Deuses

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À muito tempo, quando o sol ainda era visto pela humanidade, muito antes da maior onda de fúria devastar qualquer ser vivo ou não vivo do segundo reino - a Terra

Um demônio se apaixonou por um deus. O rei dos demônios, cujo portava a maior beleza já vista nos três reinos era alguém impiedoso, frio e muitas vezes sádico com seus inimigos. Mas seu cruel coração fora amaciado pelo sorriso divertido do deus do sol

Um dos deuses mais generosos e brincalhões de todo o panteão celestial

Seus olhos caramelos chegavam no tom puro de dourado quando ele ria. E era sem dúvida alguma a maior felicidade do rei demônio

Não foi difícil se apaixonarem. Fora natural como o desabrochar das flores na primavera - a estação que marcou o primeiro beijo de ambos

O deus do sol não se impediu de sorrir ao sentir o mesmo gosto doce, que cada sorriso do menor tinha, em seus lábios avermelhados

Aquele selar caracterizado pelo amor fora na presença de cada espírito daquela linda clareira florida

Era claro que o rei não portava harmonia com as cores claras e vibrantes do cenário, mas o deus não poderia o achar mais belo

Aqueles olhos negros como o céu sem uma única luz eram a coisa mais mágica e brilhante que o deus já vira - mais brilhante que seu astro no céu azulado

E o rei poderia dizer a mesma coisa sobre aquele leve repuxar de lábios apaixonado. Poderia ficar toda sua imortalidade apenas olhando aquela expressão apaixonante

Naquela mesma clareira, após aquela troca de carinhos, juraram o amor ao outro

E a partir dali, tudo feito por um, sofria a visita do outro. O que resultava em horas dentro de uma grossa bolha de amor

Os demônios do terceiro reino ficaram surpresos ao ver o escolhido pelo soberano ao lado do trono do ser de chifres negros

Era incomum aquela relação. Ainda mais quando os rumores de que era o rei deles quem doava energia espiritual. Aqueles boatos fizeram muitos dos demônios se assustarem

Afinal, todos criam que seu soberano era aquele quem receberia emergia espiritual

Mas, mal sabiam, que o referido demônio preferia daquela forma. Não havia energia oferecida alguma que o faria desistir de sua posição sob os lençóis

Sentir sua própria energia se esvair enquanto buscava a de seu amor era a parte mais atraente naqueles momentos sob o luar eterno de seu reino

Tudo era a coisa mais feliz na eterna vida dos dois imortais. Estar, como estavam naquele instante, apenas deitados ao sentir as peles se tocarem enquanto ouviam o leve tremor da magia de um em sintonia com a do outro

Uma das garras do rei demônio desenhava o peito moreno do deus do sol. A pele quente como um dia de verão em seu ápice. Em contraste com sua pele fria era algo relaxante

Sentia os dedos grossos e gentis desenharem o vão entre as duas asas de penas negras - que estavam escondidas para conforto, deixando apenas a base encolhida em seu relaxar

O deus abriu os olhos, sorrindo tranquilo ao ver seu amado perfeitamente acomodado em seu peito - o rosto sobre o esquerdo enquanto desenhava o direito com as garras negras

Os dois pares de chifres negros saiam dos cabelos de mesmo tom, perfeitamente lisos. Ao se sentir observado, o rei ergueu o rosto em seu peito, abrindo aqueles belos olhos negros

Nunca muito abertos, deixando o charme falar por si só. A pele alva destacava todos os tons de preto mais escuros em seu corpo, o deixando - se possível - mais divino

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