O Ninguém

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Venda meus órgãos

Arranque tudo que eu tenho

Me jogue numa vala

E roube todos os meus pertences


Quando for encontrado,

Quero ser dado como indigente

Quero ser cremado

E que minhas cinzas sejam jogadas numa lixeira qualquer


Já que gosta tanto de me ver sofrer

Você irá amar me ver morto

Morto por sua culpa

Morto pelas suas mãos


Aliás, tenho um corpo frágil

Então será fácil me matar

Apenas corte minhas cordas vocais

E ficarei quieto,

Sem lutar

Ou revidar.


E morrerei feliz

Sabendo que ninguém me descobrirá

Ou lamentará pela morte de um Ninguém

Diário de um escritor suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora