_Seungmin -Ouvi meu nome ser chamado, tapinhas na minha bochecha e senti alguém me balançando
_Hmmm -Resmunguei e escondi o rosto no tapete
_Tá vivo! -Ouvi a voz mais claramente e era Jeongin
_Não grita -Xinguei e dei um tapinha na perna dele- Tô de ressaca
_Com o tanto que você bebeu, não me impressiona -Lancei o dedo do meio e ele riu- Vem, tem alguém que quer te ver
_É só pegar uma foto minha -Resmunguei sem a intenção nenhuma de levantar
_Mas a pessoa quer te ver agora
_Coloca data e hora na foto
_Não, ela quer te ver ao vivo e a cores
_Colore a foto e olha ela fazendo live
_Anda Seungmin
_Naum -Me recusei e forcei meu corpo pro chão quando ele tentou me levantar
_Então quer dizer que o senhor não quer me ver? -Levantei a cabeça na hora e virei pra ver de onde veio a voz
_Mãe?
_Eu mesma
_Puta merda!
_Olha a boca porra -Ela me xingou mas eu não me importei. Levantei correndo e a abracei apertado, mas eu sou anêmico e acabei perdendo as forças no colo dela- Calma filho -Me ajudou a ir pro sofá e eu respirei fundo pra tontura e pra fraqueza passarem
_O que ouve? -Bangchan perguntou quando entrou na sala
_Ele é anêmico, não pode levantar tão rápido, principalmente quando tá de ressaca -Minha mãe respondeu por mim e me olhou de cara feia- Seu cretino, devia tomar mais cuidado -Os demais ali presentes nos olharam espantados pela forma como minha mãe me tratou
_Olha só quem fala -Olhei com ironia pra ela- Quando tinha a minha idade você era pior sua cretina, e é anêmica igual eu. Não adianta me dar bronca
_Ai eu odeio quando você tem razão -Ela me deu um tapinha no braço, brava por não conseguir continuar me xingando
_Eu também senti sua falta mamãe
_Sentiu a minha falta ou da minha comida? -Ela arqueou uma sobrancelha e me olhou desconfiada
_Dos dois -Minha mãe sorriu e me abraçou apertado
_Ai filho eu fiquei tão mal quando você saiu de casa -Abracei ela mais apertado
_Xinga esse puto velho aí, a culpa é dele -Comecei a conversar com ela em português e apontei com a cabeça pro Bangchan
_A culpa é dele mas ele é um gostoso -Respondeu em português também e riu alto de sua própria fala
_Mãe! -Repreendi ainda falando português mas acabei rindo junto
_Você não pode falar nada porque concorda -Voltamos a falar em coreano e ela me encarou com um olhar sugestivo
_Sim, eu concordo -Concordei com a cabeça
_Vocês formariam um belo casal sabe? -Ela perguntou se fazendo de sonsa
_O que? Eu e ele? -Não apontei para Bangchan porque estava divertido ver todo mundo ali confuso- Não mesmo
_Eu sei que quer lascar um beijão nele, conheço meu filho melhor do que ninguém
_Para com isso mãe -Pedi e ela negou com a cabeça
_Pode me dizer, eu sou tua mãe -Ela deu um tapinha na minha perna e sorriu maliciosa
_Vamos deixar essa conversa pra depois, tem criança no recinto
_E desde quando você se importa com isso? -Minha mãe perguntou irônica
_Desde que o pai macho alfa deles tem uma pistola na cintura e ele não excitaria atirar nos meus miolos
_E desde quando você se importa se vai levar um tiro ou uma facada?
_É, você tem razão -Comentei com um biquinho nos lábios- Mas vamos deixar esse assunto pra depois. Eu quero colo e sua comida
_Que criança carente essa que eu criei -Ela apertou minha bochecha e se levantou- Vou cozinhar para todos! -Disse animada- E tu faz favor de ir tomar banho, tá fedendo a bebida
_O coisa -Resmunguei e revirei os olhos
Fui me levantar rápido de novo mas me senti fraco e tonto, coisa de pessoa anêmica que levanta rápido demais. Para minha sorte, ou azar, Bangchan estava por perto e me segurou antes que eu caísse
Pareceu até cena de dorama, eu juro! Ele tava, literalmente, me abraçando por trás com poucos centímetros de distância e seu rosto tava colado ao lado do meu. Minha mãe lançou um sorriso malicioso na minha direção e eu me separei, contra a minha vontade, de Bangchan
_Obrigado por não me deixar cair -Falei rápido, catei meu salto e subi correndo
Fechei a porta do meu quarto com força e joguei o salto pra qualquer canto. Eu tô ficando louco! Totalmente louco. Desde quando eu comecei a reparar mais no Bangchan? Por que ele me deixa todo estranho só de olhar pra mim? Por que eu me sinto atraído pela pessoa que me comprou quando eu deveria sentir raiva?
Eu tô doido, me levem pro hospício mais próximo antes que eu comece a alucinar
Aliás, ele é de uma máfia, e o líder dela, prefiro me manter longe. Não gosto nem um pouco disso, só de estar aqui eu corro perigo e preciso andar pra cima e pra baixo com seguranças na minha cola. Cadê meus direitos de liberdade? Eu não tenho mais isso não?
Tomei um banho resmungando o quanto eu tô doidão e me vesti de qualquer jeito. Coloquei uma blusa marrom e um short preto, depois desci
_Finalmente, pensei que tinha se afogado ou sido eletrocutado no banho -Minha mãe me disse quando entrei na cozinha- Demorou tanto que a comida já tá pronta
_Eu tô doido se disser que me sinto atraído por quem me comprou? -Perguntei em português porque todo mundo tava ali e o motivo da minha dúvida tava do meu lado
_Doido não, chapado talvez -Minha mãe respondeu em coreano e me examinou- É, nem doido, nem chapado. Traumatizado talvez, mas isso você supera. E só pra constar, já tem minha benção
_Credo, só fiz uma pergunta e você já tá pensando no futuro? -Falei em coreano e fiz cara de nojo
_Sou precavida meu filho
_Não, você é iludida isso sim
_Também -Deu de ombros- Agora senta lá que eu já vou te servir -Sentei na mesa e minha mãe serviu todo mundo. Comecei a comer e fechei os olhos ao sentir o gostinho da comida da minha mãe, a que eu senti tanta falta- Tá gostoso?
_Pra caralho -Eu respondi de boca cheia- Senti falta do teu tempero
_Eu sei que sou boa -Jogou os cabelos pra trás e sorriu convencida, o que gerou risadas de todos. Depois de comermos, lavei meu prato e subi de volta pro quarto, tendo minha mãe atrás de mim- Uau, esse quarto é maior que a sala e a cozinha juntas
_Você se divorciou de vez do cracudo? -Olhei pra ela com os olhos brilhando em expectativa
_Ainda não, falta só um tiquinho pra conseguir -Sentou do meu lado e avancei pro colo dela- Tem sido difícil pra você?
_Nossa, você não faz ideia -Ri soprado- Eles são legais, mas sou o único desconhecido aqui. Eles me olham como se eu fosse algo diferente e as vezes me tratam como se eu fosse só uma máquina. Poxa, eu tenho duas faculdades, mil e trezentos trabalhos pra fazer e ainda querem me por de babá? Se não fossem cuidar das crias que nem tivessem feito pra início de conversa
_Está exausto né?
_Exausto é pouco, eu tô destruído
_Então eu vou fazer carinho em você até dormir e ficar aqui contigo, sendo seu apoio assim como foi o meu
_Obrigado
Ela começou um carinho no meu cabelo e sussurrou palavras de conforto. Eu fingi que dormi porque realmente não estava afim de dormir, e fiquei ali, na boa, aproveitando minha mãe enquanto ainda podia
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Vendido
FanfictionSeungmin foi vendido por seu pai em troca de dinheiro, e se viu obrigado a morar com um mafioso Mas essa convivência não vai ser tão ruim assim Capa feita por: @NyRibang