Alguns dias depois....Já haviam passado alguns dias após Andrade agredir lucinda, até então ele estava quieto, não tinha mais aprontado, mas a relação deles não era mais a mesma. Lucinda vivia com medo, medo de ser agredida, medo de ouvir as palavras ásperas que saiam da boca de seu marido, medo de ser maltratado dentro do lugar que ela deveria encontrar consolo, aconchego, dentro de sua própria residência, que ela nem conseguia mais chamar de casa.
Lucinda POV
Passei o dia na cooperativa enrolado pela milésima vez porque não queria voltar pra casa agora, as vezes me sinto culpada por isso. Talvez eu realmente não esteja me esforçando pra dar um rumo melhor na nossa relação, pra evitar essa distância estabelecida por nós mesmos. É tão nítido que mesmo estando tão perto, parecemos estar tão longe, talvez eu realmente não tenha obrigação de melhorar essa relação, afinal é uma relação torturante, eu muitas vezes me pego pensando que não aguento mais ficar perto dele, mas ao mesmo tempo ele é meu marido, jurei diante de Deus que seria até que a morte nos separasse, mas não sei por quanto tempo ainda conseguirei cumprir essa promessa, e isso me mata por dentro.
Depois de algumas horas, Lucinda chega em casa e encontra Cristian em seu quarto fazendo a lição de casa.
— Oi meu filho, como você tá? Precisa de ajuda aí?
— Não, obrigado mãe! - diz Cristian meio cabisbaixo
— Ta tudo bem? Você tá tão tristinho
— É que você chega cada vez mais tarde, e o papai prece que nem liga pra mim, passa o dia trancado no quarto bebendo aquelas coisas - dispara Cristian, deixando Lucinda em pedaços após perceber que aquilo estava afetando seu filho muito mais do que ela imaginava
— Oh meu amor, me perdoa tá?! Eu prometo que amanhã vou chegar mais cedo e se eu conseguir te pego no colégio pra gente tomar um sorvete tá? Eu te amo viu - diz Lucinda com um ar doce e a voz aveludada
— Tudo bem mãe, não é culpa sua!
— Agora vou ficar aqui com você um pouco e te ver estudando, você se importa?
— Claro que não, eu vou adorar - diz com um sorriso no rosto
Alguns minutos depois, Andrade chega ao quarto do filho e empurra a porta que estava entreaberta, encontrando lucinda deitada na cama do filho vendo-o estudar com um sorriso leve no rosto que rápido se desmancha quando Lucinda percebe o mesmo adentrar o quarto de Cristian.
— Chegou tarde de novo né Lucinda, você não cansa não de viver na rua enquanto eu e seu filho ficamos sozinhos aqui em casa - diz Andrade com as palavras meio tortas, aparentemente meio alterado
— Oi Andrade, tudo bem? - diz lucinda com um ar irônico na fala, mostrando que ele mal havia dito um "oi" e já estava caçando briga
— Bem? Bem pra quem? Minha mulher passa o dia fora de casa sem me dar satisfação
— Bom, eu vou tomar um banho - diz ela tentando evitar confusões na frente do filho
Após sair do quarto ela fecha a porta para que Cristian não veja nada e segue para seu quarto até que o marido a puxa pelo braço com brutalidade.
— Eu to falando com você Lucinda, eu quero que você me diga o que você tanto faz pra chegar tarde todos os dias
— Andrade, você tá bebado! Eu não quero brigar
— Ah então minha mulher chega essa hora em casa, me abandona e eu não posso nem beber mais? Você acha que a culpa é minha de tá desse jeito?
— Licença - diz Lucinda demonstrando estar tranquila com a situação, mas internamente se martirizava com as palavras dele, e as vezes até acreditava que era culpa dela, assim como ele dizia. Ela segue para o quarto rapidamente e tranca a porta para que Andrade não entre
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Someone Like You
RomantizmLucinda é gerente da cooperativa em Nova Primavera no Mato Grosso, é casada com Andrade, um homem violento e alcoólatra, ela passa por um longo e doloroso processo para se desvincular dele, um ser humano de caráter duvidoso até demais, que tanto a m...