Capítulo 5 - Chuva Abusada

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***Lucca Schutz***

Não vi mais aquela vizinha pessoalmente, apenas o barulho daqueles chaveiros barulhentos dela, para o meu desespero o Treu levantava a cabeça toda vez que ela chegava ou saía, mas era questão de tempo até ele esquecer, pelo menos assim eu espero.

Mesmo frequentando a empresa no horário comercial, já consegui ativar a minha lista de contatos e me divertir nesse tempo aqui em Londrina, o problema está sendo Treu que resolveu não aceitar as minhas visitas.

Esse cachorro só pode ter endoidado aqui em Londrina, ele nunca me deu trabalho com isso, na verdade, até me ajudava com as garotas e agora isso, não as aceitas de forma alguma.

Resultado, tenho que prender ele no quarto quando recebo alguma mulher, mas o que me tira completamente mesmo do sério é que ele não pode escutar aquele barulho infernal de chaveiro daquela nanica que ele quer ir atrás dela.

Ele nunca se comportou desta forma e sinceramente não sei como reagir a isso agora, mas ficar o trancando no quarto não está mais tão viável assim, já que ele sempre desconta a sua frustração mijando e cagando por todo o quarto.

— Nem inventa Treu, ela não é legal — repito sempre para ele que deita no mesmo lugar virando de costas como forma de demonstrar a sua birra.

A minha única resposta a este comportamento é suspirar fundo e seguir com o que estou fazendo, mesmo não querendo admitir estou ficando preocupado com esse seu comportamento.

Hoje o tempo está de chuva ao ponto de escurecer o tempo, Treu está de plantão na porta desde cedo, que por coincidência ou não, foi o mesmo tempo que a nanica saiu. Ele não saiu da porta nem mesmo para comer ou beber água.

Esse comportamento já está começando a me preocupar, ele nunca foi obcecado seja por outro animal ou outra pessoa, na verdade, nem por mim ele foi tão obcecado assim. Quando a chuva começa a aumentar, a energia oscila até o ponto de acabar de vez, Treu começa a choramingar e arranhar a porta. Nem deu tempo de abrir, ele já saiu correndo para as escadas em meio à escuridão.

Na hora nem pensei e sai correndo atrás dele, pelo andar estar completamente escuro o via somente quando o raio caia lá fora, parei ao seu lado esperando sua próxima reação.

— O que tanto espera aqui? Vamos para dentro — Treu resmunga em resposta e quando vou puxar, escuto ele choramingar enquanto eu volto a suspirar sem saber o que fazer.

Escuto passos lentos, na verdade, pareciam mais medrosos do que qualquer coisa, até o momento não faço ideia de quem seja, mas estou me divertindo com isso, afinal quem tem medo de uma chuva? Que absurdo... No momento seguinte um raio seguido de um estrondo alto acontece e vejo a nanica soltar um grito e tentar correr.

Tudo acontece muito rápido, o seu grito e a sua tentativa de correr, mas ao levantar o seu olhar e me ver no começo do corredor ela paralisa e começa dar alguns passos para trás, o que ela tem na cabeça? Dar passos para trás em uma escada?

Tenho tempo apenas de correr até ela e segurar pela roupa para evitar que ela caia, mas ao invés de me agradecer essa louca começa a gritar mais ainda e a me empurrar, mas se eu a soltar ela irá cair e se machucar feio.

Escuto Treu latir e nesse momento ela olha nos meus olhos desmaiando em seguida, ela está encharcada, era nítido o seu pânico pela situação, mas o medo não era de qualquer pessoa, por incrível que pareça eu também senti o medo dela mesmo sem entender.

Ela não estava acompanhada pelo rato hoje, o que facilitou a minha vida. A pego no colo e sem outra opção a levo para o meu apartamento, vejo Treu me acompanhar sem precisar de nenhum comando... Agora ele resolveu se comportar.

O Amor do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora