A Culpa é das Estrelas

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"- Eu ficava dizendo "sempre" para ela hoje, "sempre, sempre, sempre", e ela só continuava falando ao mesmo tempo que eu, sem me escutar, e não disse "sempre" para mim. Era como se eu não estivesse mais ali, sabe? "Sempre" era uma promessa! Como é que você pode não cumprir uma promessa desse jeito?

- Às vezes as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem."

"- Esse é o problema da dor - o Augustus disse, e aí olhou para mim. - Ela precisa ser sentida."

"- O.k. - ele disse, depois do que pareceu ser uma eternidade. - Talvez o.k. venha a ser o nosso sempre.

- O.k. - falei."

"Há sete bilhões de pessoas vivas no mundo, e mais ou menos noventa e oito bilhões de mortos."

"- Sim, eu tenho medo do esquecimento terreno. Mas, quero dizer, não quero parecer meu pai nem minha mãe falando, mas acredito que os seres humanos têm alma, e acredito na manutenção da alma. O medo do esquecimento é outra coisa, o medo de não ser capaz de dar a minha vida em troca de nada. Se você não vive uma vida a serviço de um bem maior, precisa pelo menos morrer uma morte a serviço de um bem maior, sabe? E eu tenho medo de não ter nem vida nem uma morte que signifique alguma coisa.

Eu balancei a cabeça.

- O que foi? - ele perguntou.

- A sua obsessão por, tipo, morrer por alguma coisa, ou por deixar para trás algum símbolo memorável do seu heroísmo, e tal. É estranho.

- Todo mundo quer ter uma vida extraordinária.

- Nem todo mundo - falei, sem conseguir disfarçar minha irritação.

- Ficou chateada?

- É só que - falei, mas não consegui terminar a frase. - Só que - falei de novo. Entre nós dois, a luz de uma vela tremulava - É muita maldade sua dizer que as únicas vidas que importam são aquelas vividas por alguma coisa ou mortas por alguma coisa."

"Aparentemente, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos."

"Esta é a sua vida. Sinto muito se é uma droga."

"... - Meu Jesus Cristo, aquele garoto nunca mijava sem ponderar a respeito das ressonâncias metafóricas abundantes na produção de dejetos humanos. E ele era vaidoso: não creio ter conhecido uma pessoa mais atraente fisicamente que tivesse uma consciência tão profunda de sua própria atratividade física. Mas só digo uma coisa: quando os cientistas do futuro aparecerem na minha casa com olhos robóticos e me disserem para experimentá-los, vou mandar eles se foderem, porque não quero ver um mundo sem o Augustus.

Eu estava meio que chorando a essa altura.

- E aí, depois de ter defendido meu argumento retórico, vou colocar os olhos robóticos, porque, quer dizer, com olhos robóticos pode ser que eu consiga ver através das camisetas das garotas, e tal. Augustus, meu amigo, que bons ventos o levem."

"- Não posso falar da nossa história de amor, então vou falar de matemática. Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de que costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais números do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais números para o Augustus Waters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e eu sou muito grata por isso."

"Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações."

- A Culpa é das Estrelas, de John Green -

Memórias Escritas - Coletânea de Frases (#1)Onde histórias criam vida. Descubra agora