Capítulo 3

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Daryl Dixon P.O.V

Eu não aguentava mais aquela bendita música. Nem o frio. Nem a fome. Não aguentava mais ficar longe de Lia.

Eu não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que Dwight tinha me trancado aqui, mas se eu sabia de algo, era que eu com certeza mataria Negan. Se já não bastasse a música, fui obrigado a ficar sem roupa e comer pão velho com ração para a porra de cachorros, e tudo isso num tempo que parecia uma eternidade.

Eu não havia visto Lia em momento algum, e Dwight deixou claro que ela não sabia da minha presença, mas não disse mais nada. A única coisa que Dwight sabia falar, era o que Negan queria.

A preocupação de não saber como a mesma estava, me matava por dentro. Não sabia o que Negan queria com ela, e me doía pensar que ele pudesse estar fazendo o mesmo que comigo, ou até pior. Para o bem dele, eu esperava que ele não a tocasse.

De repente, a porta de ferro que me deixava preso naquele cubículo, foi aberta revelando Dwight que continha um prato, com o de sempre nas mãos. Com fome, peguei bruscamente e comi novamente aquela droga de comida. Eu poderia morrer de frio sem roupas, mas de fome não. O loiro me encarou por segundos, antes de se virar e fechar novamente a porta, me deixando completamente no breu e segundos depois, a bendita música voltou a tocar, me fazendo gritar de raiva e cair no choro.

[...]

O sono estava me pegando, quando a porta foi aberta.

- Incrível sua capacidade de dormir com essa música alta. - A voz de Dwight me fez abrir os olhos, recebendo algo grosso e macio em meu rosto.
Roupas. - Vista.

Sem hesitar, eu vesti rapidamente os moletons, sentindo o corpo esquentar pela primeira vez desde que cheguei aqui. Antes que eu pudesse raciocinar, Dwight segurou a gola do casaco e me puxou com força para fora da sala, me empurrando pelos corredores parcialmente escuros. No meio deles, haviam pessoas com macacões quase iguais aos meus, que limpavam o chão.

Na virada do corredor seguinte, Dwight quase me jogou em uma porta, quando saímos entrando no que parecia uma enfermaria.

- Carson... - Dwight cumprimentou o homem quase careca, enquanto a mulher que estava sentada na cadeira na sua frente, me encarava. Era a mulher de Dwight? Sherry?

- Já estamos terminando. - O tal Carson disse sério.

- Então apressem-se. - Dwight disse ríspido, sem cumprimentar a mulher, que não parava de me encarar.

- Oi, D. - Disse baixo, e o mesmo respondeu apenas o básico. Se virando para mim, ela me olhou preocupada. - Daryl, certo?

- Não fale com ele. - Dwight quase gritou, ao me empurrar para a cadeira que antes a sua mulher se encontrava.

Antes que o Doutor falasse algo, Dwight pareceu encarar algo ao meu lado, me fazendo olhar de rabo de olho e ver o que parecia um teste de gravidez. Sherry avisou que havia dado negativo, e embora a frase do loiro tivesse sido de que talvez não fosse a hora, havia alívio em sua voz.

Antes que o tal Carson pudesse começar a fazer o que é que faria comigo, Sherry se aproximou novamente de mim quando disse.

- Não importa o que disserem... apenas faça.

- Mandei não falar com ele. - Repetiu, e vi os dois se encararem de forma estranha.

Não adiantava ter remorso agora, a merda já estava feita.

Olhando o ferimento em meu ombro, o Doutor que mais parecia um frouxo, me disse o mesmo que a mulher. Se eu obedecesse Negan, seria curado e cuidado. Mas eu achava difícil. Eles não estavam lá. E se tinha algo que eu faria para Negan, era matar o próprio.

Destino Travesso [2] || Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora