Flores para os Min | oneshot taegi | incompleta

1 - UNICO {incompleto}

As flores desabrochavam na primavera. Apenas um quarto do ano em que as ruas e os parques eram preenchidos pela abundante paleta de cores que as pétalas de variadas espécies forneciam. Felizmente, não seriam as estações frias e àridas que impediriam Kim Taehyung de desfrutar daquelas cores e aromas. Afinal, aproveitava disso o ano inteiro em sua estufa, preservando o clima ideal para criação e conservação de tantas flores silvestres e distintas.

Sempre atuou com casamentos e eventos de grande porte, então o negócio de sua família era próspero e lucrativo. Principalmente nos casamento durante a primavera.

Então não era à toa que sempre era questionado sobre seu estado civil. Não diretamente. Geralmente seus pais lidavam com quais quer dúvidas dos olhos alheios, impedindo com que as vozes da sociedade chegassem aos ouvidos de Taehyung, que era filho único.

Entretanto, sua audição era bastante apurada.

— Lá vai ele de novo...

— Definitivamente está de coração laçado!

— Ele tem bons olhos, não é à toa que fora logo pela família Min... Sana tem sorte!

— Sem dúvidas... O rapaz mais bonito da cidade na palma da mão dela!

Taehyung engoliu em seco ao mesmo tempo que apertou as mãos no guidão da bicicleta, seguindo em passos calmos até a baixa cerca de madeira, da bela casa da família Min. Responsáveis pela maior padaria e confeitaria ao centro da pequena cidade, aquela também era uma família importante, trabalhadora e, sem dúvidas, rica.

O dote de Sana era invejável. Atraía sem dúvidas muitos olhares interesseiros e maliciosos. Era um dote que precisava ser protegido e entregue em boas mãos.

Ao parar com a bicicleta diante da entrada, já pode ver Min Sana sair às pressas pela porta da frente, correndo pelo curto paço até a sua direção. Com um imenso sorriso no rosto, Taehyung pegou o buquê de margaridas que descansava na cesta da bicicleta e ficou diante do portão baixo.

— É tão bom te ver! — Sana ofegou, arrumando os cabelos bagunçados com as mãos, olhando para trás afim de ver se ainda tinha tempo. Com o vazio, se virou para Taehyung novamente. — Não quer entrar? Você nunca fala com ele... — Taehyung minimamente negou, nervoso.

— Ele sempre me olha de cara fechada... — encarou a porta de entrada em espectativa, mas nada acontecia. — Devo muito a ti por entregar essas flores para ele.

— Sempre que ele sai para a padaria, eu coloco no quarto dele. — apoiou as mãos na madeira da cerca. A tinta branca era recente mas já começava a descascar. — Uma vez ele me perguntou o motivo, me perguntou se eu não gostava das flores que você me dava...

Taehyung sentiu seu coração parar dentro do peito. Talvez pelo que Sana estivesse prestes a dizer ou por tê-lo visto surgir de forma tão abrupta na porta da frente. Não pôde desviar o olhar dele.

— E-... O que você... O que você disse? — Engoliu em seco, apertando o caule do buquê em suas mãos.

— Falei a verdade. — Sana olhou para trás e levou um pequeno susto, concluindo então em uma frase rápida: — Eu disse que as flores nunca foram para mim.

Taehyung ergueu a postura, passou a mão livre nos cabelos e então a escondeu no bolso de sua calça clara.

Min Yoongi, diante de seus olhos, estava encantador. Trajava vestimentas caras, arrumadas e justas, ao contrário de Sana que parecia demasiadamente despojada. O seu cabelo também, que mesmo crescido, estava bem penteado, dividido na lateral e colocado para trás.

O cheiro de seu perfume fora logo captado e desvendando por Taehyung, que se permitiu suspirar com a fragrância de alecrim enquanto os olhos felinos pousavam em cima de si, incisivos.