number three, bigger than the whole sky.

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Realmente a verdade era que a capacidade da minha cabeça de resgatar-se memórias felizes em momentos oportunos era como um impostor para mim mesma e talvez para os outros ao meu redor

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Realmente a verdade era que a capacidade da minha cabeça de resgatar-se memórias felizes em momentos oportunos era como um impostor para mim mesma e talvez para os outros ao meu redor. Me levanto calmamente do tronco da garagem e observo o local, eu costumava muito vir aqui há seis meses atrás e depois parecia que se tornou um fantasma do meu passado.

Passei minhas mãos pela madeira recém operada na parede e levei um susto assim que Ari pigarrou na porta da garagem. Sua expressão era como "O que tá fazendo aqui?" e ele sabia que eu queria fugir daquelas pessoas o mais rápido possível.

— Você conseguiu, Apolina. — Eu não sabia se ele estava falando da onda, do meu nome na lista ou de qualquer coisa que eu deveria ser parabenizada.

O olhei tão pouco surpresa com sua fala e comentário no momento, talvez Wren tenha apenas mandado ele para pisar no meu pé ou o garoto só estava sendo educado com a antiga amiga.

Como dito, eu vinha aqui diretamente em seis meses com o intuito de ajudar Honey e receber aulas de artesanatos e molduras com Abbie. Eu era próxima, mas não próxima do Gibson loiro.

— Obrigada Ari! — Soltei a fala ao forçar um sorriso no rosto e dei um leve tapinha em seu ombro como agradecimento. — Diga para a Honey que mandei um oi.

A irmã do garoto era o único contato com uma criança que eu já tive em todos meus dezesseis anos, mas sabia que era precioso demais.

Ari soltou um sorriso torto e balançou sua cabeça positivamente.

Me despedi do garoto e voltei até o quintal, metade das pessoas já tinham ido embora e metade estava em outro lugar. Acenei forçadamente para Wren que se sentava abaixo da árvore central da casa e suspirei, a mesa estava com metade dos refrigerantes ali e então aproveitei para completar um copo de coca-cola.

Era inevitável olhar para a Radic e não lembrar daquela merda de passado e de como não consigo contar para ninguém o fato já que ela se pinta de princesa do surfe de Shorehaven.

Memórias cresciam em minha mente tal qual a do verão passado e de como estava me destruindo por inteira assim que aquela maldita família apareceu contra as águas da pequena praia australiana. Passei minhas mãos para meus fios soltos e em um choque térmico prendo as madeixas contra um rabo de cabelo, não aguentava mais aquela vida ou aquele minuto sentindo o olhar da loira para as costas da minha nuca.

Aparentemente ser uma caixinha de surpresas e segredos não ajudava nenhum cidadão daquela cidade, caminhei com uma certa rapidez para a entrada da residência dos Gibsons e dei um aceno para Abbie, ela sorriu como uma forma de retribuição e caminhei até a rua. O ar frio dessa cidade praiana acabara por ficar horrível nos últimos dias, adentrei minhas mãos a cada bolso de minha jaqueta e respirei fundo.

Contornei um quarteirão e mantive uma certa pressa assim que percebi que estava um pouco mais tarde, minha cabeça foi indiretamente para o lado esquerdo percebendo a praia que cobria as areias devido ao tempo, me pendurei contra o tronco que cercava a rua da areia da praia e senti o cheiro forte da água contra a terra borbulhar em minhas narinas, talvez aquilo fosse minha maior terapia.

' 𓂃 SEASHELL : baxter radic !  . ∗   ̥Onde histórias criam vida. Descubra agora