2 | Ciclo Vicioso

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6:00 da manhã, o relógio de Lucinda apita ao lado da cama, ela abre os olhos e pensa "tudo de novo" ela vira para o lado e não vê Andrade. Como não é de costume do mesmo acordar antes dela, ela se levanta para procurá-lo e logo em seguida tropeça em algo esparramado no meio do chão

— Aiii - diz lucinda após segurar no móvel a frente de sua cama antes de quase cair de cara no chão - Andrade!!! - diz a morena revoltada com a cena que viu

Andrade resmunga e a ignora, ele estava aparentemente babado, atirado no chão ao lado de uma garrafa seca de cachaça. Lucinda o puxa pelo braço despertando-o e o levando até a cama. Aquela situação estava cada vez mais desconfortável pra ela, era como viver perto de uma bomba relógio, prestes a explodir.

Na cozinha, estava Anely e Cristian preparando um sanduíche

— Bom dia - diz lucinda com a voz séria

— Bom dia - responde Anely - tá tudo bem?

— Tá - diz lucinda e logo em seguido olha pro cristian fazendo sinal pra Anely não falar nada na frente do garoto

— Vou levar o Cris pra escola, mais tarde a gente conversa tá, Lu?

— Não precisa tentar esconder tia, eu sei que você quer conversar sozinha com a minha mãe - dispara Cristian

— Mas esse menino ta demais hein Anely - brinca Lucinda e logo em seguida pega uma fruta que estava na mesa do café - Bom eu tenho que ir pra cooperativa que eu já tô atrasada pra minha reunião com o Tadeu, tchau meu filho, Anely cuidado com ele no caminho pra escola hein - diz Lucinda já saindo

— Tá pode deixar, te amooo - grita Anely para a irmã que já estava quase lá fora

Algumas horas depois na cooperativa, Lucinda trabalhava arduamente como de costume, gerindo todo aquele lugar, e se mostrando cada vez mais eficiente e inteligente, Dr Tadeu (presidente da cooperativa), sempre tecendo elogios a gerente pelo bom desempenho, aquela empresa estava andado muito bem com toda dedicação de Lucinda. Porém em casa, o marido de lucinda já mostrava o completo oposto da mulher, acordou algumas horas depois de lucinda sair, com uma ressaca poderosa, depois de tomar uma garrafa inteira de bebida sozinho. Ele apesar de saber que não estava fazendo o que deveria (cuidar da pausada), preferia culpar a mulher, já que ela passava o dia fora de casa trabalhando e não podia ajudar tanto com a pousada, o que é mais que compreensível, já que ela sustentava aquele lugar, e sem seu trabalho na cooperativa eles não teriam dinheiro nem para o básico.

A verdade é que Andrade tem inveja, por achar que um homem tem sempre que sustentar a casa, ele n aceitava o fato de Lucinda manter tanto a casa quanto a pousada com o dinheiro que ela ganhava, não aceitava o fato dela ser mais bem sucedida do que ele, isso o irritava e tirava ele dos eixos.

No fim do dia....

Lucinda chega em casa exausta após mais um dia de trabalho na cooperativa, ela enrolou o que pode pra atrasar sua volta pra casa e ter que encarar Andrade, que a essa altura já estava no próximo gole de cachaça, de novo... ela não sabe mais como suportar isso, ele bebe, fica agressivo, ameaça ela e diz coisas horríveis que a quebram cada vez mais, ela sabe que não suporta mais isso, mas não consegue se desligar dele.

Lucinda encontra Andrade deitado no sofá da sala com uma garrafa na mão.

— Boa noite - diz Lucinda tentando ignorar o fato de que Andrade está bebendo novamente e passa direto para o quarto.

— Oi Lucinda, tava tendo reunião? - diz ele em tom tom de ironia.

Lucinda passa direto o ignorando, para evitar uma discussão que com certeza não acabaria em abraços e pedidos de desculpa.

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