A Vida Invisível de Addie LaRue

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"O que é uma pessoa, se não as marcas que deixa para trás?"

"- Não importa o quão desesperada ou em perigo esteja, nunca faça preces aos deuses que atendem depois do anoitecer."

"Ela precisa de histórias.

Histórias são um modo de se preservar. De ser lembrada. E de esquecer.

As histórias vêm à tona em diversos formatos: desenhos, canções, pinturas, poemas, filmes. E livros.

Ela descobriu que os livros são uma maneira de se viver milhares de vidas diferentes - ou de encontrar forças para viver uma muito longa."

"- Eu não quero pertencer a outra pessoa - diz ela, com uma veemência repentina. As palavras são uma porta escancarada, e agora ela despeja todo o resto. - Não quero pertencer a ninguém além de mim mesma. Quero ser livre. Livre para viver e encontrar meu próprio caminho, para amar ou ficar sozinha, mas que seja por escolha própria. Estou tão cansada de não ter nenhuma escolha, tão assustada de ver os anos passando diante dos meus olhos. Não quero morrer do mesmo jeito que vivi, porque isso não é vida. Eu...

A sombra a interrompe, impaciente.

- De que adianta me dizer o que você não quer? - Ele desliza a mão pelos cabelos de Adeline e a pousa na sua nuca, puxando-a para si. - Me diga o que você quer mais do que tudo.

Ela ergue o olhar.

- Eu quero ter a chance de viver. Quero ser livre. - Ela pensa em como os anos se vão rápido demais.

Em um piscar de olhos, metade da sua vida já passou.

- Quero mais tempo."

"- A escuridão joga o seu próprio jogo. Inventa suas próprias regras. E você perdeu."

"Adeline tira o pássaro do bolso, ergue-o contra o céu e reflete.

Não tinha conseguido quebrar a estatueta.

Mas pôde trazê-la consigo.

Entre os itens da lista crescente de negativas - não pode escrever, não pode pronunciar o próprio nome, não pode deixar uma marca -, esta é a primeira coisa que ela foi capaz de fazer. Roubar. Vai levar bastante tempo até aprender os limites da sua maldição, e mais tempo ainda para compreender o senso de humor da sombra, antes que ele a olhe com uma taça de vinho em mãos e faça a observação de que um roubo bem-sucedido é um ato anônimo. A ausência de uma marca."

"- Qual é o seu nome?

Ele desvia os olhos do aposento e volta a atenção para ela.

- Por que eu deveria ter um nome?

- Todas as coisas têm um nome. Nomes têm propósito. Nomes têm poder. - Ela inclina a própria taça na direção dele. - Você sabe disso, ou não teria roubado o meu."

"A escuridão afirmava que tinha lhe concedido a liberdade, mas na verdade isso não existe para uma mulher, não em um mundo em que elas são aprisionadas em suas roupas e deixadas de lado, dentro de casa, não em um mundo que só os homens têm permissão de perambular por onde querem."

Memórias Escritas - Coletânea de Frases (#1)Onde histórias criam vida. Descubra agora