Capitulo dois.

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                            Ariadna 💋

Traguei o cigarro de palha e fiz movimentos parecidos com de engolir, garantindo que meu fumo fosse apreciado como deveria. Em seguida, soltei a fumaça pelo nariz, sentindo a ardência e o relaxamento que a nicotina me trazia. Corujei as ruas movimentadas do Rio, uma correria quase tão intensa quanto a de São Paulo. Minha adaptação com a cidade foi boa, amei os costumes, sotaque, sem contar que os homens daqui são gostosos pra caralho, o que já faz ganharem ponto comigo. Não sei explicar mas esse estilo carioca que eles tem é único; jeitinho de moleque vivido, aqueles que não valiam a cueca que vestiam. Era pra esses que eu perdia a calcinha facilmente.

O insuportável é lidar com o Hermes, gerente dessa espelunca. Nem digo tanto pelo Amós porque aquele ali vive mais fora do que dentro, depositando todos os problemas nas costas de uma certa ruiva safada, e ela se encarregava de resolvê-los.

Cecília: Aridana... — Ouvi o som da sua voz e me mantive em silêncio de costas, esperando que ela prosseguisse. — Amós mandou você ir avisar as meninas para se arrumarem. Ele quer que elas fiquem impecáveis pro próximo final de semana. — Me virei, intrigada.

— Tudo isso para tentar fazer as pazes com elas? Ou ele quer experimentar um pouquinho do mel? —  Debochei, apagando a ponta do cigarro no cinzeiro. — Vai ter algum evento especial aqui? — Ela adentrou mais e negou.

Cecília: Hoje o fluxo de clientes rola normal, mas no fim de semana vocês terão a visita de alguém importante. — Me exaltei para saber quem era e permiti que minha testa se franzisse.

— Sabe quem é? — Botei meus saltos no pé e fechei o zíper dele, mantendo a atenção na loira que estava a alguns passos de mim.

Cecília: Ele não citou nomes, apenas ordenou que eu te avisasse isso. — Como sempre, o caralho respingando no colo da vagabunda aqui. Agradeci pelo recado e retoquei a boca com meu gloss apimentado da Dior.

A forma que os traços do meu rosto me favoreciam era de outro mundo. Eu super foderia comigo se tivesse uma piroca no meio das pernas...

Caminhei por aqueles cômodos e inseri a chave na parte inferior da fechadura, fiz pressão e abri a porta do quarto das meninas, que me recepcionaram pior que da última vez.

Cynthia: Traíra, desgraçada, é isso que você é. — Rangeu os dentes, vindo pra cima de mim e esbofetando minha cara.

— Me solta. — Gritei ao ser tombada em cima de um sofá sujo cujo elas dormiam, sentindo o cheiro de enxofre podre saindo dali. — Sua piranha. — Fui recebida com sequências de tapa, um atrás do outro, com o rosto inchado e rosado. Me debati sem conseguir locomover meus músculos pois ela prendeu suas pernas contra as minhas e segurou meus dois braços pra cima, impedindo qualquer defesa. As outras meninas começaram a gritar, me xingando e encorajando a Cynthia para que me batesse mais. — Maluca, dissimulada, sai daqui seu feto de puta!

Cynthia: Tu vai ver, isso é por mim e por todas as outras meninas que acreditaram em você, sua prostituta oferecida, vagabundinha de merda. — Me chacoalhou, mas a gritaria atraiu os seguranças lá fora e eles afastaram ela de mim, me ajudando a levantar.

— Sua vadia, eu vou acabar com a sua vida! Tá me ouvindo? — Ajeitei meus cabelos e me recompus. — Nem pra ser vagabunda vocês prestam. Escuta aqui Cynthia... — Cravei minhas unhas de acrigel na sua mandíbula enquanto ela era segurada. — Pode soltar. — Ordenei e assim fizeram. — A próxima vez que isso se repetir, eu quebro você no meio. Eu te quebro todinha e acabo com a porra da sua vida miserável, tá me entendendo caralho? — Sacudi seu rosto, que se virou pro lado para evitar contato visual. — Serve para todas vocês. Não tô aqui pra ser amiguinha de gente imunda. — Cuspi no chão que elas pisavam e saí enfurecida. Mandei outra pessoa passar o recado e me vi doida pra falar um caminhão de palavrões e de mil motivos pelo qual eu não deveria ter vindo pra cá ao Amós.

Desejo Profano (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora