𝗜𝗻𝘃𝗲𝗷𝗮

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Invejar uma pessoa muito melhor que você era humilhante, e chegava a ser desgastante o tanto que a inveja me consumia aos poucos, nunca tive uma relação boa com Shimizu Kiyoko

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Invejar uma pessoa muito melhor que você era humilhante, e chegava a ser desgastante o tanto que a inveja me consumia aos poucos, nunca tive uma relação boa com Shimizu Kiyoko. 

Ela era uma dessas pessoas, do tipo que recebe tudo de mão beijada, dinheiro, sua gloriosa fama, um talento inesquecível, e é herdado sem o mínimo esforço. Suas vitórias não eram justas, bastava apenas ela falar uma palavra que todos já eram desclassificados, sem ao menos demonstrar suas experiências. 

Meu ódio por Kiyoko era grande, ela era o símbolo da perfeição e todos queriam chegar lá um dia, inclusive eu. 
Conforme o tempo passou, mais se fixava a ideia de que precisaria arrumar um jeito de ultrapassar a garota. Meu ódio pela garota começou quando, pela primeira vez, eu soube que não era bom em algo, principalmente num laboratório. Ela domada com sua presença avassaladora e cativante, mostrou um conhecimento avançado mesmo sendo uma estudante iniciante como eu. Ela era a rainha deles e de todos naquele laboratório, todos a tratavam como uma verdadeira imperatriz. 

Ela se colocava acima dos outros, era como uma deusa que olha para baixo e encontra jogado nos seus pés apenas os vermes inúteis. E eu era um desses, sequer era digno de ser seu rival.  Meu ódio cresceu aí, o único momento em que falou comigo foi quando foi preciso fazer um trabalho.

Até hoje me lembro desse encontro,  com rancor.

ㅡ Suna? ㅡ uma voz doce me chamou.
Abri meus olhos e lá estava a garota, a qual eu detestava e não suportaria ficar no mesmo cômodo com ela, sem ter pensamentos em como eu arruinaria seus sonhos, sua vida e arrancasse de suas mãos tudo que devia ser meu. Conquistado com o meu trabalho, o meu suor.

Ser rejeitado ainda pequeno por não ser perfeito me fez ser assim, um cara obcecado pela perfeição desde criança.
 
ㅡ O que foi? ㅡ respondi, amargamente.

ㅡ Professor de química pediu para que formassem duplas com seus colegas de mesa e disse que não mudaria ㅡ sua voz me irritava às vezes.

Como ela poderia ser doce e calma com uma pessoa que a tratava com amargura e crueldade nas palavras. Ela fazia isso para cobrir sua máscara de falsidade, e escondia sua verdadeira face, a crueldade sem fim. 

ㅡ Merda ㅡ respondi baixo, ao me deparar com a situação.

De um lado o pensamento de fazer algo junto dela era nojento, porém, isso facilitaria muito as coisas para mim, não teria uma pedra em meu sapato me atrapalhando, dar um fim em Shimizu Kiyoko era a mesma coisa que dar um chega na sua carreira gloriosa, eu poderia simplesmente tirá-la de tudo e finalmente poder ser o melhor de tudo. Os certificados seriam meus, os projetos e tudo que lutei para ter, mas que foram arruinados por uma garota que mal se esforçava, Kiyoko nasceu com dom e era a melhor em tudo. Odiava ela, mas com ela morta, não teria que ficar em segundo lugar.

Em uma noite conseguiria me livrar do fardo, que pesava em minhas costas. Sem Shimizu Kiyoko, eu seria o melhor e não precisaria ficar me preocupando com uma certa pessoa insignificante em meu caminho. Que Deus me perdoasse, mas enfim teria liberdade, e quando isso acontecer aquela vadia estaria morta.

ㅡ Suna Rintarou ㅡ ouvi vozes me chamando, mas não era a sua.

Na biblioteca da mansão, estava na frente de um detetive e um investigador. É verdade, eu estava no estúpido evento de Kiyoko. O qual recebi o convite depois de fazer dupla com ela no trabalho da faculdade.

Um assassinato, essa foi a única coisa que me fez sorrir depois de chegar naquela mansão idiota, minha relação com Kiyoko está bem longe de ser boa. Mas pelo que eu sei existem algumas piores nesse mesmo local.

O detetive me observou com cuidado vendo que permanecia calado desde a hora em que entramos no local, calei-me e só falaria algo se realmente importasse.

ㅡ Suna Rintarou, qual sua relação com a vítima Shimizu Kiyoko? ㅡ perguntou. 
Dei um sorrisinho ladino e suspirei antes de proferir as palavras seguintes.

ㅡ Para que perguntar algo que provavelmente o senhor policial já falou? Mas já que insiste em fazer essas perguntas fúteis, não tenho outra opção senão responder ㅡ cuspi arrogantemente as palavras ㅡ Caso contrário já estaria dentro de uma cela.
 
ㅡ Mais respeito aqui! ㅡ o senhor inspetor me repreendeu, apesar do detetive estar com a mesma expressão do momento em que me sentei ㅡ Se quer tanto ir para dentro de uma cela, podemos resolver isso agora mesmo.

ㅡ Sou um mero colega de classe, agraciado com um convite. Apenas isso. Um plebeu convidado para entrar no palácio dos reis. ㅡ zombei.

ㅡ Sei o meu lugar, mas alguns nesse mesmo lugar parece que não — soei sarcasticamente, Kiyoko com certeza era uma delas, agora morta no chão gelado parece um lugar que combina com ela. ㅡ Não consegue ligar os pontos? Irei facilitar os trabalhos dos senhores.

ㅡ Suna é sério ㅡ Adverte o inspetor. 
ㅡ O senhor sabe que eu não mentiria, detetive. 

ㅡ Preciso que fale tudo Suna ㅡ o detetive fala.

ㅡ Está certo, devo colaborar. Existe um homem nessa mansão, que já quase a matou uma vez e ele é conhecido por quase todos. 

ㅡ Tem algo a me contar a mais, Suna? ㅡ o detetive perguntou.

ㅡ Wakatoshi pegou Kiyoko pelo pescoço num acesso de raiva na própria faculdade, ele é meu professor e não é normal isso acontecer. ㅡ digo firmemente. 

Ele me olhou por breves segundos antes de perguntar mais algumas coisas. 
ㅡ Vi Kiyoko e seu namoradinho brigando. Ela tem cara de santa, mas não é ㅡ conto ㅡ Sua relação com o irmão é uma merda e seu amigo tá mais para um maníaco e nem se fala do ex. Um babaca total ㅡ confesso. 

ㅡ Como sabe disso? ㅡ ele perguntou
ㅡ Fizemos um trabalho junto e ela acabou confessando ㅡ balbucio.

ㅡ Só isso? ㅡ perguntou e afirmei para o detetive. ㅡ Pode se retirar, Rintarou. Chamem o próximo suspeito ㅡ ordenou o detetive.

O homem próximo ao detetive esteve ao lado dele o tempo inteiro e logo se aproximou, me levando para a porta, e logo poderia me livrar dele. 

ㅡ Se você a matou realmente, vai ter grandes problemas pirralho ㅡ o inspetor cuspiu as palavras como se elas pudessem realmente me afetar.

ㅡ Veremos senhor inspetor, veremos ㅡ Debocho.

𝐕 | 𝐃𝐄𝐒𝐀𝐅𝐈𝐎 ━ 𝐃𝐄𝐓𝐄𝐓𝐈𝐕𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora