A cicatriz do corvo

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Itachi Uchiha
(narrador bônus, prometo dor e sofrimento neste capítulo)

Eu deveria ter ido embora assim que cheguei. Estava claro que a intenção era só atingir o Sasuke, e comigo aqui não facilita muito as coisas pro meu irmão. Ele pode estar mais maduro, mas ainda é só um garoto quebrado por todas as minhas escolhas e as dele durante a vida.
Ver o Sasuke também me faz reviver minha maior dor e arrependimento. Seria hipócrita se dissesse que não penso sobre como seria a minha vida se nada daquilo tivesse acontecido. Não consigo nem me lembrar da última vez que sorri tão sincero e sentindo realmente o sentimento "alegria". Acho que é por isso que estou enrolando para ir embora. Ver a Sarada me faz, pela primeira vez, desejar estar vivo.

- Oji-san! — Ela me chama. Meu coração que não está mais funcionando ainda consegue derreter com ela me chamando assim com olhos tão curiosos. É como se meu coração batesse novamente. — Por que não seguimos o papai? Pegaremos um pouco da luta, dizem que você é muito bom. Eu quero ver você lutar!

Eu ri.

- Muito bom? — Baguncei o cabelo dela. — Eu era só um cara doente.

Ela fez cara de brava.

- Eu duvido!

Sorri. É igual o Sasuke quando menor. A mesma carinha, o mesmo jeitinho. Que saudade desse tempo com ele.

Sarada me abraçou forte de repente.

- Oji-san... - A voz dela estava embargada. Por mais que ela faça de tudo para se manter forte. - Você ficaria se pudesse, não é?!

Respirei fundo e retribui o abraço pegando ela no colo.

- Desculpa ter escolhido um caminho que me fez estar longe de vocês...

Dessa vez senti seu peito arfar, também quis chorar com ela. Talvez dizer essas coisas não ajudam em nada, a não ser aumentar a dor da despedida. Mesmo conhecendo eles, esse sentimento de culpa ainda me persegue. Me sentia culpado por estar vivo mesmo depois de tudo e agora me sinto culpado por não estar vivo. É cansativo pensar assim em todo o tempo.

Vejo uma kunai com papel bomba nela bem na janela da casa do Sasuke. Sem tempo para correr, viro com a Sarada no colo não deixando atingir nela.

Não é a garota.

Uso o sharingan para ver os movimentos do inimigo e pude ver um garoto avançar. E ainda com a Sarada no colo, uso bola de fogo para dispersar ele da minha direita. Sabendo que ele vai usar a esquerda, chutei ele para longe. É rápido. Olhamos nos olhos um do outro e tenho certeza que queríamos usar genjutsu, mas o dele não funcionou em mim, e ele saiu mais rápido do que imaginei. É diferente da Mizai, agora seu o porque meu pai ter tido tanto medo de um novo clã tão complexo em genjutsu, é mais difícil de controlar.
Não tenho tempo de soltar a Sarada, e como ele é fraco, prefiro ser mais estratégico para acabar com isso mais rápido. Uso uma sequência de genjutsu para o confundir, ele pode sair rápido, mas não quer dizer que não tenha limitações.
Uma fração de segundos e sem ele conseguir reagir o prendo em correntes com selo.

Coloco a Sarada no chão, pois agora ele não vai conseguir se desprender.

- O que aconteceu? — Sarada parecia em choque.

Acho que foi tudo rápido demais para ela acompanhar, só se tivesse com o...
Sorri. Ela está usando o sharingan, provavelmente acompanhou boa parte do que houve aqui.

Minha sobrinha deu pulinhos de vitória. É fofa.

- Como pode ser tão frio? — O garoto perguntou. — Não tem como nenhuma das coisas que te mostrei não ter te afetado.

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