VESTÍGIO DE INIQUIDADE

12 3 1
                                    

Vigésima semana do ano.
Seis meses antes...

Algo estranho aconteceu naquela manhã.
        O céu ainda estava carregado de nuvens cinzas, fruto da intensa tempestade da noite anterior. O cheiro forte de terra estava presente. Os pássaros estavam quietos demais e o príncipe inquieto demais.

        Poak já estava de pé antes mesmo do sol nascer, decidiu não tomar desjejum e foi direto à biblioteca do palácio—precisava averiguar se suas suspeitas estavam certas—A informação que recebeu do seu informante era precisa: o décimo livro da terceira prateleira guardava um segredo.

        Não demorou muito para chegar a biblioteca, tampouco para localizar o que procurava. Estava lá, onde haviam lhe dito, num lindo envelope lacrado pelo selo do reino... "Maldição!", murmurou ele enquanto segurava a carta que encontrara entre as páginas do livro—o livro favorito dela.

 "Maldição!", murmurou ele enquanto segurava a carta que encontrara entre as páginas do livro—o livro favorito dela

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

        Ficou completamente inconformado. Mesmo que já desconfiasse haver um romance entre os dois, Poak tinha esperanças de estar errado. Naquele instante ele percebeu que seu informante estava correto quando afirmou que facilmente Kallias trairia a própria família para proteger a quem amava.

         Uma fúria imensurável agarrou-se ao peito do príncipe, junto a um forte sentimento de traição.

        Não pensou duas vezes, nem sequer cogitou outra possibilidade. Poak chamou Kallias para 'caçar'. Mentiu dizendo que precisava capturar um cervo para que fosse preparado um grande banquete e insistiu que seu irmão o acompanhasse. Kallias estranhou a atitude do irmão, porém, acabou cedendo.

        Os dois saíram do castelo montados em seus cavalos, acompanhados por apenas alguns poucos guardas. Poak guiou o grupo até a floresta de Schronr. Lá, ele ordenou que os guardas ficassem para trás, e então seguiu com Kallias floresta adentro. Ele sentia o coração apertado e a garganta seca, mas não podia voltar atrás. Tinha que fazer o que era necessário pelo bem do reino.
[...]

        Horas depois, Poak adentrou as portas do palácio sozinho, coberto de sangue, de modo que os servos assombraram-se e começaram a cochichar entre si: O quê aconteceu com o príncipe Kallias? Ele não disse nada-nenhuma palavra sequer-apenas caminhou até o seu quarto com passos pesados e olhar vazio. Fechou a porta atrás de si e jogou-se na cama, soltando um grito abafado pelo travesseiro.

        Nesse dia, o rei estava ausente, resolvendo questões diplomáticas no reino vizinho. Os servos mais fofoqueiros não perderam tempo e foram contar à rainha o que havia acontecido. Mirana correu até o quarto do filho em desespero, quase tropeçando na barra do longo vestido. Assim que chegou, seus olhos se arregalaram ao notar a mancha vermelha que se espalhava pela camiseta branca de Poak como uma flor murcha. Com a voz embargada, ela indagou:

— Onde está Kallias, teu irmão?

— Por um acaso sou eu guardador de meu irmão para saber onde ele anda? - retrucou com despeito.

— Por um acaso sou eu guardador de meu irmão para saber onde ele anda? - retrucou com despeito

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

⚜️

⚜️

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
SOMBRA E FÚRIA (Vol. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora