Capítulo I

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"Para todas as meninas que se apaixonaram pela morte"

Eu estava sentada no parapeito de uma ponte qualquer, em Nova York, gostava de vê o céu ficando em um tom de vermelho sangue, sempre ficava assim ao cair da tarde, algumas pessoas passavam e me ignoravam, outras me viam e pegavam seus celulares, as vezes umas gritavam para mim "Para, não faz isso", mas fazer o que? Eu sei que posso parecer uma depressiva suicida, mas eu não iria me matar, não era louca de pular de uma ponte, não com um céu tão lindo como esse que eu olhava, tudo bem que eu pensei e repensei as melhores opções em me matar, mas eu sou fraca demais para fazer isso.

Bom, atualmente eu morava em Manhattan, mas antes de meus pais decidirem que Nova York era uma cidade maravilhosa para se viver, eu morava em Boston, pouco depois de nos mudarmos uma onda de crimes vem acontecendo, dia após dia novas vítimas são feitas, pessoas estão sendo mortas, até agora o que a polícia suspeita é que seja um Serial Killer, mas eu sabia que era muito além do que os policiais imaginavam, como eu sei? Bom, desde a primeira morte o serial killer vem mostrando um padrão em seus assassinatos, e de um assassinato a outro ele tem um tempo de 2 semanas, eu supôs que essas 2 semanas seja o tempo em que ele estuda sua vítima, e hoje fazia 2 semanas desde a última vítima, hoje séria o dia de um novo crime, as pessoas o apelidaram de "cavaleiro da morte" eu achei isso meio clichê, mas humanos são humanos.

Enquanto admirava o céu o carro da polícia parou logo atrás de mim, um policial desceu do carro e falou.

-Susan, já não tivemos uma conversa sobre não sentar no parapeito de pontes?

Sabia que era comigo, mas fingir não ouvir.

-Susan, vou contar até 3, 1, 2, 3, desça já desse parapeito ou irei ligar para seu pai.

Eu olhei em direção ao policial e falei.

-Já entendi sargento, estou dando o fora.

Desço do parapeito e começo a caminhar, era pouco menos de 7:30 da noite. Antes de dá mais algum passos o sargento segura meu braço e fala.

-Vá direto para a casa, não pare e não fale com ninguém.

-Sim senhor, sargento! se eu vê o Serial Killer corro em sua direção contrária, não para seus braços, eu já entendi.

-Susan eu falo sério.

-Eu também sargento. Adeus.

Sargento Oliver era um antigo amigo do meu pai, eles fizeram faculdade juntos, cursaram administração, mas Oliver decidiu seguir carreira militar, meu pai abril uma empresa, o que realmente deu certo, hoje meu pai é dono de uma grande empresa de turismo, atualmente ele administra 2 empresas, uma em Nova York e uma em Boston, um dos inúmeros motivos que fizeram meus pais se mudarem para cá. Eu odiava minha vida, odiava essa cidade, eu odiava minha plena existência, mas teria que aturar até tudo ter um fim naturalmente, mas apesar disso amava meus pais.

Caminhando entre becos escuros e sujos ia para casa, vez ou outra via um ou dois caras caídos bêbados nas calçadas, não era algo incomum, na verdade eu até já me acostumei com isso. O sargento estragou o resto da minha triste e melancólica noite, vê o céu era a única coisa que me fazia feliz, claro, descobrir mais sobre o Cavaleiro da morte também era um passatempo.

Andava de cabeça baixa, chutando uma latinha o que era bastante divertido, até que ouvi um grito masculino vindo de dentro de um beco escuro, parei bruscamente, talvez fosse só mais um cara bêbado, ou um vagabundo qualquer, podia até ser só coisa da minha cabeça o que eu confirmei o contrário, novamente ouvi outro grito vindo do beco, a curiosidade falou mais alto, andei vagarosamente para a entrada do beco, tinha uma péssima iluminação, cheirava a urina misturado a outro cheiro que não consegui indentificar, entrei beco a dentro, parei a ver um homem de frente a um moribundo, o homem, ele segurava uma faca, a qual usou para esfaqueá-lo, eu estava estérica, não conseguia me mover, não conseguia nem se quer tirar os olhos daquela cena, com grande esforço dei dois passos para trás, sem querer acabo batendo em uma lata de lixo, o homem que acabará de fazer uma vítima me olhava furioso, ele vestia roupas bastante chiques, estava com um sobretudo preto, um chapéu preto, e belos sapatos sociais e luvas pretas, seu rosto coberto por uma máscara, somente seu olhos eram visíveis.

Quando nossos olhos se encontraram foi como se faíscas fossem soltas no ar, ele caminha em minha direção segurando a faca a limpando na manga do sobretudo, sentir meu estômago revirar, meu olhos estavam arregalados, aquele poderia ser o Serial Killer que toda a polícia procurava, eu poderia está de frente a um psicopata maluco, mas o único sentimento que eu tinha era adrenalina correndo por todo meu sangue, bato minhas costas de encontro com a parede, ele vem caminhando até mim, até está perto o suficiente para eu ouvir sua respiração.

-Você está em um lugar muito perigoso gracinha.

Sua voz era de um tom calmo, sua voz rouca em meu ouvido, me causou arrepios.

-Eu poderia te mata sabia?

-Sabia, você pode, me ajudaria bastante.

Ele então ri, meu comentário não era engraçado nem uma piada, mas ele riu com humor dele.

-Ok, eu posso te mata, mas receio que tenha que ser em uma outra hora.

Sua risada em meu ouvido, meu coração estava acelerado, o serial killer que estava disseminando o terror em Manhattan estava a centímetros de mim, e sua última vítima estava ao nosso lado dando seus últimos suspiros, sem um aviso prévio ele agarra meu braço, me jogando no chão.

-Vai embora, e fica caladinha, caso contrário eu vou ter que te achar bem rápido.

Ele estava me ameaçando, mas se ele vai me deixar viver que tenha um bom motivo para isso. Sem pensar muito me levanto e corro para fora do beco, minhas pernas estavam bambas, minhas mãos tremiam freneticamente, estava suando frio, a adrenalina fazia meu coração dispara, estava com ânsia, queria chegar em casa o mais rápido possível para que eu pudesse tomar um banho e entender o que tinha acontecido.

Chegando em casa vejo meus pais e minha irmã me esperando, meus pais vem ao meu encontro e minha irmã apenas revira os olhos ao me vê, minha irmã e eu não temos uma boa relação, desde que nasci ela me acusa de ter roubado seu espaço no coração dos nossos pais.

Meus pais me abordam com perguntas, e eu apenas lhes dou uma desculpa, meus pais sempre acreditavam no que eu dizia, então não me importava de dá uma desculpa esfarrapada....

Continua...

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