Destino Travesso [2] || Daryl Dixon

Capítulo 13

Daryl Dixon P.O.V

Enquanto Lia e Josh seguravam as pontas no Santuário, Maggie e Sasha tentavam fazer o mesmo em Hilltop.

Em uma das muitas coisas que Rick estava certo, uma delas era que Maggie poderia ser uma boa líder. Enquanto Gregory continuava sendo um grande cuzão escondido em sua toca, Maggie quase liderava Hilltop inteiro. Ela tinha o respeito ali, e isso a fortalecia.

Em meio a guerra que estava se formando, a morena conseguiu reunir a maioria do povo a ficarem dispostos a lutar contra os Salvadores. Vendo aquilo, eu sentia cada vez mais esperança de tirar Lia de lá.

Mesmo que Josh tenha prometido protegê-lá, eu ainda tinha medo. Lia era incrível, uma mulher forte, poderosa, mas não era imortal. E eu sentia muito bem o que Lauren queria. Eu não confio naquela mulher, da mesma forma que Lia nunca confiaria no meu pai.

Para o meu alívio, Sherry havia sido bem recebida pelos moradores, ou pelo menos, a maioria deles. Com ajuda de Sasha e Enid, Maggie estava treinando todos para uma batalha que ainda nem sabíamos se aconteceria, mas eu esperava que sim.

Logo após falar com Lia no rádio, algumas horas depois, os Salvadores apareceram aqui. Por segundos achei que tinham descoberto. Imaginei que tivessem escutado Lia e eu no rádio, e soubessem de tudo, inclusive de Maggie. Mas graças a Deus, não era isso.

No desespero, Enid correu junto a Jesus para esconder tanto Maggie e eu, quanto Sasha e Rosita. Maggie e eu ficamos no depósito das plantações e nos escondemos em silêncio. Enquanto os segundos pareciam horas, eu me sentia mais pressionado ainda a não olhar para Maggie. Olhar para a mesma me fazia lembrar de Glenn, daquele jeito... e a culpa me atingia.

Embora eu admirasse a coragem e a liderança de Maggie de longe, não havíamos trocado muitas palavras desde minha fuga do Santuário. Mesmo que tudo apontasse que Glenn morreria de qualquer jeito, que Negan mataria alguém de qualquer maneira... o peso da culpa ainda caia em minhas costas. Olhar para a ex -fazendeira, ver sua barriga crescendo e não ver Glenn ao seu lado era torturante. Eu sabia que Lia também se culpava por não ter conseguido salvá-lo, mesmo abrindo mão de sua liberdade, mas a culpa da morte, do motivo, era minha. Se eu não tivesse saído, talvez Glenn e Abraham ainda estivessem vivos.

Escondidos atrás de uma estante escura, eu escutava a respiração ofegante de Maggie atrás de mim, enquanto segurava a faca, tentando manter o foco na porta. Se alguém entrasse, eu precisava estar preparado. E eles entraram.

De repente, uma luz fraca iluminou um pouco o depósito, fazendo com que nós nos abaixássemos um pouco atrás da estante. Pelos passos calmos e únicos, era apenas um imbecil.

O idiota rodeou um pouco o deposito, não chegou muito perto de nós, para a nossa sorte. Alguns segundos depois de pegar algumas de nossas comidas, ele bateu a porta e escutamos seus passos se afastarem.

— Acho que ele já foi. — Maggie sussurrou, saindo aos poucos de trás da estante. — Quis matar ele não é?

De costas para a mesma, enquanto eu encarava a porta, eu respondi.

— Ele merecia morrer.

Ignorando o que eu disse, ela acusou.

— Desde que chegou aqui, não me disse uma palavra. — Eu não respondi. — Dá para olhar para mim? Por favor.

Devagar, eu me virei, tentando olhá-la, mas as lágrimas já estavam nos olhos, quando ela me viu.

— Daryl...

— Eu sinto muito. — Sussurrei, a voz embargada. — Eu sinto muito, mesmo.

Me encarando enquanto eu chorava, ela disse.