Quando dois caminhos opostos se cruzam, eles nunca mais se separam.
Elisa Martin parece ter a vida dos sonhos de qualquer médica cirurgiã. Ela trabalha em um dos melhores hospitais gerais do Brasil, mas sua vida é bem diferente daquilo que ela deixa...
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2920Palavras
"É bonita a forma como essa profunda normalidade se instala em mim Eu não estou entediada ou infeliz Ainda sou tão estranha e selvagem Eu estou no vento, eu estou na água Filho de ninguém, filha de ninguém"
Lana Del Rey - Chemtrails Over The Country Club
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Por onde eu piso, entro, como e respiro, consigo sentir um vazio que me circula e inunda as paredes de meu cérebro, cada vez mais. E isso me corroí, de certa forma. Eu me pergunto todas as noites antes de dormir, se é o peso de ser inútil que eu não aguento carregar.
Nunca saberei.
Eu era uma jovem talentosa e estudiosa, mas a minha classe social na sociedade nunca me ajudou muito.
Eu era capaz de ficar noites sem dormir em claro, apenas para estudar. Ser alguém que meus pais ou meu irmão mais velho não conseguiram ser.
Eu fui feita para isso. Para tirar eles da miséria. Eu sou obrigada a ser alguém de sucesso na vida.
Eu estou sufocada com toda essa pressão que venho recebendo há anos.
Essa é a verdadeira eu.
Consegui uma bolsa de estudos, em uma boa faculdade de medicina em São Paulo, que era frequentada apenas por pessoas de classe alta. Eu não me senti bem por isso. Eu não sou uma deles, nunca fui.
Mas então tive que me mudar de uma cidade minúscula, no interior de Minas Gerais, para a grande São Paulo. A sede mais próxima da faculdade na qual eu iria frequentar se residia naquela magnífica cidade. Fui morar em um cubo apertado com infiltrações que se era chamado de apartamento - ou kitnet -. Minha mãe disse que eu precisava economizar na minha escolha, mas ela mesma o escolheu, e esse apartamento parecia o inferno. Eu entendi qual eram os seus planos. Ela escolheu um apartamento menor para que eu pudesse economizar e assim mandar dinheiro para ela. Mas qual outra função eu teria, não é mesmo?