Me sentei na janela na esperança de tirar boas fotos desse voo; sempre prefiro assentos na janela, principalmente se for em um voo noturno ou se estiver bem perto do sol nascer. Coloco meus fones assim que o avião está estável no ar, escolho uma playlist qualquer e por grande coincidência começa a tocar "Love Story" da Taylor Swift.
Observo com cuidado as nuvens, e cada detalhe é único e encantador.
Fico pensando na minha avó; ela ia amar voltar para a Itália. Ela nasceu lá, se casou com um italiano e logo depois de ter minha mãe, foi para o Brasil. Me lembro claramente dela me apoiando nos desfiles quando meus pais não podiam ir. Ela sonhava em me ver desfilando para grandes marcas; é uma pena que esse sonho não vá se concretizar.
Acabo por dormir durante o voo inteiro.
Sou acordada pelo meu pai fazendo carinho em meus cabelos.
-Vamos lá, temos bastante coisa para resolver ainda. Sei que está cansada, mas eu prometo que depois de tudo, vamos direto para casa - o homem de cabelos castanhos e olhos ridiculamente claros falava.
-Certo, onde está minha mãe?
-Ela foi no banheiro. Levante-se, e pode deixar que eu pego as malas.
Apenas assinto e me levanto, arrumando minha roupa e indo em direção aos banheiros.
Vejo a loira sair de um deles e logo a mesma me encara.
-Fico feliz que finalmente a Bela Adormecida tenha acordado. Vejo que seu pai já está pegando as bolsas de mão; então, podemos ir na frente e pegar as malas que foram despachadas.
-Sim! Já tinha me esquecido das malas.
-Espera só uns segundos, que tem muita gente saindo ao mesmo tempo, caso contrário, seremos pisoteadas - ela disse, observando os outros passageiros saindo.
No momento que chegamos na nossa nova casa, fui direto para o lugar onde eu acreditava ser meu quarto. Eu não tinha tanta certeza de qual dos quartos era porque a casa era enorme, mas fui tentando a sorte. Pouco tempo depois, arrumei minhas coisas; nem reparei na decoração, apenas fui para o banheiro tomar um bom banho.
Amanhã será meu primeiro dia em um colégio italiano. Mesmo que eu seja fluente na língua por conta dos meus avós, ainda bate o nervosismo por não conhecer absolutamente ninguém.
Mas é como me disseram: país novo, vida nova.
Paro para pensar no que usar amanhã. Não quero me arrumar muito, pois sei que isso vai durar apenas no primeiro dia. Durante o resto do ano, vou de jeans e moletom.
Não gosto da ideia de que as pessoas saibam que vim do Brasil. Eu nasci aqui, mas cresci no Brasil. Tenho certo receio de que fiquem fazendo perguntas idiotas, e eu acabe perdendo a paciência.
Não suporto perguntas idiotas.
De repente, lembro que tenho uma colega; se ela ainda morar por aqui, posso tentar fazer amizade com ela novamente.
Penso nisso por uns minutos, mas logo desisto da ideia. Não sei nem o que falar para ela, e é claro que eu não posso chegar dizendo "oi, tudo bom sumida? Como você está? Ainda lembra da minha existência?" Ainda tenho vergonha na cara e não vou fazer isso.
Acabo me deitando e adormecendo.
Boa outro dia acordo e vejo uma senhora na cozinha.
-Bom dia, desculpa, mas qual seu nome? - perguntei meio envergonhada.
-Ah, claro. Me desculpe por não me apresentar. Me chamo Teresa; a senhora Beatriz me contratou recentemente. - ela era muito educada e bem fofa; gostei bastante dela.- deve ser a senhorita Antonella?
-Certo, não precisa me chamar de senhorita. Eu prefiro apenas Antto.
Ela fez um sinal de confirmação com a cabeça, e eu fui me sentar junto com meus pais. Assim que vejo dona Teresa trazer as frutas, a peço para se sentar e comer conosco. Inicialmente, ela recusa, mas meus pais reforçam, e acabamos por convencê-la a se juntar a nós.
Minha mãe parecia mais animada que eu com o início das minhas aulas.
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Com amor antto... - mirko d1ar10s
Teen FictionPosteriormente a morte de sua avó uma garota acompanhada de seus pais se muda para uma pequena cidade na ilha de capri. Antonella amava sua avó com todas as forças e quando ela faleceu a garota não conseguia nem ver fotos da senhorinha sem se derram...