Durante o Halloween de 2021, Amber se vê presa entre as altas expectativas de sua família e a necessidade de manter a fachada diante das palavras cortantes de seu pai, o prefeito de Salem. As coisas tomam proporções maiores na Feira Anual de Hallowe...
“Twisted all my limbs for you Two of them in knots And two of them in loops”
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Ajeitava as luvas vermelhas, me olhando no espelho, quando ouvi as batidas na porta. Gritei, avisando que poderia entrar. O tecido do vestido, também vermelho, era menos delicado do que esperava: o tecido era mais estruturado, formando uma saia rodada com movimentos menos suaves, tinha a aparência de cetim e a sensação de tafetá, não era dos mais nobres, mas, para um vestido de apenas uma noite, não está tão ruim. O busto era feito de tafetá propriamente, com algumas pedrinhas brilhantes costuradas imitando gotas d'água.
Consertei minha coroa na cabeça, era feita de um plástico metálico e tinha uma enorme pedra vermelha, combinando com meu vestido, bem no centro, ela insistia em cair, o que já estava me dando nos nervos. Olhei para a porta, enquanto Nico a abria. Sorri instantaneamente, surpresa por sua escolha de fantasia.
— Ghostface? — perguntei, numa voz de soar estranho, ele se vestia como o vilão do filme 'Panico'.
— Acho que tá bem óbvio, né? — ele posiciona a máscara direito no rosto. Antes, a máscara estava posicionada desleixadamente em sua testa.
Ele estava usando uma jaqueta preta de couro — sem qualquer blusa cobrindo seu tronco — e uma calça também feita do material pesado que parecia sintético, suas botas de soldado, o celular antigo e a adaga de plástico denunciavam a sua inspiração direta no personagem dos anos 90, mesmo o resto da roupa sendo ligeiramente distante da ideia do personagem.
— Por favor, não me mate, senhor Ghostface! Quero estar na sequência! — imito.
— Qual é seu filme de terror favorito, Amber? — ele complementa a piada, tentando copiar o tom de voz grave do vilão de filmes de terror.
— Cats, de 2019!
— Resposta certa! Esse é o mais assustador de todos! — Nico se aproxima enquanto fala, tirando novamente a máscara, me pegando pela cintura, ele se aproxima para me beijar, mas eu recuo.
— Só pedi para você vir me buscar porque meus pais saíram antes de mim e eu preciso de uma carona... Nada mais.
Sua expressão mudou, se tornou magoada, encabulada. O rostinho de cachorro molhado que ele sempre fazia quando não conseguia o que queria.
— Mas, você disse...
— É, disse de manhã... Agora, já mudei de ideia. — o interrompo.
Me aproximo um pouco dele, roçando de leve meus lábios nos dele, mas não deixando que ele faça mais nada, sabia o poder que tinha sobre Nico e não estava disposta a deixar ele ir agora.
— Se você se comportar, talvez eu repense como nossa noite vai acabar...
— Ok... — ele suspira, parecendo frustrado — Você pode ser uma completa megera às vezes...
