Já estávamos no Natal, não falava com ela à bastantes meses . Tinha saudades, muitas mesmo, mas ainda estava magoada o suficiente para não a conseguir olhar nos olhos com o mesmo brilho e amor.
Estava no sofá, tinha acendido a lareira e estava a ver televisão enquanto comia os bolinhos que a minha mãe me tinha mandado.
Eram 22:43 , ouvi a campainha tocar, fui abrir e foi aí que o meu coração apertou...
Ela aqui?-pensei eu.
-Olá...-disse-lhe
-Preciso de falar contigo...
-Na última vez disses -te tudo .
-Não...
-Então..?
-Não te disse que é de ti que gosto, não disse que és a única que me da brilho, que ilumina os meus olhos, que dá fogo aos meus pensamentos e que dá asas e paz à minha vida..!
Continuei a ouvir, pois não conseguia dizer nada.
-Não te disse que não existe nem vai existir ninguém para além de ti, não disse que TE AMO...
-Entra.-disse eu.
-Estás sozinha?
-Sim.
-Mas então... como ficamos?
Aí a boca seca, coração dispara e as mãos congelam
E o corpo não dá nem mais um sinal vital.
E dá mais um passo,
Sente o calor forte de um abraço
E no mesmo segundo o beijo já rolou,
Isso é o amor...
-Posso ficar contigo?-disse ela
Olhei-a nos olhos, deixei-a entrar, puxei-a pela cintura, ficamos breves segundos fixadas olhos nos olhos uma da outra e por fim, beijei-a.