NARRADOR POV
A noite não estava chuvosa em São Paulo, mas o céu estava parcialmente nublado, estava frio, não aquele frio que adentra os nossos ossos e nos faz duvidar dos convites para festas, aquele frio aconchegante que nos deixa com uma camada de roupa a mais. Por esse motivo, Fit achou que seria perfeito convidar seu namorado para um encontro. Seu pai lhe dizia que era um começo de relação, ele vai adorar sair com Pac, aconchegá-lo nos seus braços, os beijinhos como cumprimentose vê-lo todos os dias durante alguns meses, e depois enjoaria. Fit discordava completamente, achava que, quanto mais tempo com Pac, mais apaixonado ficaria pelo moreno. Bem, isso não vem ao caso no momento.
O homem de 24 anos recém completados, havia feito reserva num ótimo restaurante, com música calma e boa comida, estava ansioso por um motivo que não sabia explicar, sentia como se estivesse novamente na faculdade, também, recém acabada esperando pra, propositadamente se esbarrar em Pac e começar a história deles. Ninguém consegue explicar a ansiedade e porque ela aparece de vez em quando. E tudo bem, era uma ansiedade daquelas que não são maléficas, são...banais.Avistou o moreno de longe, cumprimentar com um sorriso simpático o garçom que lhe mostraria a mesa, acompanhou cada passo do homem até aonde estava e assim que ele chegou, se levantou desconcertado para cumprimentá-lo. Pac sorriu confuso, mais aceitou de bom grado o beijo suave que o namorado depositou sobre sua nuca enquanto a mão de Fit caminhava pelas suas costas, quis murmurar algo mas o contato dos lábios do homem em sua pele fez com que ele se esquecesse rapidamente do que pensara, ficaria para mais tarde, ou talvez, nunca chegasse a falar sobre isso depois.
Namoravam a mesmo pouco tempo, dias, semanas que não chegavam a ser meses, se conheciam, porém, a um ano e algumas centenas de horas, demoraram o suficiente para se conhecer, mas foi quase em tão pouco tempo quanto o começo do namoro que se apaixonaram. Haviam discutido sobre muitas coisas, quando casariam, se casariam, Fit até puxou uma conversa sobre ter filhos, mas Pac negou prontamente, tinha sua carreira para focar, ser um cientista daqueles mesmo bons exigia tempo e dedicação, uma criança não permitiria que ele ficasse a maior parte do tempo no laboratório, então Fit o questionou, "— um relacionamento também precisa de tempo! —", mas Pac disse ser diferente. Mas era uma mentira daquelas descaradas. Julgava mesmo é que, não seria um bom pai, achava que nunca seria capaz de cuidar de uma criança já que nunca fora capaz de cuidar de si mesmo, aquela maldita prótese falava muito sobre seu auto cuidado e se acontecesse algo com seu filho, não saberia como agir, não saberia como lidar, só saberia se culpar para sempre e a culpa já era um sentimento muito presente na vida do homem. Mas insistiu na conversa do laboratório, bateu o martelo muito irritado; "— você viu como essa semana foi, mal parei em casa —" e virou um copo de água em uma velocidade questionável.
O careca suspirou, queria mesmo ter um filho, era ótimo com crianças, por isso mesmo se formou em Pedagogia e agora seria professor de inglês. Adorava aqueles rostinhos angelicais prontos para enfrentar um mundo terrível, adorava ter a perspectiva de proteger alguém, ensinar pessoas, orienta-las sempre para o melhor. Seria um ótimo pai. Mas amava Pac e aceitava o seu veredicto.Tudo mudou naquela noite. Fit não estava ansioso por nada, estava escrito no livro de sua vida que ele seria pai. Não imaginava era, que quando estivesse saindo do restaurante com seu namorado, escutasse um choro baixinho vindo dos fundos, Pac se desesperou pensando automaticamente em um animal machucado, Fit tinha certeza que era uma criança, reconhecia muito bem quando ouvia uma. Caminharam até la, e o careca havia acertado.
Um garoto loiro, assustado e sujo estava encolhido ao lado de uma lata de lixo, chorava compulsivamente, daqueles choros que o faziam se engasgar com os próprios soluços. Tremia, de frio e medo, e isso fez com que Pac se indignasse automaticamente, quem em santa consciência deixaria uma criança naquele frio pelas ruas? Uma criança!— olá pequeno! — o garotinho se arrastou para trás e Fit sorriu — não vou te machucar, prometo! — garantiu — onde estão seus pais? — o pequeno arregalou os olhos cheio de medo e começou a chorar novamente
— não me leve de volta pra eles por favor...por favor não me leve de volta pra eles — repetiu, fazendo com que Pac piscasse algumas vezes e se agachasse também
— não vamos te levar de volta pra eles, prometo que não vamos! Vamos te levar pra nossa casa, e te dar uma comida muito gostosa, roupas limpas e um cobertor muito quentinho pode ser? — Fit sorriu, não olhou para o homem ao seu lado, mas sorriu vendo o garoto balançar a cabeça positivamente agarrando a mão que Pac acabara de estender
— podemos saber o seu nome? —
— Tubbo...meu nome é tubbo! —
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Your dads are here - Hideduo
Fanfictionq!Fit e q!Pac eram um jovem casal, que pretendiam ter uma longa vida lado a lado, mas no momento não pediam por um filho. Até, ao saírem de um jantar romântico em um sábado qualquer se esbarrarem com uma criança, fazendo com que os seus planos mudas...