A ilha das moças.

106 19 9
                                    

Se quando lhe perguntado, quem era sua inspiração Lauren responderia que era Ed Stafford, o homem era o maioral em tudo e a morena de olhos verdes sonhava em um dia ser metade do que ele era.

Pela primeira vez desafiaria seus limites e iria para o covil de aventureiros, a Amazônia. O barco que os levava era grande, tinha dois andares e o banzeiro o balançava fazendo a mulher se sentir enjoada. Podia ver a beleza natural dos rios e as árvores do pulmão do mundo.
Com a câmera no seu pescoço tirava foto de um casal de pássaros conhecidos como manguari, eram lindos e Lauren poderia jurar que era um dos pássaros mais belos que já havia visto.

- Só podemos seguir de barco até aqui.

O capitão da embarcação falava atraindo a atenção dos exploradores, de todos os lugares do mundo.

- Você não acha esse clima tropical demais? - Seu melhor amigo David perguntava.

Lauren concordava, havia conhecido o rapaz ruivo em uma expedição na Grécia. Se tornaram bons amigos desde então.

- Acho que a escolha de calças e blusa de lã não foi a melhor escolha. - Olhava para a roupa e desaprovava a decisão enquanto ria.

Desceram da embarcação com a ajuda dos nativos e ao pisarem na praia ouviram a voz do capitão.

- O barco estará aqui novamente às seis, caso o percam só pegarão no dia seguinte, e acreditem em mim quando digo que não irão querer passar à noite nessas matas.

Viu os historiadores engolirem em seco, e se tem uma coisa que Lauren aprendeu durante anos explorando foi que nunca deveria duvidar de conselho algum, seja ele benéfico ou não.

- Essa ilha é conhecida como a ilha das três moças, dizem que há muito tempo atrás existiam três irmãs que se afogaram nesses rios e foram transformadas em serpentes, à noite elas tomam formas humanas e atraem pescadores para a morte.

Muitos anotaram coisas nas cadernetas que seguravam e seguiam o guia enquanto ele tagarelava sobre as espécies de plantas existentes no local.

Lauren ouviu um assobio e pode jurar ter visto uma criança no meio das árvores.

- ...e essa estátua é da deusa jaci, os primórdios a cultuavam e deixavam oferendas para si.

Aquilo atraiu a sua atenção, uma estátua de pedra no meio da floresta atraía sim a atenção de qualquer um, foi tomada por uma súbita curiosidade.

- Oque aconteceu com o povo que vivia aqui? - Perguntou pois no caminho adentrando a mata pôde ver construções antigas deterioradas pelo tempo.

- Não sabemos ao certo, há quem diga que eles foram extintos, outros dizem que eles largaram essas terras e foram embora. - O guia lhe explicava.

Lauren duvidava muito daquilo, se fosse por causa da lenda faria mais sentido do que a explicação fajuta que lhe havia sido dada.

Afastou-se da equipe para ver as construções mais de perto, eram antigas mas se perguntava o porquê de se manterem em pé depois de algumas centenas de anos. Ouvia os exploradores e historiadores se afastando, pegou a câmera e tirou uma foto de umas estacas de madeira enfiadas na terra, analisaria com mais calma em algum outro momento.

Uma borboleta pousou em sua mão, Lauren a admirou por alguns segundos, nunca havia visto uma borboleta como aquela, pelo menos não daquela cor. Levantou vôo e saiu indo até o lado oposto que Lauren seguiria.

Que mal poderia ter em se afastar só mais um pouco? pensou Lauren.

Seguiu a borboleta, queria apenas uma foto pois tinha certeza que aquela era de uma espécie nova. Seguiu mata adentro e só percebeu que estava longe o suficiente quando percebeu a floresta escurecendo, a borboleta por fim pousou em uma pedra perto de um riacho. Lauren se aproximou com cautela e finalmente tirou a câmera do pescoço tirando por fim a fotografia.

GODDESSOnde histórias criam vida. Descubra agora