Um anjo de grande alvura e um demônio luxurioso.
Casal um tanto incomum, repulsivo e pecador. Algo inadmissível para ambas as espécies. Porém, como já se é muito falado, o amor não tem manual ou lei, apenas acontece.
Principalmente com adolescentes...
Sullivan e Opera chegaram a sala de jantar onde Iruma terminava de comer pensativo. Porém, o que mais os preocupou foi que o garoto comeu muito pouco.
-Iruma não vai comer mais?- A voz de Sullivan soou preocupada.
-Não... estou sem fome hoje- A azulado parecia cabisbaixo.
Tal frase espantou os demônios, Iruma sem fome? Impossível! O menino comia tanto quanto os três junto e, agora estava sem fome? Até Sullivan lembrou de uma coisa:
-Ah! Entendi. Iruma está guardando espaço para os chocolates que irá receber!- Sua voz saiu animado e um aliviada.
-Chocolates?- Falou confuso o garoto.
-Sim. Ah, verdade, eu não te expliquei- O demônio maior caminhou na direção de seu neto- Hoje é Lust Day* (Dia da Luxúria). Um feriado criado para o desestresse dos demônios, que só é celebrado a partir de sua idade, como um dia dos namorados do mundo humano, só que a escola se torna um lugar de orgia, por conta disso os alunos menores de 17 anos não vão ao colégio.
Iruma estava vermelho e tremendo, só de pensar no bacanal. Não queria ir, mas, queria. Manteria sua dignidade ou participaria da lubricidade? Pensava em Asmodeus, ele era um íncubo e o próprio filho da luxúria, com certeza participaria da imoralidade.
Seu pensamento foi cortado pela voz doce e maliciosa do demônio de cabelos rosados. Azz estava com Clara, que, estranhamente estava quieta ao lado do outro. A reação de azul foi pegar a bolsa e ir para fora em passos lentos e delicados, desviava o olhar, estava claramente envergonhado.
Sua amiga Clara levantou a cabeça, abriu um sorriso e correu até o Iruma, para abraça-lo. Entretanto, algo estranho aconteceu, ele desviou, não que ela fosse um perigo, só não queria falar com ela, por hora não. A esverdeada ficou surpresa e olhou para trás confusa. Ela observou que o garoto andava em direção ao rosado, que se encontrava com sorriso diabólico no rosto. Foi então que percebeu que aquele não mais era seu amigo Alice, era Asmodeus*, o verdadeiro Asmodeus, o demônio de pura maldade, o príncipe regente, não, o rei da luxúria. Sua aura era assustadora, o que fez a Valac se paralisar.
Iruma se aproximava do impuro, pegou a gola de sua camisa e a puxou. Seus rostos frente a frente, o coração palpitando, as bochechas rosadas. Asmodeus com seus olhos brilhando em perversidade. Iruma não conseguia esconder o quão se sentia atraído pelo íncubo, sua maldade lhe consumia a alma, faria pactos, venderia sua inocência para o príncipe do inferno, tudo por amor. Um amor de alta perversão.
-D-deixe-me s-ser sua A-Afrodite- Dizia o pequeno anjo, com sua doce e trêmula voz- Deleite-se com meu corpo, o qual ofereço a tu, Diabo. E caso não for de teu agrado, coma a minha alma. Sem-vergonhice, tenha relações com teu servo irrelevante, que aqui se apresenta diante de te. Faça dessa desordem, o teu verdadeiro amor. Assim firmo vosso pacto.*
Após parar de falar, seus lábios se aproximaram um do outro. Parecia que estavam em câmara lenta. Aos poucos suas bocas se aproximando, a respiração ofegante do azul. Preste a beijar um nobre diabólico, firmando assim o pacto, oferecendo a própria alma, desfazendo-se de sua inocência.
Já muito tarde, agora, seus lábios se encostavam e suas línguas dançavam dentro das bocas. Oh! A retribuição do amor juvenil como era belo tais flores desabrochando, o qual entregue estava agora o pequeno Iruma, se sentido cada vez mais satisfeito. Em nenhum momento hesitou, sabia o que queria e pretendia assumir tal risco, pretendia desde que terminou o café firmar tal pacto, foi em na hipótese que pensara durante a refeição. Agora estava tudo feito.
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Apesar de Azz não, Iruma precisa de ar, então o beijo foi interrompido, isso incomodou o demônio, mas pensou que logo seu amor não precisaria mais também.
-Quanta coragem- Asmodeus não deixou de ter o sorriso de diabólico estampado na cara.
-Não era o que queria?- Iruma recuperava o folego- Está satisfeito ou quer mais alguma coisa além da minha alma?- Iruma estava diferente do habitual, falava com um certo sarcasmo, estava no ciclo maligno? Não. Então, por que agia assim? Seria por que agora estava preste a ser um caído? Devia por isso.
-Estamos atrasados, vamos- Valac Clara disse secamente passando pelo casal. Lhe doía o coração aquela cena, Iruma o menino que amou desde seus 14 anos, agora beijava a boca de outro, e ainda pior, era a de seu melhor amigo! Ambos eram seus melhores amigos, mas, passou a amar o azul, aquela gentileza lhe encantava, seus abraços faziam tremer seu coração, aquele sorriso que a fazia sonhar todas as noites, principalmente quando era para ela. Quando estavam no Festival da Colheita, ela se declarou, porém, ele pareceu não entender, ou apenas fingiu não entender. Achando que fosse a primeira alternativa ela continuou sendo apenas amiga, lhe doía o coração, mas só de estar perto do amado era um conforto.
Entretanto, tudo foi roubado. Claro, Asmodeus era magnífico, nem ele poderia negar tal afirmação, sua pele lisa, o corpo viril, os cabelos, agora longos, sempre brilhando diante a luz, os olhos rosado vinho penetrantes, o jeito que falava, que andava, que sentava, que fazia de tudo, além, claro, do alto cargo de nobreza para apenas um adolescente, todos ficavam encantados, e a maioria apaixonados. Mesmo assim, Valac nunca pensou que Iruma possuía tal sentimento. Seu peito doendo.
-A srt. Clara está certa! Vocês vão se atrasar.- Sullivan sorria calmamente se aproximando dos apaixonados que continham uma expressão surpresa e um pouca assustada-Caras são essas?
-Vô, eu posso explicar!- Desfez-se dos braços de Asmodeus, e foi correndo para o demônio mais velho.
-Não há nenhuma necessidade- O mais velho acariciava os cabelos do menor.- agora vá está muito atrasado.
Iruma deu um sorriso meigo, quando então, Alice o pegou no colo, estilo noiva, abrindo as asas e começando a subir. Iruma se agarrou no pescoço do mais velho. Assim, foram voando para a escola. Logo atrás vinha Clara com uma expressão chorona e lágrimas nos cantos dos olhos.
