Capítulo 8 - A Catedral

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Que bom ver você aqui! <3 SMeyer publicou o trecho da ligação oficialmente em seu site e devido meu compromisso em manter o mais fiel possível, esse capítulo conta sobre momentos antes e depois da ligação. Mas não se preocupe, não deixarei essa janela sem história! Deixarei um link que você conseguirá ter acesso ao PDF oficial (inglês) e à uma tradução não oficial (pt/br). O link está disponível no "local" que deveria ser o momento da ligação, então está na ordem cronológica correta. Assim, você não vai perder NADA! 

Recomendo a releitura de (revamped): "Capítulo 7 - A Mentira" e "Extra: Sem Destinatário".

Obrigada por tudo!

Nota da Autora

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AINDA PODIA SENTIR O LUAR DA ÚLTIMA LUA CHEIA.

Refletia cada pedaço da minha pele impenetrável. E apesar do mistério de suas fases, a lua me oferecia o conforto de uma mãe e a proteção de um pai. Enquanto estivesse no céu, eu sabia que poderia ser eu mesmo, sem qualquer tipo de filtro. Por isso, eu não questionava.

Na contramão, a lua nova não me dava esperança nenhuma.

Não existia uma nova fase, porque por mais que eu tentasse, que existissem milhares de possibilidades, que existissem outros batimentos, outros rostos e outras vozes, eu não buscaria, não olharia, não tentaria. Em todas as fases, ela era a minha única lua.

Hoje havia uma sutil diferença no ângulo da lua no céu de La Plata. Assim como os dias, a lua continuava suas mudanças, livre de qualquer impedimento. E por esse motivo, desejei ser como ela, apesar de saber o quanto sou parecido com o sol. Distante, solitário, assustador e condenado a nunca se aproximar da lua.

Do topo de uma das torres da Catedral de La Plata, era possível perceber que as luzes da cidade começavam a acender. Faltavam poucas horas para o pôr do sol total, mas a lua não se importava e já apontava no céu, dançando com todas as nuvens que a faziam companhia.

Esse era o local que resguardava todas minhas súplicas e rezas, mesmo que um tanto pagãs. Foi do alto, a perder o horizonte de vista, que tentei estabelecer algum contato com o Deus dela. Era impossível saber se haviam resultados, mas eu não tinha muitas opções a não ser acreditar.

Agachado sobre os próprios pés, fechei os olhos na esperança de encontrar algo mesmo tão longe. E por mais que eu tentasse, eu só conseguia sentir seu cheiro.

Durante os meses que estive fora de Forks, tentei me desfazer da camisa, que assim como as cartas, me lembrava Bella. Ironicamente, ambas me faziam ir do céu ao inferno em segundos. A dor que me faziam sentir por saber que ela existia era suportável.

Ironicamente, a dor de saber que eu a abandonei me fazia urrar de agonia. Mas a saudade de Bella e a culpa alimentavam minha covardia, então nunca me desfiz da camisa. Diferente das cartas que sempre as queimava.

Inspirando o ar úmido daquele início de noite, misturado à fumaça de madeira queimada e folhas secas, notei que o sangue humano não me incomodava mais como antes. Todos passavam despercebidos devido à sua incrível semelhança.

Ainda de olhos fechados, meus ouvidos identificaram um batimento cardíaco acelerar rapidamente e o cheiro de suor aumentar. Isso seria motivo o suficiente para chamar a atenção de até mesmo Carlisle após algumas semanas sem se alimentar direito. Mas não a minha.

E por menos curioso que estivesse, fui atraído quando ouvi um pensamento se destacar.

Meu deus, gritou mentalmente a voz feminina.

Lua Negra - EPOV de Lua NovaOnde histórias criam vida. Descubra agora