t r e z e

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"Vamos a um ménage meninos?" Pergunto soltando uma risada irónica com a situação. Eu estou verdadeiramente alterada.

"Quem é essa?" a putinha que estava debaixo dele, agora a tapar o seu corpo com o lençol, perguntou com desdém.

"Mas quem é que pensas que és para falar assim comigo oh"

Raiva percorre nas minhas veias, mas quem pensa que é para me tratar com desdém, sou muito melhor que ela. Por estar na cama com um rapaz pode pensar que é superior. Eu realmente nem acredito que acabei de testemunhar este acontecimento. Onde está o rapaz todo quieto e reservado, onde está o rapaz que me tira do sério, mas que me deixa a desejar provar os seus lábios. Onde está o rapaz virgem.

Ops.

Acho que isso já é culpa minha. A culpa de ele estar assim magoado, e mais propriamente na cama com uma rapariga, é minha. Eu magoei-o. Parti-lhe o coração e a alma, mas que esperava ele de uma pessoa com uma pedra no lugar do coração e um quarto escuro no lugar da alma. Eu estou deslocada do mundo, nunca haverá um lugar perfeito para mim, nunca haverá felicidade para mim.

Mas eu estou bem assim, ou pelo menos tento estar bem.

"Vai-te embora Caitlin"

Ergo a cabeça ao ouvir o seu tom de voz alto e irritado dirigido para mim, eu não acredito que ele está a gritar comigo ele não tem esse direito. Será que ele pensa que manda em mim, é que se pensa está muito enganado. Ninguém manda em mim, ninguém tem poder sobre mim.

"Quem pensas que és para me mandar embora?"

"Tu estás bêbeda"

"Não me digas"

"saí"

"oh, porquê? Porque interrompi o serviço" questiono ironicamente. "ambos sabemos que sou melhor que essa aí"

"Eu já ouvi tudo o que tinha a ouvir" a rapariga diz levantando-se e vestindo o seu vestido. "nunca mais te quero ver na vida Isaac" diz-lhe sem crepúsculos, deixando-o embasbacado a olhar para ela.

"Não vás Anna" pede-lhe agarrando-a pelo braço.

"já tens ai companhia, diverte-te" sai pela porta fechando-a com força, deixando a minha cabeça a latir pela forte batida.

"viste o que fizeste!" grita-me colocando as suas mãos na cabeça puxando os seus cabelos, demonstrando a sua fúria para comigo.

"fiz-te um favor"

Após lhe dizer aquilo saio pela porta fechando-a com pouca força, a minha cabeça não iria aguentar mais estrondos de portas. Entro no meu quarto e simplesmente jogo o meu corpo para cima da cama, de modo a deixar o meu corpo e mente relaxar e tentar recuperar alguma da minha sanidade obstruída pelas substâncias alcoólicas consumidas durante a noite.

Eu não consigo colocar na minha cabeça que ele fez isto. Ele fudeu com uma rapariga. Não é por ele o ter feito, ele é homem tem necessidades, mesmo que as dele tenham ficado escondidas durante uns bons anos. É na realidade por ele ter dito que gostava de mim e depois fazer isto, eu agora vejo que fiz bem em despachá-lo, ele acabou de me provar o quão certa eu estava e estou acerca do sentimento mais inexplicável, o amor.

O sentimento que lixa a cabeça de muita gente. Amor. Porque existe sequer um sentimento assim, ninguém precisa dele, no fundo ele não existe. É uma mera ilusão. Como as histórias da cinderella, a branca de neve, a bela adormecida. São apenas histórias fictícias que se contam ás crianças de que irão encontrar o seu príncipe encantado e viver felizes para sempre. Isso é tudo uma ilusão, ninguém é feliz para sempre. O amor não existe, tal como as histórias assustadoras que se contam ás crianças, para elas não fazerem asneiras. Ou como o mostro que está debaixo da cama. É tudo mentira, ficção. O amor é isso mesmo. Uma ficção, uma ilusão.

Insane || hotOnde histórias criam vida. Descubra agora