Capítulo 4 - Procura-se a alma de Lucca

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***Lucca Schutz***

No outro dia o meu pai saiu cedo do hotel onde estamos, ele nem me acordou ou ao menos considerou me levar para aonde quer que fosse hoje. Ele nem me avisou o que iria fazer hoje.

Não posso o repreender, afinal fiquei muitos anos fora, então ele nem deve ter mais o costume ter alguém ao seu lado, me lembro quando era mais novo que ia sempre com ele para todos os lugares.

O meu pai sempre foi um exemplo a ser seguido, tanto profissionalmente como a sua personalidade, com o passar do tempo consegui entender a dinâmica dele no relacionamento onde a lealdade e respeito eram junto com o amor o alicerce deles.

Fiquei horas pensando e analisando tudo o que já vivi e com quem me relacionei e não encontrei ninguém que me prenda desta forma. A verdade é que nunca amei ninguém e apenas a ideia de ter que dar satisfação de todos os meus passos me dava arrepios.

Para me livrar dessa sensação ligo o meu celular, mesmo de longe gosto de manter as minhas opções em aberto e claro quem sabe uma louca aceita me encontrar por uma noite aqui em Londrina.

Isso levou muito mais tempo do que eu esperava e acabo me assustando com a chegada do meu pai, realmente deixei o telefone tempo demais desligado graças a Dona Sara.

— Ainda está aqui? — não consegui entender a repreensão que a voz do meu pai carregava.

— Estaria onde?

— No seu apartamento arrumando as suas coisas, afinal amanhã você tem que estar na logística às sete da manhã — ele me responde irritado como se eu estivesse errado.

— Só me explica um detalhe — o meu pai me olha atentamente e sei que ele está pronto para rebater — Como vou entrar no apartamento?

— Que pergunta mais idiota, Lucca, com a chave — ele enfia a mão no bolso e retira chave do apartamento, nessa hora preciso de um esforço tremendo para não começar a gargalhar, mas assim que ele olha para a chave na sua mãe e olha nos meus olhos não me aguento e começo a gargalhar assim como ele.

— Bom, agora que sabemos com quem está a chave, vou oficialmente me mudar — ele joga a chave em cima da cama ainda rindo enquanto negava com a cabeça.

— Passei no seu apartamento e vi que o seu carro já foi entregue — confirmo com a cabeça, afinal recebi a notificação — E Treu?

— Vou passar para buscar ele amanhã cedo.

— Não, amanhã cedo você vai para a empresa — o meu pai me repreende tanto com a voz como o olhar.

— Pai, você ficou fora praticamente o dia todo com a chave no seu bolso e quer que eu faça tudo agora? — até poderia fazer isso, porém preciso de um tempo para apresentar a Treu o ambiente, afinal ele já ficou tempo demais longe de mim.

— Merda... — ele senta suspirando na poltrona em frente à cama.

— O que está acontecendo? Está mais abatido e cansado que o normal.

— Nada que tenha que se preocupar, amanhã faça a sua mudança e vai à empresa na segunda.

— Não preciso de tudo isso, posso muito bem me resolver amanhã...

— Deixa para segunda — ele me interrompe ainda pensativo, algo estava acontecendo, mas sei que ele vai me contar quando chegar a hora.

— Tudo bem, pelo menos Treu vai ter um tempo comigo.

— Quer enganar quem Lucca? Você precisa mais dele do que ao contrário — não respondo, apenas dou de ombros, afinal ele está certo, quem está mais com saudades sou eu.

O Amor do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora