Traumas passados

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Quando Bangchan ouviu um barulho de algo caindo no chão, teve a certeza que Seungmin estava em perigo e já foi pego. Ele se levantou sem nem parar pra respirar e juntou todos na sala

_Seungmin foi sequestrado

_QUE? -Todos gritaram ao mesmo tempo e Bangchan tampou os ouvidos

_Vamos lá, gritem mais alto, talvez Deus e mundo ouçam -Falou irônico e os rapazes reviraram os olhos- Tenho uma ideia de quem tenha sido. A mochila dele tem rastreador então preciso que Felix e Jeongin procurem por ele. Os demais vão se preparando pra uma possível invasão. Quero todos armados até os dentes e não deixem ninguém vivo pra contar história

_Sim senhor -Dada a ordem, tudo o que precisariam fazer era achar Seungmin o mais rápido possível. Sabe-se lá o que ele poderia estar passando

Não demorou muito até que Felix e Jeongin tivessem algo pra mostrar, então correram até o escritório e mostraram a Bangchan

_Achamos algo Chan -Jeongin começou e Felix colocou o tablet na frente do líder para mostrá-lo

_O último lugar onde o rastreador conseguiu registrar por onde Seungmin passou foi nesse matagal aqui -Apontou para o lugar- Tem pelo menos cinco fazendas abandonadas na região, e todas tem um bloqueador de frequência. Não dá pra saber em qual delas ele está

_Felix forme grupos diferentes pra averiguarem cada fazenda. Quero um resumo completo sobre a área de cada uma e suas condições. Procurem qualquer indício de movimentação

_Certo -Felix saiu correndo pra obedecer a ordem dada por Bangchan

_Jeongin continue tentando localizar a mochila dele. Creio eu que não vai ser tão difícil quebrar o bloqueador de frequência

_Certo -Saiu correndo e voltou pra sala de computação

_Não vamos demorar Seungmin, aguente mais um pouco -Pediu olhando pra parede enquanto pensava em diferentes formas de como entrar sem causar barulhos ou um show de tiros logo de cara

Seungmin

Eu não sei por quando tempo apanhei no dia seguinte. Meu pai me enforcou várias vezes, me fez perder a consciência, acordar, tomar rajada de água gelada na cara, apanhar e apanhar cada vez mais, mas eu nunca deixei de sorrir e irritá-lo. Eu não conseguia enxergar com um dos olhos de tão inchado que ele estava, mas mesmo assim, eu continuava perturbando aquele velho

Eu sempre apanhava mais a cada provocada, mas eu só estava descontando o que ele me fez passar a infância toda

Ele me odiava desde que eu nasci porque minha mãe não me abortou assim como ele queria. Ele me obrigava a tomar um mingau horrível todo dia no café da manhã e quando eu conseguia comer tudo ele me dava um chocolate vencido, que me fazia passar mau o resto do dia inteiro

Ele não fez diferente hoje

Quando eu era criança virava o saco de pancadas dele enquanto minha mãe estava presa em seu próprio quarto, inconsciente na cama depois de receber uma dose forte de sonífero pra elefante

Bom, eu estou sendo seu saco de pancada no momento

Ele me obrigava a tomar banho gelado todos os dias, até mesmo no frio. Foram incontáveis vezes que peguei hiportemia e umas três vezes que cheguei a pegar uma pneumonia

Ele está jogando água gelada em mim de hora em hora

Meu pai tinha uma mania de me deixar preso no meu quarto com correntes super quentes, queimando e machucando meu corpo. Isso começou a acontecer depois que me assumi gay. Ele dizia que eu deveria pagar pelos meus pecados e que deveria sentir uma palinha de como vai ser quando eu queimar no inferno

A poucos minutos ele acabou de colocar as mesmas correntes daquela época nos meus pulsos, mas agora ele também colocou nos meus pés

Foram tantas coisas ruins que ele fez comigo e está refazendo todas elas porque ele gosta de ver meu sofrimento, as lágrimas que deixei cair eram sua motivação pra continuar e ele não parava

Eu me lembro que a minha mãe teve câncer depois de tanto tempo sendo sedada e sua saúde sendo maltratada. Se não fosse por Jiae e Nina ela estaria morta. Ela se culpa até hoje por não ter conseguido me ajudar, mas só dela estar viva eu já me sinto bem

E era por isso que eu me mantinha vivo usando o resto das minhas forças, porque eu sei que se meu pai me matar aqui, nesse muquifo com cheiro de mofo e pessoas feias que dói ao meu redor, ele vai atrás dela e vai matá-la

Finalmente, depois de horas, meu pai e o povinho que anda com ele saíram do quarto e me deixaram trancado aqui

Eu precisava sair logo porque sabia que não ia suportar mais tanto tempo e acabaria cedendo ao que meu pai anseia a tanto tempo, minha morte

Pensei numa maneira de tirar essas correntes que queimavam meus pulsos sem dó, mas eu não conseguiria fazer nada se ainda estivesse sentado nessa maldita cadeira. Cravei meus pés no chão e mordi o lábio inferior com força pra não soltar um gritinho de dor. Tomei impulso e dei um pulo, quebrando a cadeira que já parecia frágil e velha

Talvez eu possa ter me machucado ainda mais, mas no momento isso não é importante

_Ai, droga -Percebi que me minha perna sangrava igual uma condenada e vi que um dos ferimentos feitos pelo meu pai se abriu e piorou depois de um pedaço da madeira da cadeira raspar ali com força

Mesmo assim eu não podia parar. Precisava procurar uma maneira de sair daqui. Assim que olhei pela janela vi que tinha homens espalhados pelo lugar inteiro e suspirei irritado

A sorte é que minha mochila estava ali. Meu pai foi muito burro em deixá-la no mesmo cômodo que eu

Mas ele já é burro de nascença

Peguei uma das armas que estavam ali e coloquei na janela. Mirei num dos homens e disparei na perna dele. Isso seria uma boa distração. Assim que todos foram ajudá-lo e meu pai saiu pra ver o que aconteceu, eu peguei minha mochila e corri. Fui pra porta dos fundos e fugi por lá

Pro meu azar, eu perdi muito sangue, minha consciência já estava indo embora e minhas forças acabadas. Eu senti que desmaiaria a qualquer momento porque minha visão já estava começando a ficar turva. Corri o máximo que eu consegui e caí no chão desmaiado. Depois daquilo, eu não sabia se ficaria vivo e muitos menos se eu seria encontrado

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