- … É o que?! Eu trabalhei o dia inteiro fora, chego em casa e tenho que cuidar daquela.. daquela garota! E você não pode lavar uma louça pra mim?! É sério, Takeshi?!
- Ahn!? Era só o que me faltava, uma mulher querendo me falar o que fazer! Vai lavar uma roupa - O homem solta uma risada bêbada, ele dá um empurrão em Asuka, a fazendo bater as costas na geladeira e soltar um grunhido de dor, a raiva da mulher ia voltando cada vez mais
- Você ‘tá me achando com cara de empregada?! Perdeu a noção?! - E então, por um impulso de raiva, a mulher o empurra, ele se vira para ela, com raiva nos olhos e dá um murro no rosto da adulta
- Você tá ficando maluca, sua vadia desgraçada?!
- Não encosta a mão em mim! - E os gritos começam novamente, eu tentava os abafar minha audição com a almofada, até ver pela greta da porta o meu genitor dando literalmente um soco na cara da minha mãe.. eu sei que o clima em minha casa nunca foi um dos melhores, mas.. aquilo nunca tinha acontecido. Ele.. ele tá espancando ela! ELE TÁ ESPANCANDO A MINHA MÃE, MAIS QUE PORRA É ESSA?! Eu senti o meu coração palpitando rápido, meu tórax doía.. ah não, eu não podia ter uma crise de pânico aqui agora.. eu.. eu não consigo controlar a minha respiração.. ELE VAI MATAR A MINHA MÃE.. POR QUE ELE.. SE EU FICAR PARADA EU VOU CONTINUAR SENDO UMA FRACASSADA INÚTIL.. retiro o travesseiro de meus ouvidos, ignoro o meu coração quase saindo pela a minha boca e abro a porta, vendo aquela cena horrível aos meus olhos e vou até meu genitor, o empurrando e dizendo:
- Solta a minha mãe! - eu o empurrei, foi um ato de coragem incrível… mas sem sucesso, ele segurou meus cabelos e “jogou” a minha cabeça na parede, o local ao meu redor girava e girava. Coloco a mão na lateral da minha cabeça, vendo sangue preto em minha mão esquerda
- Puta merda, puta merda.. - meus olhos se encheram d’água novamente, eu me sentia como uma fracassada que só conseguia chorar.. por que eu não sou forte igual a todo mundo, por quê?... Observei Takeshi se aproximar da minha pessoa novamente, a minha visão estava totalmente tomada pelas lágrimas, não me fazendo enxergar direito. Minha respiração ficava cada vez mais desesperada, o lugar ao meu redor não era mais a mesma coisa… E então, Takeshi segura meu pulso, me levantando e me colocando cara a cara com ele, eu podia vê-lo falando várias coisas, mas.. eu não conseguia escutá-lo.. o meu ouvido estava tinindo por conta da batida da minha cabeça. Até que volto à realidade.
- Você tá tendo a mesma coisa que a nojenta da sua mãe?.. - ele pergunta com nojo, ele.. ele está falando da minha crise?.. - Responde, menina! Para de chorar! Engole o choro, engole a porra do choro! - Ele gritava em meu ouvido enquanto segurava meu pulso fortemente, olho para o lado e vejo minha mãe fechando os olhos, tentando se concentrar em alguma coisa…
- Desculpa, desculpa.. - começo a falar repetidas vezes a mesma palavra, ele estava preparado para bater a minha cabeça contra o concreto da parede novamente, só que..minha mãe usou a individualidade, a indução do sono, o genitor me solta, caio no chão e ele também. O poder da minha mãe o fez dormir, mas eu sabia que não iria durar por muito tempo.
- Sai daqui.. - ela estava se esforçando para conseguir manter seu poder - ANDA, SAI DAQUI! - eu a obedeço, me levantando quando percebi que ele estava se levantando do chão, sai correndo e entro em meu quarto, trancando a porta e tentando raciocinar o que havia acontecido ali.. olho para o meu lado e vejo uma caixinha de curativos em cima da cômoda, eu a pego e a coloco dentro do bolso da minha blusa. Uma dor no meu peito apareceu naquele momento, eu suava frio e minhas mãos tremiam enquanto eu tentava me acalmar para pensar em o que fazer. Naquele momento, eu só não queria mais sentir aquele vazio que estava me preenchendo naquela casa.. então.. tive a não tão brilhante ideia de pular a minha janela. Minha casa não era grande e o meu quarto é no primeiro andar, o que não me machucaria se eu pulasse a janela.. corro até ela e a abro, por sorte minha janela não tinha vidro já que o Takeshi quebrou da última vez… Bom, me sento na beira da janela e começo a pensar se seria uma boa ideia a pular, mas quando ouço os gritos começando a voltar, percebo que aquela ideia era a melhor no momento.
Caio em pé no chão, minha pele se encontra com a grama verde e molhada da chuva de alguns minutos atrás, o dia estava chuvoso e eu estava descalço na grama molhada.. tem como piorar?
- Pare com isso, Haruka, pare de pensar no lado ruim… - Falo comigo mesma em um tom baixo e trêmulo. Começo a caminhar com cuidado para o lado de trás da minha casa para não cair, chego lá atrás e me sentei nos degraus que tinha ali. Suspiro, engulo seco, eu tentava me distrair com qualquer coisa para que a crise não voltasse. Mas do nada vejo algumas folhas das árvores se movimentando de uma forma estranha e.. um menino de cabelos brancos e olhos azuis não tão mais velho que eu aparece, se assustando com a minha presença
Crise de pânico: Uma crise de pânico é um episódio repentino e avassalador de ansiedade extrema e medo intenso. Durante esse período, a pessoa pode experimentar uma série de sintomas físicos e emocionais avassaladores, como palpitações cardíacas, falta de ar, tremores, sensações de desrealização e um medo avassalador. As crises de pâni co geralmente ocorrem de forma imprevisível e atingem o pico em questão de minutos, embora os efeitos físicos possam persistir por mais tempo.
Indução do sono: Indução do sono é o poder de fazer os outros seres adormecerem. É um sub-poder da Manipulação do Sono e uma variação da Indução Mental.
Não confundir com Indução Sedativa. (IB: Pinterest!)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão Desenterrada
AvventuraSinopse: Mais uma vez os pais de Haruka estavam brigando, a garota estava com tanto medo que saiu da casa pela janela de seu quarto, dando a volta na casa e ficando no lado de trás, onde seus pais a não encontraria. A menina chorava e chorava, até q...