Devo admitir que eu amo a arte, porém não consigo me expressar com nenhuma além da escrita. Não sou boa com as palavras, porém elas me permitem colocar para fora todos os meus sentimentos, profundos e rasos.
Sinto um misto de emoções, mas não sei o que elas significam. As vezes, me abalo por pouco e fico confusa, tentando compreender o motivo. Não sei.
Me sinto perdida a maior parte do tempo. Não perdida com meus planos e objetivos, mas perdida com meus sentimentos. É como se minha alma tentasse se comunicar comigo, porém é um idioma estrangeiro. Eu não o entendo.
Eu queria entende-la. É tudo tão confuso.
Não sei lidar com isso e com a realidade de que isso afeta as pessoas em minha volta também. Tenho tantos problemas internos e acho que somente a escrita os entende. Eu não os entendo até escrever sobre eles. Rios e rios flutam de meus dedos e minha mente funciona mais rápido para então a calma chegar. Calma. Algo que eu clamo. Clamo por calma.
Outra coisa que não tenho. Calma. Sabe, passei bons anos da minha vida não sentindo nada. Não sentia pertencimento de ambiente nenhum e não me sentia parte de algo ou alguém. Agora sinto, mas sinto demais. Não sei lidar com os meus sentimentos. Tudo fica rápido demais. Me sinto na montanha russa. Eu me sinto sufocada.
Por isso escrevo, para lidar com isso tudo.
Eu não me importo se acaso escrevi alguma palavra errada. Sinceramente, não tenho me importado com nada. Na verdade, tenho me forçado a importar.
A montanha-russa está me matando aos poucos.