Vendido

O que eu te fiz?

Meus dias estavam sendo ótimos, a pressão da faculdade foi diminuindo depois que me formei em perícia criminal, Bangchan e eu sempre ficávamos juntos e cheios de breguices quando tínhamos oportunidade, os clones fizeram mais um ano de vida e eu ajudei na decoração da festa, Jeongin tá grávido, os meninos estão trabalhando cada vez menos mas ganhando poder cada vez mais, e minha mãe voltou a ser aquela mulher que eu tanto amava

Aquela mulher que não tem medo de nada, que gosta de sair sozinha altas horas da madrugada e beber um pouco de cerveja em algum bar perto de casa, pra depois voltar e ficar me enchendo de mimos o dia todo. Aquela mulher com a autoestima lá em cima, que consegue me deixar feliz com qualquer coisinha, aquela mulher empoderada, dona do próprio nariz

Esse jeitinho dela me encanta

Pela primeira vez na minha vida tudo ia ocorrendo tranquilamente bem. Mas eu sou uma pessoa completamente sem sorte, e eu sabia que tudo isso era só a calmaria antes da tempestade, só não queria assumir

E no dia do aniversário da minha mãe, aquele dia que eu planejei por uma semana interinha, foi um dos piores dias da minha vida

Porque eu encarei meu pai outra vez

Vou voltar um pouco a fita pra vocês terem a noção do que aconteceu

Eu acordei bem cedo, coisa que geralmente não faço, e fui fazer um café da manhã pra minha mãe. Queria levar na cama pra ela. Fiz tudo o que ela mais gostava, e levei pra ela

_Mamãe acorda -Balancei ela, mas ela só resmungou- Acorda mãe

_O que foi? -Ela perguntou já com os olhos abertos

_Vim te trazer o café da manhã -Coloquei a bandeja no criado mudo e a ajudei a sentar

_E por que? É alguma data especial e eu não tô sabendo? -Ela perguntou ainda meio grogue de sono

_Hoje é seu aniversário mãe, quero te agradar um pouco -Coloquei a bandeja no colo dela e ela começou a comer

_Será que se eu pedir com jeitinho meu genro me leva pro salão? Tô querendo dar uma geral no meu cabelo

_Se quiser eu mesmo peço

_Isso, pede. Ele não nega nada a você. Vai lá

_Tá bom -Ri e fui atrás do Chan. Ele estava no quarto se trocando- Vai sair? -Ele se virou pra mim e veio na minha direção. Eu fiz o nó da gravata dele e depois ajeitei seu cabelo. Isso virou um costume já

_Tenho uma reunião urgente com líderes de máfias, mas não vou demorar -Beijou minha testa como agradecimento e voltou pro meio do quarto pra terminar de se ajeitar- Sua mãe já acordou?

_Sim, ela está tomando café. Ela me pediu pra perguntar se você não da uma carona pra ela até o salão

_Claro, sem problema nenhum

_Obrigado -Sorri mínimo e voltei pro quarto da minha mãe- Ele leva, mas precisa se arrumar depressa, ele vai sair por agora

_Certo -Colocou a bandeja vazia de lado e foi se arrumar. Quando ela voltou, estava uma diva

_Eu tenho uma mãe tão linda!

_Para com isso -Ela disse meio tímida e beijou meu cabelo- Eu já tô indo tá? Juízo

_Tá bom mãe. Cuidado!

_Pode deixar -Ela sorriu e saiu

Depois disso, não tive mais notícias dela. Liguei uma hora depois pra saber se ela já tinha acabado mas caiu na caixa postal. Ela não me respondia, não me atendia, não dava nem um sinalzinho qualquer que me provasse que estava viva