eu nem tenho mais comida na barriga, vomitei o meu café da manhã todo antes de vir para escola.
__Nik?! Aí meu Deus Nicolle, você tá pálida. __ Rebeca levanta me rosto preocupada.
__Nem vou perguntar se você tá bem, a resposta é meio óbvio. __ Emory ajeita meu cabelo e tenta me abanar com as mãos.
Ignoro elas e vou com dificuldade até o banheiro e me tranco em uma das cabines. Elas batem na porta chamando meu nome, me ajoelho na frente do vaso e vômito, o que, eu não faço ideia, não tem nem água no meu estômago.
__Nicolle!! Amiga, o que tá acontecendo com você? Quer nos contar alguma coisa? __ Emory insiste.
Dou descarga e me levanto com certa dificuldade. Saio da cabine e vou até a pia, eu tô horrível, tô pálida, meus lábios estão igual papel, minhas pernas estão fracas e minha boca amarga.
Faço um coque bagunçado em meus cabelos negros e encho a boca com água cuspindo em seguida, jogo água no rosto também, nem passei maquiagem, estou totalmente indisposta hoje.
__Quer nos contar alguma coisa? __ Rebeca pergunta brava e de braços cruzados.
Emory põe as mãos na cintura impaciente, me encosto na parede e deslizo até o chão, abraço meus joelhos e deito minha cabeça neles. Elas se sentam ao meu lado, uma pega na minha mão e a outra se encosta em mim e faz carinho em meu braço.
Ficamos assim por quase uma hora eu acho, acabei cochilando e só acordei quando ouvi a voz de Kai nos chamando.
__Tão fazendo o que aí no chão? Não tem ninguém na escola além de nós. __ Kai pergunta irritado, ele está com minha mochila na mão e os meninos estão ao seu lado.
Levanto com a ajuda de Rebeca e Emory. Me encosto na parede sentindo minha cabeça rodar e náuseas.
__A Nicolle tava passando mal e..__ Não a deixo terminar de falar e me tranco na última cabine do banheiro, o mais longe possível de onde os meninos estão.
Vômito de novo, mas dessa vez foi um líquido branco, e bem pouco, não tenho mais o que vomitar. Termino, me sento no chão e encosto a cabeça na parede a sentindo latejar.
__Nicolle, abre a porta!! __ Will ordena com a voz brava, mas sequer consigo me mexer direito, estou sem forças.
__Eu não consigo. __ Minha voz sai arrastada.
__consegue sim! Abre aqui! __ Ele bate duas ou três vezes na porta, não sei ao certo.
__Eu tô fraca, Will. __ Uso o que me sobra de força pra respondê-lo e encosto minha cabeça na porta.
Meus olhos pesam, mas me forço a deixá-los abertos, não posso desmaiar.
__Dá pra abrir por fora, é só rodar isso aqui, eu mesma faria, mas minhas unhas são um pouco grandes pra isso.__ Ouço a voz de Emory distante.
O trinco da porta gira e ela é aberta.
__Ai meu Deus Nicolle! __ Escuto a voz de Rebeca mais distante que a de Emory.
Sinto braços ao meu redor e sou erguida para cima. Deito minha cabeça no peito de Will e olho para os meninos preocupados a minha frente.
__O que houve com ela? __ É Damon quem pergunta.