Your dads are here - Hideduo

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NARRADOR POV

Ser adulto implicava, para além de toda aquela coisa trabalhosa chamada crescer, tomar decisões difíceis. Por isso Pac sentia saudades de sua adolescência, normalmente passava tardes com seu grupo de amigos fazendo muitos nada, a decisão mais difícil que tomava era estudar ou não para uma prova importante, e agora estava frente a frente com a decisão mais importante da sua vida.

— nós temos uma criança na nossa casa — o moreno se jogou na cama desacreditado — o que a gente vai fazer Fit? — o careca cruzou os braços e o encarou preocupado

— a gente pode bem...devolvê-lo para os pais...—

— não! Claro que não! Ele estava assustado, pediu pra não levar ele pra casa e eu não vou fazer isso! — Fit balançou a cabeça positivamente

— Você quer...sabe...você quer entrar na justiça pela guarda dele? — Pac mordeu o lábio inferior prestes a balançar positivamente a sua cabeça mas não o fez, encarou o namorado por um tempo

— quando você me perguntou daquela vez se eu tinha planos pra ser pai...na verdade eu tinha — desabafou — só não sei se vou conseguir ser um bom pai, não consigo cuidar nem de mim mesmo quanto mais de uma criança...— Fit se sentou do lado do homem e colocou sua mão sobre a coxa do mesmo

— Pac você nunca seria um péssimo pai...isso aqui — apontou para a prótese de Pac — não foi culpa sua, em nenhum mundo alguém consideraria aquele acidente culpa sua. Você tem tudo que um bom pai tem que ter, forças para dar todo o amor do mundo para uma criança — o moreno o encarou com os marejados — e tudo que aquela criança precisa é do amor que a gente pode dar Pac...— agarrou a mão do namorado com cuidado

— Vai ser um passo grande na nossa relação de seis meses você sabe não é? — o careca assentiu — você tem certeza que quer dar esse passo? —

— absoluta —

Depois da conversa, tudo começou a virar uma grande loucura na vida do jovem casal, no dia seguinte quando acordaram, o garoto já estava de pé, tinha arrumado sua cama improvisada e estava sentadinho balançando seus pés enquanto esperava os dois aparecerem. Pac estava estremamente atrasado quando acordou, mal teve tempo de falar com o loiro antes de sair então, Fit precisou se virar naquele dia.

— então Tubbo, dormiu bem? — o garotinho acenou com a cabeça contente, sentado na mesa à espera que o mais velho terminasse seu café da manhã — quantos anos você tem? Esquecemos de te perguntar isso ontem...—

— eu tenho doze, faço treze em dezembro — Fit já imaginava, pela estrutura física do garoto

— Hum...e aonde você morava antes da gente te encontrar — o pequeno engoliu seco e se ajeitou desconfortável na cadeira

— eu morava com meus pais...mas eles não gostavam que eu os chamasse assim, por isso eu chamava eles de senhores...se eles me ouvissem falar aquela palavra eu...— engoliu o choro e Fit o encarou pousando os dois pratos na mesa — eu era castigado, ficava no porão por dias — o garoto encarou o misto no prato

— a gente não precisa conversar sobre isso agora se quiser certo? Podemos comer e conversar sobre coisas legais, qual é sua cor preferida? — o garotinho deu de ombros

— verde eu acho...a sua é laranja! — o homem arqueou uma das sobrancelhas se questionando da convicção do garoto ao afirmar aquilo — você só usou laranja desde que eu te conheci — ele deu uma risada arrastada antes de sair para buscar as xícaras com chocolate quente

— você é muito esperto Tubbo! — o loiro sorriu convencido

— eu estudava muito...era a única coisa legal que eu tinha pra fazer — deu de ombros

— você vai poder fazer outras coisas legais aqui além disso! — o menino ficou em silêncio por uns minutos, brincando com o pão no prato, depois de muito tempo calado, olhou para Fit novamente

— vocês vão me devolver para os meus pais não vão? — Fit franziu o cenho confuso

— não! Não vamos te entregar pros seus pais, porque pensou isso? — o garotinho deu de ombros enquanto fungava — se possível vamos ficar com você pra sempre! — o loiro se encolheu na cadeira e encarou o careca mais uma vez

— Então...eu posso ficar? — Fit sorriu

— o quanto você quiser —