3 REBECA

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A faculdade Romena De Buarque era muito bonita e grande. Toda pintada nas cores branco, nude e dourado dava um ar sofisticado e elegante ao lugar. Estavamos em um tour para conhecer a faculdade com um dos veteranos chamado Arthur, enquanto andávamos ele mostrava o ambiente e contava também um pouco a história do lugar

— É uma das mais antigas do Brasil, fundada em 1950 — Arthur ia falando e eu observava os corredores. O chão era de liso claro parecendo porcelanato e brilhava tanto que meus olhos quase doíam de ver — ... Sim, é uma faculdade muito prestigiada... — Arthur fala e eu tento voltar a atenção a ele — Aqui termina as salas de aula

Ele para no corredor em que estávamos e eu suspiro baixinho. Eram muitos corredores, com muitas salas. O que ajudava era que as portas das salas tinha letras e números gravados na madeira como se fosse uma espécie de código, que provavelmente indetificariam cada sala de cada matéria. Arthur cruza os braços sob a camiseta branca que usava e nos olha como se soubesse o que se passava na nossa mente

— Eu sei que são muitas salas, e é muita coisa mas vocês se acostumam com o tempo. É um pouco assustador para todos no começo, acreditem

Ele fala ajeitando os óculos de armação que usava e volta a andar. O que ele fala faz o grupo dar uma relaxada. Estávamos muito tensos, ser calouro em uma faculdade como essa era bem pressionante

— Quanto a achar os lugares eu tô de boa - sussurra Yasmin — Eu tenho um senso de direção excelente

Eu balanço minha cabeça em concordância. Ela era mesmo muito boa com direções. Nunca se perdia, ela era sempre a guia do nosso trio nos lugares.

— Não posso dizer o mesmo de mim — eu sussuro de volta e Giovana tapa a boca tentando não rir — Eu sou capaz de me perder até na minha cidade Natal

Meu senso de direção era péssimo. Eu não sabia onde ficava nada. Só sabia o básico, minha casa, o mercado, meu novo trabalho e agora a faculdade. O resto? O GPS que lute, e muito obrigada a pessoa que o criou porque se dependesse de mim pra achar os lugares, sem ele eu já teria saído de São Paulo e parado lá no Rio de Janeiro

O Zoro de One Piece ficaria orgulhoso de mim

— Muito bem — O veterano Arthur fala — Para terminar o tour só falta mostrar os alojamentos. Alguns que chegaram mais cedo já conheceram e se alocaram, aqueles que não, ficaram livres para fazê-lo agora ok? — Ele pergunta e o pessoal faz um couro baixo de "sim" - Certo... Heitor! — Ele grita o nome de alguém que estava saindo de uma das salas — Você mesmo... você pode vir aqui por favor??

Um homem negro muito bonito, de cabelos Black Power surge. Ele provavelmente era outro veterano

— Só falta mostrar os alojamentos para eles, que são separados é claro. Um para os homens e outro para as mulheres — Ele fala e se ouve uma voz de lamento brincalhona na multidão "Pô cara que droga". Tudo mundo ri inclusive o Arthur e Heitor — Você pode levar os homens até o deles?

— Posso sim, cara — Heitor responde e sorri para o nosso grupo. Ele tinha um sorriso bonito e branco. Vejo algumas meninas sussurrarem na multidão "Gatinho esse né" — Sejam bem-vindos. E não precisam ficar com receio, o Arthurzinho aqui que adora assustar os calouros

"Eu né" Arthur resmunga e Heitor sorri inocentemente pra ele. Ele passa o olhar de um em um pela multidão até parar em mim. Ele arregala os olhos por um segundo e nesse segundo vejo a surpresa transparecer em seu rosto, mas quando eu pisco ele já não estava mais olhando pra mim e seu semblante estava normal novamente. Eu estava imaginando coisas?

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