Ariadna 💋
Eu repousei sobre a cama de alvenaria do motel, com o cheiro forte de cigarro vindo da varanda. Estava imóvel, tendo somente o auxílio de um lençol fino cobrindo meu corpo desnudo. Recordações do passado dançavam na minha mente.
As vezes é estranho olhar pra trás e ver que larguei tudo, mesmo sem ter nada. Bom, pelo menos tinha minha mãe, que por mais que não fosse de sangue sempre cuidou de mim. Eu ainda tinha memórias vagas das portas se fechando, dos gritos de expulsão, deixando para trás o que era conhecido, aconchegante e, ao mesmo tempo, limitante.
O ar que passava por aquelas janelas pivotantes invadiam o ambiente enquanto eu contemplava as escolhas que me levaram a esse ponto. Cada passo na estrada da independência era uma página virada, uma linha desenhada na trama incerta do meu destino maluco. Cheguei tão jovem e amadureci tanto.
— Eu quero mais. — Apaga o cigarro e se joga feito um porco ao meu lado. Estava fedendo a suor de um sexo bem pago. — Quero te pegar de jeito, te ver revirando os olhos enquanto me pede pra não parar. — Agarra minha mandíbula e eu vejo seu pau subir. Fala sério, até meu mindinho era maior que aquilo. Velho broxa é o fim.
— Quer meu cu ou minha buceta agora? — Faço quatro apoios em cima dele, sendo impedida de chegar muito perto do seu rosto devido a sua barriga entupida por cachaça. — Sabe que vai ter que pagar por mais uma hora, né? — Afago seus cabelos grisalhos. — O prmeiro tempo já acabou. — Estiro beicinho. Amava fingir ser inofensiva.
— Pra ter você eu pagaria a vida toda. — Aperta minha bunda e arfa. Idosos, sempre com elogios de vida tão melancólicos. Como se soubessem de tudo que o mundo têm a oferecer, tolos.
Montei nele de frente, sentindo seu membro rígido me preencher. Movi meus quadris de forma provocante, cada rebolada arrancando suspiros profundos dele.
A excitação crescia a cada segundo, e não demorou muito para ele implorar, com a voz rouca, para que eu pagasse meu famoso boquete.
Deslizei, fazendo loucuras que só uma boa ruiva safada conhecia. Chupei até chegar ao seu clímax e gozar, enquanto o mesmo agarrava meus cabelos vermelhos com sutileza.
Como a sua boca era sua única arma que não o deixaria na mão, ele a usou. Jorrei orgasmos absurdos, sem precisar de muitos esforços internos. Me surpreendeu, foi algo gostoso de verdade!
(...)
Hermes: Tá pensando o que da vida, garota? Não é porque tem liberdade que vai passar por cima de autoridade! Desgraçada, avisei pra não deixar ela ir sozinha. — Mal cheguei e o restinho de porra já veio encher meu saco. Uma pena eu não ter um piru bem grosso pra socar na boca desse fodido. Quem mama não fala, fica quietinho. Aqui tínhamos uma regra de que quando as garotas fossem revezar nas esquinas próximas, estariam acompanhadas de um segurança. Acabei dando um mole de ir trabalhar e permiti que a menina ficasse sozinha. — Foi fazer o que que só chegou agora?
— Fui dar. — Rebato afiada. — Fazer um 69 bolado, que tu não deve receber há um bom tempo pelo visto. — Cuspo minhas palavras, olhando ele dos pés a cabeça.
Amós: De novo vocês brigando? Porra, vou ter que meter a porrada nos dois? — Surge com vários malotes de cem nas mãos. — Isso foi o que elas conseguiram ontem, avisa que precisam transar mais... — Se aproxima do meu ouvido. — Tá pouco. — Debocha em um sorriso calculista e entrega o dinheiro nas minhas mãos. — Leva pra Cecília no caixa e sobe pro seu quarto. — Diz em um tom de comando, cortando o clima. Com um aceno de cabeça, segui as suas instruções, mas cada passo era um eco silencioso de mil insultos que adejavam no meu peito. Caduco muquirana.
Cecília: E eu faço o que com isso? Não tem mais espaço pra dinheiro e eu não realizo milagres. — Piso fundo até chegar no balcão e estender o envelope pra ela.
— Espera ele ir dormir e soca dentro da cabeça do pênis dele. Lá deve ter muito espaço, do jeito que aquilo nem sobe mais. — Dou as costas e saio. Depois da discussão e uma trepada por caridade, considerei afastar as tensões em um banho relaxante.
A água quente envolveu meu corpo, dissipando a frustração enquanto eu fechava os olhos, permitindo que a pressão do dia escorresse pelo ralo. O vapor do chuveiro criava um refúgio íntimo, e cada gota parecia lavar não apenas minha pele, mas também o ódio acumulado.
Encerrei me sentindo renovada, como se o peso do confronto tivesse sido liberto somente pelo som do molhado.
Saí em uma toalha macia. Gotas d'água escorriam pelos meus cabelos úmidos, enquanto eu desfrutava da sensação de frescor. De repente, um som nítido ecoou pela porta do quarto, uma batida inesperada.
Me enrolei com mais firmeza e calçei as havainas. Outra batida, desta vez um pouco mais forte. "Já vai caralho, tá com pressa é só dar um rolé na rua que passa." gritei e fui até a maçaneta para abri-la. Do outro lado, o gerente do diabo.
— O que você quer? — Seu olhos traíram sua curiosidade, apreciando os detalhes que aquela toalha mal escondia. Eu notei seu desejo, sua malícia.
Sem perder a compostura, faço um gesto para que ele fale, mantendo uma expressão despretensiosa, mas consciente de que meu corpo não passou despercebido. Nunca passa.
Hermes: Só pra avisar que as roupas de amanhã chegaram. — Fico satisfeita ao ouvir aquilo, e mal contendo a curiosidade para vê-las. Cada menina escolheu uma peça, brilhosa e chamativa. — Mas você não vai trabalhar. — Cruzo os braços. — Seu castigo por ter me desobedecido. — Sorri pelo nariz. Só podia ser piada mesmo.
— Desobediência? Eu agi com base no que sou paga para fazer. Me contrataram para transar, não pra ser segurança de puta aprendiz. — Respirofundo, mas o fogo interior continuava a crescer, consumindo qualquer vestígio de serenidade que eu já não carregava mais.
Hermes: Não esqueça que eu mando em você, eu decido se tu vai comer ou não no dia seguinte. — Crava suas mãos imundas em mim, me prendendo na fúria de suas frases. — Entrega suas roupas pra Cynthia, não foi você que botou ela pra chupar tua bucetinha? — Brinca com os lábios risonhos. — Então, o que é uma roupa pra quem já fodeu contigo. — Finalmente me libera e eu me afasto.
Ele, sem dizer uma palavra a mais, se virou e me deixou sozinha. Bati a porta com força, quase tremendo as paredes. Apertei os punhos, presenciando minha raiva borbulhar como lava fervente. Uma onda de calor percorria, alimentando a indignação. Eu iria perder um dinheiro do caralho com essa porra se esse cara for isso tudo mesmo que estão dizendo.
As meninas que não trabalham ficam apenas atrás do balcão pra ajudar a Cecília, ou então servindo mesas. Mas isso não acontece muito na casa.
Eles querem é grana pra gastar, e sabem que quanto mais meninas circulam na pista, mais ganham. Principalmente eu, com a fama conquistada.
O Hermes saiu se achando vitorioso, jurando que me derrubaria, mal sabendo o estrago que eu faço mesmo que de plateia. Posso não entrar no jogo, porém nunca fujo de cena.
Só precisava de um salto qualquer e uma roupinha justa, o resto eu exercia sozinha, entrando na mente dos clientes. Um por um!
...
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Desejo Profano (DEGUSTAÇÃO)
Romance+18| Uma complexa história de amor, ou fervor. Ariadna, uma jovem paulista que foi levada a cidade do Rio de Janeiro após tomar uma decisão inesperada: sair de casa, abandonar seus pais e sua vida de classe média para se tornar garota de programa. A...